capítulo único || Tuesday.

195 23 3
                                    

Era uma tarde de terça-feira. Uma tarde tranquila na qual tanto Wade quanto Peter poderiam descansar de suas tarefas, afinal, até os heróis mais dedicados mereciam descansar de vez em quando.

O sol fraco de primavera invadia o apartamento em que o casal residia, acariciando a pele amorenada do ex-mercenário. Mantinha os olhos fechados, sentindo a luz delicada aquecer-lhe a face e o colchonete esticado ali praticamente abraçar seu corpo juntamente com os travesseiros e almofadas que seu namorado havia disposto sobre o local. A brisa fraca, fria, que percorria o ambiente era impedida de esfriar seu corpo graças a fina manta que lhe cobria o dorso nu.

Não demorou muito para que o cheiro adocicado de café recém-coado invadisse seu olfato, fazendo-o sorrir internamente, afinal, aquele cheiro tão gostoso denunciou o motivo pelo qual Peter demorara tanto na "ida ao banheiro". Certamente ele aproveitou o momento para também ir à cozinha.

Wade suspirou, abrindo os olhos e então foi capaz de encontrar parte do céu que não era coberto pelo teto da varanda. A primavera de longe era sua estação favorita, afinal, apenas na primavera era possível ver o céu de um azul tão bonito. As nuvens, parcialmente douradas pela luz do sol, caminhavam devagar, empurradas delicadamente pelo vento.

Som de passos alcançaram seus ouvidos, capturando sua atenção quase que imediatamente e, quando seus olhos puderam alcançar a origem do som, um sorriso bonito lhe estampou a face.

Ali estava Peter, esboçando um sorriso tão bonito quanto o seu, o qual evidenciava as covinhas adoráveis que adornavam suas bochechas juntamente com uma porção de pintinhas que pintavam delicadamente a face e o colo. As ondinhas em seu cabelo castanho escuro estavam revoltas, denunciando que, assim como Wade, havia permanecido ali deitado por um tempo considerável. O sol tocava-lhe o dorso nu, cobrindo com dourado a pele levemente amorenada e refletindo em seus olhos de cor semelhante ao líquido que descansava nas canecas que segurava, uma em cada mão.

O rapaz de cabelos loiros não demorou a se sentar, ajeitando um dos travesseiros atrás de suas costas para que seu próprio dorso nu não entrasse em contato com a parede gelada atrás de si. O moreno, todavia, esperou para que pudesse se sentar à frente do namorado no colchonete, oferecendo a ele a caneca decorada com o símbolo do "amigo da vizinhança" que o loiro havia certamente comprado em alguma lojinha de bugigangas assim como a que Peter havia separado para si, estampada com o desenho da máscara que Wade usava.

— Obrigado, amor. — O ex-mercenário agradeceu, pegando com cuidado a alça da caneca oferecida. — Por que não me chamou para ajudar? — Questionou enquanto assistia o moreno assoprar a bebida quente, numa tentativa de esfriá-la um pouco para que não queimasse a boca ao bebericar.

— Você tava dormindo tão bonitinho que fiquei com dó de te acordar. — Confessa o rapaz assim que degusta o café levemente adocicado, o qual agradava muito tanto o seu paladar quanto ao de Wade.

O loiro riu baixinho, solvendo um pouco de seu café e assim que o gosto da bebida levemente adocicada finalmente alcançou seu paladar, ele se permitiu suspirar em puro deleite. O café feito por Peter era e sempre seria o melhor que ele já havia bebido.

— Uau! Você se superou! — Wade diz, bebericando mais um pouco do café.

Peter solta um risinho anasalado, levemente envergonhado pelo elogio lançado por Wade. Depois de tanto tempo juntos, ainda era inevitável para Peter não se sentir tímido diante dos elogios de Wade, sendo estes para si ou para algo que fizesse, principalmente se fosse para algo que fizesse para o outro.

— Nem é pra tanto. — Escondendo um sorrisinho por trás da caneca antes de beber mais um pouco, Peter desvia o olhar, alcançando os outros prédios residenciais, os quais também eram agraciados com a luz solar.

you're my angel, baby || spideypool.Onde histórias criam vida. Descubra agora