Prólogo

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- Eloá, corre! - Ele implora desesperado. Aceno que não com a cabeça, demonstrando que não irei abandona-lo. - Pare de ser teimosa, você vai morrer se não for embora agora. - Lágrimas escorrem pelo seu rosto e consequentemente pelo meu também, me impedindo de enxergar o rosto do garoto.

- Prefiro morrer ao seu lado do que conviver com a culpa de tê-lo deixado. Minha vida perde o sentido sem você. - Digo, olho para a bomba. 30 segundos. Não sabemos a intensidade, nem até quantos metros ela pode destruir, mas estamos a 6 metros de distância dela e isso é o suficiente para saber que atingirá onde estamos.

- Eloá corre! Eu imploro, salve a sua vida. - Aceno que não com a cabeça. Seguro sua mão toda ensanguentada e a acaricio. - Não estrague a sua vida por mim.

- Eu escolhi isso no momento que decidi ficar ao seu lado. - Digo. Olho para a sua perna imprensada em um concreto. - Se você não pode sair, eu não irei sair também. - Olho para a bomba novamente. 10 segundos. Fecho meus olhos fortemente e conto os segundos restantes em silêncio na minha cabeça. 5, 4, 3, 2, 1. Agora não tem mais volta, o barulho da explosão soa em meus ouvidos.

Acordo em um sobressalto e de olhos arregalados, só suspiro de alívio quando percebo que tudo isso não passou de um sonho. O que eu não sabia era que esse sonho era o destino tentando me alertar sobre o que me aguardava.

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