(POV Luísa)
Finalmente tive alta do hospital, estava ansiosa para encontrar Poliana. Estava meio tensa, não sabia como ela ia reagir, se já estava sabendo de algo ou se iriamos explicar tudo do zero. Otto percebeu minha preocupação e segurou em minha mão.
- Tá tudo bem? - Ele me pergunta me olhando nos olhos antes de dar partida no carro.
- Como será que a Poli vai reagir? O Durval contou pra ela? E se ela se ela se assustar? - Questiono Otto falando rapidamente.
- Calma Luísa, vai dar certo. - Ele me oferece um sorriso e dá partida no carro.
Chegamos na Padaria e eu era alvo de olhares curiosos, suponho que seja por causa do curativo no rosto. Me senti desconfortável com todos aqueles olhares direcionados para mim e Otto percebeu isso.
- Ignora. Parecem que nunca viram uma mulher linda desse jeito na vida. - Ele diz rindo e eu rio também, ele estava fazendo de tudo para deixar o ambiente mais leve para nós.
Subimos e respirei fundo antes de bater na porta. Não sabia a reação deles. Apenas alguns segundos depois a porta se abre. Talvez eles estavam me esperando perto da porta.
- Luísa! - Durval vem em minha direção logo após abrir a porta. Sinto uma dor forte e fecho os olhos assim que ele me abraça, pois ele estava apertando meus braços contra o meu corpo. - Durval, tá apertado. - Digo baixinho, e ele não escuta.
- Durval! Solta a Luísa, vai machucar ela. - Otto diz após ver que Durval estava apertando demais.
- Tudo isso é ciúme Otto? Porque estais a fazer tanto drama? - Durval pergunta e levanto a manga de uma das blusas, revelando um dos curativos, a boca de Durval formava um "O". - Luísa, mas o qu- - Durval é interrompido por Poliana correndo em nossa direção gritando. Abaixo rapidamente a manga da blusa, ela não poderia ver os machucados, não agora.
- TIA LUÍSAAA! - Poliana diz e me abraça. Sinto aquela dorzinha de novo, mas resolvi não protestar. - Eu fiquei com tanto medo. - Olho para Otto e ele olha para Durval com um olhar de repreensão.
- Durval, você contou pra Poliana?
- Ela ouviu a nossa ligação e eu tive que contar, ela insistiu, desculpa minha irmã. - Ele olha e eu faço que sim com a cabeça, como se fosse um "desculpado".
- Tá tudo bem tia? Ela te machucou? Aí meu Deus! Eu te apertei forte demais? Desculpa tia eu não queria... - Ela se desvencilha rapidamente do abraço e me olha com os olhos marejados, preocupada. Agradeço mentalmente por ela não perceber, ou pelo menos, não perguntar sobre o curativo no rosto.
- Ei Poli, tá tudo bem. - Digo dando um beijo na cabeça dela. Logo depois Claudia chega na sala.
- AMIGA! VOCÊ TÁ BEM! NÃO ME MATA DE SUSTO DESSE JEITO DE NOVO PELO AMOR DE DEUS! - Ela vem em minha direção, suponho que iria me abraçar, mas para no meio do caminho. - Amiga, o que aconteceu com seu rosto? - Ela diz olhando para o curativo.
- Depois te conto Clau, longa história. - Digo olhando para Poliana, mostrando que ela ainda não sabia dos machucados.
- Vamos Luísa? - Otto diz pegando as chaves do carro.
- Vamos. - Me despeço de todos e voltamos para o carro com Poliana.
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Olhar Azul | Luotto
RomanceAs perdas fazem parte da vida, e Luísa D'Ávila e Otto Monteiro sabem muito bem disso. Luísa perdeu seu marido a pouco tempo e ainda está tentando se reerguer, Otto também estava abalado com a perda do irmão, mas resolveu ser forte para ajudar Luísa...