Aromas doces do Verão

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Aemyra não suportava ficar ali, era como se o ar faltasse em seu peito e uma flecha de Feixo perfurasse seu coração sem piedade

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Aemyra não suportava ficar ali, era como se o ar faltasse em seu peito e uma flecha de Feixo perfurasse seu coração sem piedade.

Seus passos eram cegos, conforme fugia para o mais longe daquela floresta. Não percebendo nada, nem mesmo quando a cada passo que dava sobre a neve recém caída. A superfície fofa e gélida, adquiria uma tonalidade negra, semelhantes as penas de um corvo. E as pequenas flores, que sobreviviam ao frio, foram murchando e murchando, ficando mirradas e recequidas, levadas pelos ventos que vinham do sudoeste.

Um verdadeiro rastro de morte.

Ela não queria ir para casa. Não queria ter que encontrá-lo novamente. Não naquele momento. Não assim...

Filho... preciso de você... por favor...

Ela enviou a mensagem, na esperança que chegasse até Azriel. O que não levou menos que dois minutos. O Mestre-espião surgiu em meio às sombras, indo em seu auxílio.

- Mãe? O que aconteceu? - Questionou Azriel, levando suas mãos, com certa relutância, em direção à pele imaculada da deusa, tocando-a em seus ombros com suavidade e ternura.

Seu olhar era baixo e sua face voltada para seus próprios pés. Ela balança negativa a cabeça, tentando afastar a sombra impiedosa que se formava em sua mente. Onde suas outras faces discutiam entre si. Ecoando em sua mente como vozes estridentes de uma multidão. E tão altas, quanto os sons de um tambor

- Me leve embora daqui... me leve para longe... por favor...

Azriel não emitiu ruído algum, apenas a pegou em seus braços, com todo o cuidado.

E atravessou, para as montanhas, um lugar afastado, com apenas a neve e o rugido do vento eram suas fiéis companhias.

O pequeno corpo tremia e emitia sons tristes, que cortava o coração de quem pudesse os ouvir, Principalmente o de Azriel.

Era desesperador, ver sua mãe daquela forma. Tão frágil e tomada pela tristeza, sem ao menos saber o motivo para tamanha dor.

Ela se recusou a dizer o motivo de suas lágrimas. Só dizia para que ninguém soubesse que ali, ela se encontrava. E implorou a ele, mais de uma vez, que não ao contasse a ninguém.

E mais de uma vez, ele reafirmou o juramento a ela.

- A casa é encantada, para que possa lhe aprover tudo o quanto desejar, Mãe - Disse ele, Colocando a coberta no corpo encolhido da deusa, sobre aquela cama, macia e aconchegante do quarto de hóspedes - Basta pedir e ela o fará - Quando Azriel fizerá a menção de levantar, um sussurro partiu de Aemyra:

- Fiquei... por favor - suplicou, com um tom doloroso.

Azriel assentiu, retirando suas botas e as deixando ao lado da cama. E se aconchegou sobre ela, envolvendo o corpo da deusa para perto de si. Que se aninhou a ele, antes que sua consciência desse lugar a um sono profundo.

Corte de Amor e Ruína - CassianOnde histórias criam vida. Descubra agora