capítulo 2

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Era noite, as 19h mais ou menos, quando dois jovens, Caio e Matheus, gritavam pelo nome "Luis" em frente à sua casa. Luis, um jovem que sofria de depressão, estava tentando se afastar de todos e do mundo depois de perder alguém importante. Mas, por insistência dos seus dois únicos grandes amigos, ele aceitou ir à festa evangélica esperada por eles.

     O pai de Luis, incomodado com a gritaria e os cachorros dos vizinhos, chamou seu filho que estava em seu quarto com a mãe.

     "Anda logo, vai deixar os garotos esperando!?" Gritou o pai dele.

    "Eu já vou..." Gritou Luis.

    "Hm... Sei não! Tu é né?" Gritou o pai. "Tô achando que tu é"

    "O meu irmão anda cheio de garotos e você não diz nada!" gritou Luis.

   "Mas ele tem namorada!" Gritou o pai.

   Luis suspirou sentado na cama, meio irritado e triste.

   "Tem certeza que você não vai poder ir?" Perguntou Luis.

    "É complicado filho..." Disse a mãe.

    "Você diz isso sempre, não posso sair porque seu pai tem abstinência e se ficar sozinho vai encher a cara." Disse Luis lacrimejando. "Eu só queria que tudo voltasse a ser como antes."

    "E vai filho, pode não ser hoje, mas um dia vai", disse a mãe. "Acredite."

   O pai dele novamente ficou incomodado com a gritaria lá fora e gritou outra vez.

   "Vai deixar eles esperando? Desce logo!" Gritou o pai dele irritado. "Eu quero ver o jornal!"

   "Ei, ei homem de Deus, ele já vai!" Gritou a mãe dele.

  "Escute filho, eu sei o quanto sua avó faz falta, eu também sinto", disse a mãe dele. "Mas você se lembra do que ela sempre dizia?"

   "Pra não chorar quando ela não estiver mais aqui?" perguntou Luis.

   "Sim. E você sabe por que ela falou isso?" Perguntou a mãe.

    "Mais ao menos.", disse Luis.

    "Ela quis dizer para não sofrermos, para continuar com a vida. Me promete que vai tentar?" Disse a mãe.

"Tá bom", disse Luis. "Eu prometo."

   A mãe o abraçou, ele suspirou e desceu a escada com ela. Seu pai voltou a zombar dele.

   "Graças a Deus! A princesa já terminou de retocar a maquiagem!" Zombou o pai.

    "Querido!", gritou a mãe dele.

    "Até peguei a bolsa da mamãe emprestada pra combinar", disse Luis, na ironia.

   "Bicha!" Gritou o pai dele.

   "Pensa o que quiser", disse Luis.

   No portão, a mãe de Luis se despediu dele e de seus amigos. E ambos foram andando na direção do carro de Caio.

   "Cara essa noite vai ser épica!" Disse Caio. "Vai ser extraordinária!"

  "Já podem falar a verdade, vai ser só um culto", disse Luis. "Vocês falam como se estivéssemos indo para uma grande festa."

    "Que isso, pô", disse Caio.

    "Ele já sabe?" Disse Matheus.

     "Ainda não", disse Caio.

     "Do que estão falando?", perguntou Luis.

     "A gente fez uma descoberta histórica na aula de sociologia", disse Caio.

     "A descoberta de todas as respostas! De tudo o que você possa imaginar", disse Matheus.

     "Muita sabedoria!", Disse Caio.

     "Vocês estão bem?", perguntou Luis. "Talvez a gente possa cancelar, não me incomodo de ficar mais um ano trancado no meu quarto. Depois que se acostuma, é até normal. Muito melhor que criar falsas expectativas em algo que sabemos que nunca vai acontecer."

   "Isso porque você não sabe da descoberta", disse Caio. "vai mudar totalmente sua forma de pensar".

  "E me advinha, isso tem a ver com aceitar Jesus", disse Luis. "Já fiz isso. Sempre recebia a mesma resposta, talvez não era pra ser. Quando vai ser?"

   "Quando Deus quiser que seja", disse Caio. "Qual é, pô. Hoje vai ser diferente. Vai ser a noite de nossas vidas. E o que é especial, é estar junto de vocês. Não seríamos Os Macabreus sem nenhum de vocês."

   "Eu entendo... Eu agradeço o que estão fazendo. Eu vim justamente por vocês", disse Luis. "Vocês são como irmãos pra mim."

   "Isso aí", disse Matheus. "Agora, o anúncio hiper mega importante..."

   "E qual seria esse anúncio?", disse Luis sorrindo.

   "P.S.I, meu amigo", disse Caio.

   "Tá faltando um U nesse psiu", brincou Luis.

   "Vai zoando, você não sabe da história por trás da P.S.I", disse Matheus. "A P.S.I são siglas. Significa por que a sociedade influencia."

  "O quê?", disse Luis. "Isso conseguiu ficar ainda pior."

"Que isso, pô. É nosso lema", disse Caio.

"Você tá agindo como um tremendo sociateu", disse Matheus.

"Sociateu?", perguntou Luis. "Para onde a Nada vai quando precisa dela?"

"Cara, você tá achando engraçado porque não  entendeu pô", disse Caio. "Mas tudo começou quando Matheus olhou pra mim, ele me pediu um apontador emprestado, pois o dele havia quebrado. E a professora antipática sociatéia não gostou nadinha."

   "Por que?", perguntou Luis.

  "Porque pensou que não estávamos prestando atenção na aula", respondeu Matheus. "Prossiga meu amigo".

  "Então a professora nos mandou explicar tudo o que ela está falando. Fazer um pequeno resumo e apresentar na frente de todos. E foi aí meu caro. Que descobrimos a benção. A resposta de nossas vidas", disse Caio. "Pois o título da matéria já falava tudo."

  "Nossa, o que vocês falaram?"  disse Luis.

  "Juntamos porque com o tema da aula, e ficou porque a sociedade influencia", disse Matheus. "E a professora não disse mais nada. Porque sabia que estávamos certo."

   "Ela marcou uma reunião com nossos pais", disse Caio.

  "Ela disse que precisamos de ajuda", disse Matheus.

   Luis caiu na gargalhada e o pai de Caio buzinou o carro. E ambos entraram sorrindo.

   "Essa noite vai arrebentar!" Disse Caio no carro.




Destiny Bond's: O Conto Do Cão Fantasma!Onde histórias criam vida. Descubra agora