Como é que eu iria explicar para Miguel, que foi um acaso eu estar com o filho do nosso chefe, no elevador, e um acaso maior ainda ele estar com a cara no meio das minhas pernas?
-Miguel...- sou interrompida antes que terminasse a frase.
- Entra no carro. - diz ele jogando o cigarro no chão, pisando em cima e se direcionando para o banco do motorista.Entrei no carro junto a ele, o caminho até minha casa foi o de mais puro silêncio, podia ouvir as batidas do meu coração na minha garganta, puta merda o que foi que eu fiz. Assim que o carro chega na porta do nosso prédio, ele entra na garagem e estaciona, estava prestes a sair quando o segurei pelo braço.
- Miguel, por favor, só me escute. - digo olhando pra ele, que se quer me olha de volta.
- Diga, estou esperando. - responde seco.
- Olha, não foi algo premeditado, tipo a gente se esbarrou sem querer na sala do pai dele, e acabamos pegando o elevador juntos, e o escuro, merda ele estava próximo, próximo demais, porra Miguel, você sabe que tem um bom tempo que eu não transo, como poderia resistir a um gostoso daquele, mas foi a primeira e última vez, eu te juro, e desculpa de verdade por ter presenciado toda aquela cena, eu não vi que a energia havia voltado, muito menos que a porta estava aberta, eu estava com os olhos fechado e porra Miguel, eu sinto muito mesmo, olha pra mim por favor. - digo enquanto ainda seguro seu braço.
- E se fosse outra pessoa? E se não fosse eu? Se fosse um segurança? Você estaria fodida Clarice, você sabe disso não sabe? - diz finalmente me olhando.
- Droga, eu sei...
- Você sabe como é quando tem mulheres numa situação de poder, todo e qualquer tipo de comentário preconceituoso surge, se outro alguém visse, sua reputação estaria acabada, tudo que você construiu com sua inteligência e trabalho duro seria facilmente esquecido e todo o seu mérito seria porque você transou com a porra do filho do seu chefe, que futuramente, será o seu chefe. - diz nervoso e sai do carro.
- Eu sei, não vai mais acontecer. - digo saindo do carro e fomos andando lado a lado até o elevador.
Quando comecei a trabalhar na empresa, dividia um apartamento com minha amiga da faculdade Larissa, mas logo ela arrumou um namorado, e ficou chato, parecia que estava atrapalhando eles, e aí surgiu Miguel, meu salvador, dizendo que havia um apartamento vago no seu prédio, ficava a alguns andares abaixo do seu, a localidade era ótima, e assim eu me mudei, já fazem 3 anos.
Assim que entro no elevador, todas as lembranças do que havia acontecido a alguns minutos atrás retornam, como um fogo abrasador queimando tudo dentro de mim, me encosto em um canto mais atrás do elevador enquanto Miguel fica na frente perto dos botões. Sinto o olhar dele em mim, me observando pelo espelho do elevador.
Finalmente chega no meu andar, começo a andar em direção as portas, mas antes de sair paro ao lado dele, e seguro sua mão.- Será que podemos por favor esquecer tudo isso, e voltarmos a ser Clarice e Miguel, os melhores amigos, os inseparáveis, a tampa e a panela? - digo olhando em seus olhos. Ele não diz nada.
- Qual é Miguel, você já transou com metade da empresa, e pelo menos 30% das mulheres de São Paulo, já peguei você recebendo um boquete ( e com certeza é uma lembrança que me atormenta até hoje, não porque foi traumatizante, mas porque foi a primeira vez que vi Miguel como homem, que o desejei como homem), então estamos quites não é? - Ele continua em silêncio.
Então eu simplesmente saio do elevador, não vou ficar correndo atrás de uma amizade que pelo que vejo é importante só pra mim. Vou até a porta do meu apartamento, a destranco e entro.
- Lar, doce lar, finalmente posso ter um pouco de paz. - digo me jogando no sofá, pelo menos, era o que eu pensava.
MIGUEL
Porra, merda, droga, caralho, cacete, puta que pariu, o que é que eu vou fazer.
A cena da Clarice sendo chupada, seu rosto corado, sua cara lerda, a porra daqueles sons mágicos que saiam da sua boca, como que eu vou esquecer isso? E aqueles seios, porra, ela tem piercing nós seios, desde quando? Eu não estava preparado para aquilo, não estava preparado pra ver ela daquela forma.
É claro que eu sei que ela é uma mulher muito bonita, bonita pra caralho, gostosa, eu não sou cego, mas essa porra dessas fantasias ficavam ignoradas no fundo da minha mente, pela nossa amizade, porque eu amo ser amigo dela. Mas agora, como que eu vou encarar ela sem pensar naquela cena, e ainda por cima não ficar de pau duro.
Saio do elevador e entro no meu apartamento, puta merda, eu preciso de um banho bem gelado pra esfriar a merda da minha cabeça. Vou direto para o chuveiro e me enfio debaixo da água gelada, todo meu corpo se arrepia com o choque das temperaturas, fecho meus olhos e novamente sou levado a aquela cena.
Antes que possa me policiar, minha mão já está no meu pau, que está duro como a porra de uma barra de ferro, começo um vai e vem ainda com os olhos fechados, relembrando o som que ela fazia ao gozar, seus seios, sua boca, o olhar safado que ela me lançou quando viu que eu estava a observando, como se estivesse gostando do fato de eu estar lá. Meu movimento se intensifica, o que me faz soltar alguns grunhidos da garganta, porra, agora me vem a mente todas as vezes que ela foi com aqueles vestidos e saias, definindo seu corpo, sua bunda, caralho aquela bunda é perfeita. E aí me lembro do que ela me disse, o dia do boquete porra, quando ela me viu sendo chupado, minha mente desejou que ela se juntasse a nós, e agora nesse instante tudo que eu conseguia imaginar era ela aqui me chupando.- Aaaah, porra. - digo enquanto gozo na parede do meu banheiro, tal qual como um adolescente na puberdade.
Eu preciso esquecer toda essa merda, preciso voltar ao que era antes de presenciar tudo aquilo, porque se eu não esquecer, não sei se serei capaz, de manter uma amizade saudável com Clarice de novo, não enquanto eu imaginar meu pau entrando na boceta dela.
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Resquícios de uma noite
ChickLitUma simples noite, irá mudar toda a sua história...