Novas coisas, novos poemas

Contos de Aruanda

Na roda dos amigos
Sou o único excluído
Por quê o meu deus não foi embranquecido

Minha história tem dor, sofrimento e apagão
Deixou feridas
Marcadas no coração

Te fizeram crer
Que minha crença é ruim
Ruim nunca foi
Nem para você, nem para mim

Ruim é viver assim
Escondendo minha crença
De quem quer impor sua crença à mim

Meus irmãos foram amarrados, torturados e escravizados
Mas quem se julga "certo"
É quem estava do outro lado

Seja preto, branco
Indígena ou pardo
Seu deus deve ser respeitado

Já quiseram me humilhar
Difamando meus orixás
Mas eu não sou de ficar calado
E já deixo adiantado:
Exu não é o diabo!

Agora, então
Eu reafirmo o que foi falado:
Seja preto, branco
Indígena, ou pardo
Seu deus deve ser respeitado

E assim eu me despeço
Com muita fé no coração
Nunca deixe que ninguém
Jamais
Oprima sua religião