O Morte

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A morte venho me visitar, mas por algum motivo não venho para me levar, somente pediu


para conversar, ela me ofereceu um cigarro, achei meio estranho e recusei, mas logo vi que


ela não queria me prejudicar e então perguntei:


-Por que me escolheu para conversar com você?


E ela me respondeu em tom de tédio:


-Sem motivos, só quem sabe é o destino.
- Mas pra que conversar com um mortal?


-Estou cansada dessa minha "vida"


Respondeu rindo para mim.


-Como assim? deve ser ótimo ser a morte e ter a vida eterna e conhecer as histórias de outros


mortais...


-Sim, é legal e tudo mais, mas uma hora cansa... Já pensei e tentei suicídio, mas é impossível,


já tentei parar de matar para ver se Deus me castigava com meu fim, mas nem adiantou, sou


muito desastrada e cada tropeço meu era mais uma vítima.


Olhei para as lágrimas dela e quase chorei, o ar estava repleto de tristeza, parecia que as


vítimas dela choravam ao seu lado, não aguentei vê-la daquele jeito e lhe dei um abraço e do


nada tudo mudou, as vítimas se foram, as lágrimas de tristeza se tornaram de alegria e na


morte começou a aparecer pele, peito, cabelo e um lindíssimo vestido, nesta hora hora tinha


me apaixonado por ela, mas quando olho para trás vejo uma adaga em meu pulmão, na


mesma hora começo a virar somente osso e minha roupa se transforma em uma vestimenta


preta, ela olha pra mim com um imenso sorriso me da um beijo longo em minha boca que já


não existia mais e me deu obrigado.


Quando ela foi embora percebi que tinha me transformado em "O morte" fiquei triste por um


tempo, mas atualmente faço meu trabalho feliz toda vez que lembro do sorriso dela e que o


motivo dele sou eu.

Mateus Grucci

Amálgama PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora