Todos estavam perdidos sem um roteiro a seguir, quais eram suas próximas falas? Qual era a próxima cena? A peça não podia continuar daquele jeito, não deveria na verdade, mas como poderiam parar? Não sabiam como, mal imaginavam que um novo plot estava se formando no andar de baixo, quando o visitante inesperado decide sair do seu esconderijo, tinha que encontrar a chave para o verdadeiro final, uma forma de sair daquela Casa maldita.
Seus passos ecoam pela Casa, os dedos nervosamente se intrelaçando uns nos outros, como pode acreditar na bondade deles? Como pode entra naquela casa sem sequer questionat? Pessoas como eles não pensariam Duas vezes em se livrar de um camponês sem importância, mas não era esse o fim que iria ter, só precisava achar a chave E saberia o que fazer, era isso que o roteiro dizia e se não achasse logo seria tarde demais, não sabia quando as curtinas fechariam, mas sabia que aquela histórias estava no seu ápice só bastava Ele decidir seu final.
— A chave para o final é a razão principal da peça, o motivo que ligam todos naquela teia de eventos. — O camponês cita as palavras que tinha lido no roteiro, o que descrevia o fim daquela peça infernal que eles parecia estar — A lâmina fria estática esperando ansiosamente para o ápice, o metal embedado pelo viscoso sangue, o último suspiro da tragédia.
As últimas palavras são como uma flecha no peito do camponês, alguém ia morrer, tinha que morrer, era assim que aquela história acabava, não iria permitir que fosse ele a cair, sem o resto do roteiro só sabia de uma coisa, quem não possuísse aquela chave estava em risco de morrer e não podia ser ele, não ia deixar.
— A razão da peça? O que isso significa? Eu preciso descobrir. — Os olhos do garoto enchem de lagrimas e suas pernas quase não aguentam o peso do corpo — O que eu fiz para merecer isso?... tem um motivo para isso acontecer comigo?... estou ficando sem tempo.
Ele pensa em desistir, pensa que não valia a pena, uma parte sua até se sentiu aliviado por isso, mas então a resposta vem com clareza, sem tempo? Tudo começou a desmoronar por um único motivo, tudo começou depois que...
— O relógio parou...
O camponês vai até o salão principal, seus olhos procurando se alguém estava ali e então depois de não notar ninguém ele se aproxima do relógio no meio da sala, os ponteiro parados sem mover um único milímetro, com uma forma irregular e uma ponta tão afiada, o metal dourado reflete a luz da luz que conseguia entrar levemente na sala... aquela era a chave do final, tinha certeza disso.
— Eu te encontrei...
Um sorriso se forma no rosto do camponês, sem qualquer felicidade verdadeira, ele abre o grande relógio e retira os dois ponteiros sentindo seu peso e como eram afiados... realmente poderia fazer isso? Faria de tudo para sobreviver?não tinha escolha... aquele era o final e não tinha como deter.
— Se afaste do relógio. — A voz profunda do mordomo ecoa na extensa sala, a quanto tempo ele estava ali? Não era importante, sua figura sai da sombras parecendo ciente do que o camponês planejava — O que pensa que está fazendo senhor?
— O que vocês estão fazendo? Acho que só estou me defendo. — O camponês segura com mais força os ponteiros, sua pele sendo aos poucos perfurada pela sua forma com pontas tão afiadas como uma lamina — Me trazem para essa casa louca, me tratam como um ladrão e prentendiam me matar, não acha razoável?
— Não é bem o que parece nós só... — o mordomo olha para o lado, sua boca seca sem poder explicar direito, era tanta coisa — Não é nossa culpa, não precisa acabar assim...
— E por acaso é minha culpa? Eu ouvi o que vocês queriam fazer comigo, quando acharam que eu roubei a página. — O mordomo fica surpreso, mas seu corpo mal sai da posse de sempre, seu rosto tentava em vão se manter neutro, mas o camponês podia o ler bem — O quão justo é eu fazer parte desse jogo que vocês criaram? Querem um final feliz... eu também quero o meu.
— E é assim que acabada? Com o sangue de todos nós nas suas mãos?
— ... Qual outro fim existe se não esse? Se sabe me conte por favor. — O camponês se aproxima devagar do mordomo, suas lágrimas banhando o seu rosto — Me diga outra forma que eu tenha de sobreviver, só me diz uma.
— Não temos o fim da peça, eu não sei como ela acaba...
O camponês não podia segurar suas lagrimas, ele se apoia no peito do mordomo, as lagrimas manchando o seu unifrome bem cuidado, não podia aguentar aquela pressão, o público vaiava pedindo a conclusão, e então ele sente seu braço sendo puxado com força e um barulho de carne sendo perfurada, o cheiro semelhante ferrugem rompendo em suas narinas, o corpo de ambos se sujamdo no processo.
—... O... que você...
O camponês mal podia falar pelo choque, como podia compreender? Aquilo não podia ser verdade, se deixou levar pelo roteiro e pagou o preço de forma dolorosa, ainda mais nas mãos do mordomo que parecia tão gentil com ele a um tempo atrás, como pode?
— Não se culpe visitante, talvez nós nos encontraremos em outra vida...
E então o mordomo não aguenta mais e suas pernas fracas finalmente cede, seu corpo caindo lentamente no chão com a ajuda do camponês que o segura colocando ele sobre suas pernas, seus olhos fitando por um tempo o ponteiro enfiado no estomago do mordomo.
—... Acho que esse não e o fim correto, os ventos continuam não balançando, o sol não surgiu... mas pelo menos irei em meus termos.
O mordomo estava certo, aquele não era o fim de verdade, mas o camponês não podia voltar atrás, esse foi o final que escolheu fazer e pelo menos a morte do mordomo não seria um peso que o camponês teria que carregar, ao menos era isso que ele queria acredtiar, mas na verdade a sua última gota de misericórdia se foi.
Esse não era o final verdeiro.
Era a noite insana, a noite de final ruim... e agora o campones tinha que terminar o serviço, a plateia anseia pelos momentos finais de todos, o fim dessa quebrada peça.
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woven in the endless night
Tajemnica / Thrillerum camponês se encontra perdido na floresta, com apenas uma carta nas mãos e sem um destino certo ele se encontra em uma mansão misteriosa com moradores prestativos, mas nem tudo parece ser o que se acha a primeira vista, em uma cadeia de mentiras e...