Eu não sei onde estava com a cabeça de permitir que um desconhecido me beijasse. Ele é desconhecido sim. Conversei com ele por apenas alguns minutos. Mas foi tão bom ser tocada de novo. Sentir um homem próximo a mim. Que me queria. As borboletas no meu estômago. Mas não quero me apaixonar. Não agora. E se ele não sentir o mesmo? Não vou ficar sorrindo igual uma boba pelos cantos e depois sofrer para cachorro como sofri com o Travis. Não mesmo!
Mas toda essa minha convicção se desfez no momento em que seu Jorge, o porteiro da escola, apareceu na porta da minha sala com um buquê de rosas, nas cores rosas e brancas. Era o buquê mais lindo que eu já havia visto na vida. Eu sabia de quem era. Era dele. Do Daniel.
As crianças ficaram alvoroçadas, cochichando umas com as outras. "Olha, a tia ganhou flores!" "É do namorado dela." "A tia arrumou um príncipe!"
Eu ri, de todos os comentários. Daniel podia ser muita coisa, menos príncipe.
- Tia, de quem são as flores? - A pergunta veio da Milena, minha aluna mais sonhadora. - Do seu namorado? Ele é um príncipe de verdade? - Só faltava aparecer coraçõeszinhos rodeando sua cabeça. Eu tive que rir.
- Não Mi. - Respondi. - Foi um amigo da tia que mandou. - Ouvi a classe rir.
- Um amigo tia? Duvido! - Foi a vez do pequeno Arthur. - Ele deve gostar de você como e-eu... quer dizer, como nós gostamos. - Mais cochichos e risadas dos meus lindos alunos.
- Isso foi muito lindo Arthur. A tia ama muito vocês. Agora vamos voltar para a aula?
Deixei as rosas na mesa. Nem pude ler o cartão de imediato, pois eu precisava acalmar o animo dos meus alunos.
Assim que distribui as atividades e expliquei, corri para ler o cartão que estava com meu nome impresso.
Bela Sophia, essas rosas são para que você pense em mim, assim como eu penso em você.
Beijos,
Daniel.
Nem preciso dizer que me derreti. Ele está pensando em mim? Peguei meu telefone e mandei uma mensagem:
Eu: Suas rosas causaram um alvoroço em minha sala.
Ele: Só na sala?
Eu: Elas são lindas, obrigada!
Era melhor não responder a pergunta, pois daria muita bandeira.
Ele: De nada, mas você não respondeu minha pergunta.
Eu: Vou deixar por conta da sua imaginação... Tenho que voltar ao trabalho. Depois nos falamos. E mais uma vez, obrigada! Amei as flores!
Ele: Hum... Tá né. Bom trabalho. Bjs.
E assim retornei as minhas crianças. Mas aquele sorriso bobo estava lá, pairando sobre meus lábios.
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- Que flores são essas? - Um menino com olhos curiosos, cutucava minha perna. - Que flores são essas mãe?
- Eu ganhei, filho.
- De quem, posso saber?
- Hum... Eu ganhei do Daniel, pai. Quer dizer, filho. - Ele fez uma careta, o que me fez rir.
- Daniel? Aquele cara que você estava beijando na festa do meu tio Max?
- Jonas! - O repreendi, pois estávamos na porta da escola. - Ninguém precisa saber da minha vida e eu não estava beijando ninguém.
- Era ele quem estava te beijando então?
- Filho, pelo amor de Deus! - Eu disse enquanto caminhávamos para o estacionamento. - Cuidado com o que fala. E ele não estava me beijando.
- Mãe, não tenta me enganar. Eu sou um homem. - Oi? Homem? Meu filhinho de oito anos se achando homem. - Tudo bem, eu acho legal que você arrume um namorado. Não vou ficar chateado. Mas vocês estão namorando?
- Não! - Respondi rápido demais e Jonas riu. - Estamos nos conhecendo. - Me abaixei para ficar na sua altura. - Pode ser que a gente namore. Tem certeza que está tudo bem para você?
- Claro mãe. Quero ver você feliz. - E sem esperar, Jonas agarrou meu pescoço, quase me derrubando no chão. Esse era meu filho. Cuidadoso, protetor. E eu o amava mais que minha própria vida.
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- Que flores são essas? - Agora foi a vez de a minha mãe perguntar.
- Daniel mandou. - Ela sorriu. - Não. Não fale nada. Só estamos nos conhecendo.
- Vó, quem está se conhecendo, beija na boca? - Isso que dá, deixar os filhos terem liberdade de expressão.
- Que eu saiba não, Jonas. - Os dois estavam caçoando de mim.
- Legal. Se vão ficar tirando uma com a minha cara, estou fora. Tenho mais o que fazer. - Fui para o meu quarto, mas não antes de escutar Jonas dizendo "Ih, ela ficou brava!" e os dois caíram na gargalhada, o que acabou tirando um sorrido dos meus lábios.
Deixei minhas coisas no meu armário e peguei um vaso para colocar as rosas. Eram tão lindas. Arrumei-as no lugar, troquei minhas roupas, pois o dia ainda estava na metade e havia muitas coisas para serem feitas na fazenda.
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O Homem que me Ensinou a Amar - DEGUSTAÇÃO
RomanceSOMENTE DEGUSTAÇÃO Plágio é crime! Sophia Evans é a tipica garota do interior, ingênua e doce que vê sua virada pelo avesso quando engravida de seu namorado. Abandonada pelo homem que amava, ela se fecha para o amor e vive apenas para seu filho, at...