Capítulo Seis

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Pete partiu quatro dias depois. Vegas o acompanhou até seu jato particular.

— Devo voltar em breve. — Comentou Pete. — O mais tardar em dez dias. Como dissolver o exército não é exatamente algo que já fizemos, é difícil dizer com certeza. — Ele fez uma pequena careta. — A menos que meu pai apareça com outro motivo pelo qual eu precise estar fisicamente presente em Lan Na.

Os lábios de Vegas se estreitaram. — Você precisa voltar antes que Lorde Ksar retorne para verificar como a paz está se mantendo. Suspeito que ele não se importará em nos avisar sobre sua visita com antecedência.

— Ainda falta cerca de um mês. — Respondeu Pete, dando de ombros. — Tenho certeza de que estarei de volta até lá. Ou você poderia ir para Lan Na?

Vegas balançou a cabeça. — Não posso deixar meu trabalho no Senado. Seus deveres são muito mais flexíveis do que os meus.

O cheiro de Pete se intensificou com o aborrecimento, e Vegas sentiu seu próprio cheiro engrossar em resposta. Eles se encararam.

Pete foi o primeiro a desviar o olhar, para satisfação de Vegas.

— Tudo bem. — Grunhiu Pete, sua voz mais áspera do que há muito tempo.

Vegas não gostou. Ele gostava quando Pete estava rindo ou sorrindo. Quando Pete estava de mau humor, seu cheiro de alfa se tornava muito mais pronunciado, o que só servia para agravar ainda mais o seu.

Quando Pete começou a se virar, Vegas agarrou seu braço. — Pete.

Pete olhou para ele. Vegas abriu a boca e depois fechou. Ele nem tinha certeza do que queria dizer. Não iria se desculpar por dizer a verdade.

O horário de Pete era muito mais flexível do que o dele. Ele era o general de um exército em tempos de paz. Vegas era um senador ativo e líder do partido Liberal do Senado Kadariano.

Mas o que quer que Pete tenha visto em seu rosto, foi o suficiente para suavizar um pouco sua expressão. — Eu também não quero viajar brigado com você. — Murmurou Pete. Um sorriso hesitante se formou em seus lábios. — Acho que nos tornamos bons amigos, certo?

Amigos. A palavra não parecia muito certa. Ele gostava de Pete. Ele era simpático, caloroso, paciente e bem-humorado. Ele era fácil de conversar, fácil de gostar, fácil de confiar - Vegas não esperava gostar tanto dele - mas sua presença sempre o deixava inquieto. Ele nunca conseguia relaxar ao lado dele.

— Sim. — Respondeu Vegas. — Claro que somos amigos.

Pete sorriu, o que tornou seu cheiro muito mais doce e tolerável. — Até logo então. — Ele disse, puxando Vegas para um abraço de um braço só. — Não seja um estranho. Ligue para mim.

Quando ele começou a se afastar, Vegas não permitiu. Mantendo-o imobilizado, ele empurrou o rosto contra a garganta de Pete.

Pete riu. — Ah, qual é! — Mas ele não estava empurrando Vegas para longe, permitindo-lhe marcá-lo completamente com o cheiro.

Quando os instintos de Vegas finalmente ficaram satisfeitos, ele deu um passo para trás e disse rigidamente: — Até logo. Tenha um voo seguro. — Pete apenas balançou a cabeça com um sorriso fácil e se afastou, cheirando a Vegas.

Vegas observou o jato decolar e desaparecer na direção de Lan Na. Ele suspirou, sentindo seu corpo relaxar pelo que parecia ser a primeira vez no mês. Por mais que gostasse de Pete, Vegas estava feliz por finalmente ter uma distância tão necessária dele. Ele odiava o efeito que Pete tinha sobre ele: o transformando em um animal primitivo e territorial em torno do outro alfa.

Longe do cheiro irritante de Pete e de seus sorrisos fáceis, a cabeça de Vegas parecia mais clara. Ele se sentia mais calmo em geral, mais como ele mesmo. O sentimento de que precisava mijar por toda a casa - e no estranho alfa dentro dela sumindo.

Com sorte, a distância acalmaria seus instintos e quando Pete voltasse, eles poderiam ser amigos normais sem que Vegas precisasse marcá-lo com o cheiro a cada hora.

Ele mal podia esperar para que isso acontecesse.






Unnatural - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora