capítulo um;

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Pov autora

Como expressar a dor de ver seu jogador favorito passar por uma grave cirurgia que o afastará dos gramados pelo resto da temporada?

Martina, uma jovem palmeirense passa por um momento complicado na sua vida. Perda de membros da família, término de namoro, eliminação do time, possível venda de um querido jogador, além da lesão do seu tão amado meia.

Cansada de chorar agarrada a uma foto do futebolista, a jovem de 25 anos decidiu fazer algo. Se levantou, tomou um banho, se vestiu e resolveu ir ao hospital em que o craque alviverde se encontra.

Ela sabia que não a deixariam entrar na sala onde Raphael está, mas a garota tinha um plano. Óbvio que ela tinha. Tini sempre tem um plano, aprendeu com seu amado técnico, Abel Ferreira. Além de que a garota sempre foi fã de filmes e séries em que era preciso se infiltrar em lugares. Ela não sabia o porquê, mas sempre analisava e se imaginava em situações como essa. Sendo assim, Martina ativou seu lado atriz e chamou um Uber de forma urgente. Assim que o carro chegou, a garota começou sua cena fingindo estar passando muito mal.

- A senhorita está bem? - Perguntou o motorista assim que a garota entrou no carro.

- Não, por favor, me leve ao hospital Sírio Libanês o mais rápido possível! - Tini foi direta.

- Não quer ir a um hospital mais perto? A senhorita não parece bem. - O motorista de meia idade perguntou.

- Não, moço, eu não estou nada bem, mas já tenho médicos especializados lá. Agora, por favor, poderíamos ir? - A garota continuou perfeitamente com seu disfarce.

- Claro! - Sem questionar mais, o motorista seguiu rapidamente em direção ao hospital.

Em partes, a garota não estava mentindo. Sempre cuidava da sua saúde nesse hospital. Por pura coincidência do destino, o meia se instalou no mesmo local. Após chegarem, a garota pagou a corrida e já iria descer do veículo, mas o senhor questionou:

- A senhora não quer que eu espere? Não parece em condições de ficar sozinha. - Por um momento, Martina se culpou, mas lembrou que era por uma boa causa e logo voltou ao seu papel.

- Não precisa, irei ligar para uma amiga, mas obrigada! - Sem esperar mais, a garota desceu apressada do carro e logo entrou no hospital.

- Bom dia! Em que posso ajudá-la? - Perguntou a atendente.

- Bom dia! Eu não estou me sentindo muito bem, gostaria de ser atendida. Eu já tenho plano. - A garota já estava impaciente. Queria logo ver o seu craque.

- Oh, claro! Nome, por favor.

- Martina Stoessel. - Assim que falou seu nome, a atendente a olhou como se pedisse perdão. A família de Tini era uma das mais importantes da cidade. Também contribuiu com a fundação do hospital.

- Perdão, senhorita! Me acompanhe.

- Sem problemas. - Tini seguiu a atendente e após continuar perfeitamente com seu disfarce, ficou em uma sala esperando o resultado dos exames. Essa era a hora perfeita, pensou a garota. Sem mais espera, ela pegou uma roupa de enfermeira e saiu procurando a sala de Raphael. Ela sabia o que estava fazendo, mas ao mesmo tempo não. Estava exposta. Se alguém do hospital pegasse ela, já era.

Martina percorria o hospital com extrema segurança e atenta a tudo. Finalmente ela achou um quarto no qual parecia o dele. Batendo na porta levemente, ela entrou logo após ouvir a voz do teu amado;

- Pode entrar!

- Licença.. - Veiga a olhou como se perguntasse quem era ela.

- Eu sei que não deve está entendendo nada... - Ele a interrompeu.

- Você é uma nova enfermeira? - Perguntou o jogador confuso.

- Meu nome é Martina. Não se preocupe, eu não irei fazer nada. Apenas estava preocupada e precisava te ver com meus próprios olhos. - Falou ainda afastada. Ela não queria invadir ainda mais o espaço dele.

- Você é uma torcedora? Invadiu o hospital?? - Ele disse a última frase com um certo receio.

- Sim, sou palmeirense e não, não invadi o hospital. Minha família ajudou a construí-lo, a única coisa que fiz foi inventar uma pequena mentira. Sei que foi errado, mas não pude evitar. Estava muito preocupada.. - Tini falou tirando a roupa de enfermeira e ficando com a sua normal.

- Ok... eu até te entendo de certa forma. Já fiz algo parecido quando era mais novo. Se você não contar eu não conto. Combinado? - Sorriram um para o outro e a garota se aproximou dele.

- Sim! Obrigada por entender. Enfim, como você está?? A cirurgia correu bem? Está sentindo alguma dor? Já tem previsão de quando volta a jogar?... - A garota o encheu de perguntas. Depois de um tempo conversando, parecia até amigos de longa data, mas Tini se lembrou que precisava voltar.

- Oh merda!

- O que houve? - Perguntou Raphael

- Eu preciso voltar para a sala de espera! Droga...! Mas tudo bem, eu já consegui o que eu queria. Só de ver que você está bem já me deixa mais tranquila. - Isso não era nem um pouco mentira. Nem parece que a pouco tempo atrás a garota estava deitada chorando pelo jogador. Agora estava ali, ao lado dele e conversando como se fossem amigos de longa data.

- Eu agradeço pelo carinho. Isso é muito importante para mim. Espero te reencontrar algum dia.. - Veiga proferiu para a garota.

- Quem sabe no Allianz..agora eu preciso ir. Fica bem, ok?! - Ela levantou apressada indo em direção a porta.

- Você também. - Quando a garota estava quase saindo, ele lembrou de algo. - Ei! Qual seu nome?

- Pode me chamar de Tini. - Martina sorriu para ele e saiu da sala.. só o destino poderia dizer se eles ainda iriam se reencontrar algum dia...

A garota voltou para sala de espera e continuou com seu disfarce até poder ir para casa. Já Raphael, não conseguia parar de pensar na morena maluca que invadiu seu quarto, mas que melhorou cem por cento seu dia..

Dusk till dawn - Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora