Infidel ❜ 𝖡𝖺𝗃𝗂 + 𝖥𝗎𝗒𝗎 + 𝖦𝗂𝗋𝗅.

𝟬𝟵.

Naquela manhã, Baji só precisava conversar com uma pessoa. Voltou para moto e saiu daquela garagem, a cabeça a mil e o corpo completamente perdido em tanta emoções em uma noite só.

Estava praticamente de madrugada ainda, mas saberia que Manjiro o atendia prontamente, independente do horário e da situação.

─ Oe, baji! ─ Foi a primeira reação do loiro, que estava todo descabelado e com a cara amassada por acabar de acordar. Falou um pouco alto demais, porém já foi puxando o amigo para dentro por saber estar perigoso naquele horário.

─ O que tá fazendo aqui esse horário!? ─ Cruzou os braços e encarou o outro com uma enrome feição de revolta.

─ Foi mal... Precisava de companhia. ─ O moreno foi entrando ali e já foi se jogar na cama do amigo, sem nem ao menos perguntar se poderia ou não.

O Sano suspirou pesado e revirou os olhos levemente, por já conhecer bem aquela peça e saber que havia algo de muito errado acontecendo. Conseguia ver isso nos olhos dele, eram anos de amizade.

─ O que foi que aconteceu em? 
─ Encontrei o Ryusei. ─ Mikey subiu na cama e ficou ao lado dele, encarando, mas acabou se surpreendendo ao escutar aquele nome depois de tanto tempo.

Seu cenho se franziu e os dois se fitaram por alguns minutos sem saber muito bem o que dizer - principalmente o dono da casa que mal sabia o que tinha rolado de verdade.

─ Começou bem, mas ficou tenso depois. ─ Ele apenas fechou os olhos e sentiu seu físico agradecer por estar descansado. Manjiro era seu refúgio, mas ele sabia que não podia pressionar demais o amigo, porque ele nunca falava.

Sempre o deixava dizer o necessário e apenas se preocupava em conforta-lo como podia. Se houvesse algo mais urgente, tinha certeza que ficaria sabendo em algum momento.

Com cuidado, o loiro se deitou ali de frente pro outro e ficou olhando seu rosto, começou a fazer um pequeno carinho no canto de sua face.

─ Tá tudo bem, já passou... Estou aqui com você. ─ Disse calmamente, enquanto dava continuadade na carícia tão prazerosa que faria o moreno dormir. Provavelmente no meio da noite os dois estariam agarrados. Mas não de um jeito sexual.

─ Posso vir morar com você?
─ O Fuyu não ia gostar nada disso.
O menor deu um sorriso ao reprimir a pergunta do outro, agora ajeitando seus fios escuros um pouco mais e achando toda a situação engraçada.

─ É verdade...
─ Porque não vai morar com ele?
Os lábios de Keisuke formaram um pequeno bico. Talvez se sentisse um pouco mal por tudo que estava acontecendo, principalmente por ter acabado de largar o amigo depois de uma transa barata.

─ Talvez ele queira morar com o Kazu...
─ Não seja bobo...
Sano revirou os olhos com aquela informação, já previu aquele ciúmes todo. Sabia que o verdadeiro amor dele era o Matsuno e nada que poderia mudar aquilo.

Nem ninguém.

O moreno fechou os olhos com o carinho sobre seu físico, finalmente conseguia descansar de verdade. Era incrível como a presença do loiro poderia o tranquilizar para dormir, sem insônia.

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No outro dia, Suma voltava pra sua casa, após uma noite no sofá de Chifuyu. A cabeça estava meio tonta e só trancou a porta e deixou em sua cama, queria dormir mais até uns meio dia - era chato acordar cedo em pleno verão. Porém, sua porta tocou e isso a deixou extremamente confusa.

Se levantou sem jeito, tropeçando em alguns lugares. Assim que abriu, deu de cara com o moreno da festa, que tinha deixado um chupão em seu pescoço e marcas de saliva na ponta de seu seios.

Ela estava horrorosa, mas como era Keisuke, não se importava muito com isso. Tentava não ligar o máximo possível para que a futura queda por ele passasse.

─ Oi, novata. ─ Meio bruto, colocou a mão na porta e a abriu bruscamente para poder ir entrando como fez na casa de Mikey na manhã.

Começou a observar atentamente tudo que havia na parte de dentro do apartamento - como uma espécie de analista ou algo.

─ Ei, o que tá fazen... ─ Ela desistiu de querer saber e só deitou em seu próprio sofá, enquanto observava o outro indo até a cozinha para ver o que havia na geladeira e voltar com uma latinha nas mãos.

A ruiva sabia bem como ele era abusado e não ia simplesmente ficar insistindo em algo inútil. Estava cansada, ainda com sono e sem um pingo de disposição.

─ Vim contar que a Emma vai dar uma festa, quero você e o Fuyu lá. ─ Ele se agachou na frente do rosto da ruiva e falou com tom de autoridade e um cenho levantado.

Estava achando engraçado vê-la toda desengonçada daquele jeito, porque continuava extremamente atraente mesmo assim. De algum jeito.

─ Porque eu te obedeceria? ─ Ainda com a voz de sono e o rosto um pouco inchado, disse ao abrir metade dos olhos e encarar meio embaçada o rosto do moreno. Que no momento, bebia a lata que tinha pegado na geladeira, despreocupado como sempre.

─ Eu sei que vai.
─ O que tá fazendo? Como sabe que moro aqui? ─ Ela sentou-se e esfregou os olhos, agora que o raciocínio voltou um pouco mais para mente e estava se questionando 300 coisas ao mesmo tempo.

Será que tinha sido Matsuno que revelou que ela morava ali do outro lado do corredor? Porque isso seria simplesmente algo esquisito demais, por ela não ter permitido nada daquilo.

─ Meu deus, como você fala! ─ Reclamou e saiu em direção a porta, com um sorriso de lado ─ Tchau, novata! ─ Jogou a latinha no chão e abriu a porta para sair dali, dando um sinal com a mão para ir embora.

Como se nada tivesse acontecido, só queria estar ali para poder avisá-la - caso o loiro se esquecesse de chamá-la. Nada muito demorado ou extenso.

─ Desgraçado... ─ Xingou baixo e esperou ele sair para poder trancar a porta novamente e voltar para sua cama. Tinha ficado até de madrugada com Fuyu e só queria dormir até a metade da tarde para recuperar todo aquele cansaço do dia anterior.