Capítulo 5

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A jovem respirou fundo, se sentindo cansada mesmo sem ter feito nada o dia inteiro, essa conversa a deixava extremamente esgotada e sem forças só de imaginar a reação de Neteyam, mas não poderia adiar mais a conversa.

-O meu clã é diferente dos outros, Eywa nos deu um presente magnífico, e por conta desse mesmo presente, temos que nos esconder.-Neteyam escutava tudo com atenção, tanto que decidiu perguntar algo.

-E o que é esse presente?

-Conseguimos mudar nossa forma para um Palulukan, ninguém sabe como ou quando essa habilidade nasceu.

Só se escutava o barulho dos Na'vis que estavam perto de sua cabana, e isso deixou o clima extremamente desconfortável, ela sabia que Neteyam ficaria estranho, só não sabia que o garoto ficaria sem fala alguma.

-Neteyam pelo amor de Eywa fale alguma coisa.- A garota com medo implorava acalento, e infelizmente não encontrava nenhum até o momento do jovem Na'vi decidir se pronunciar.

Neteyam pegou o rosto de Nayla com as duas mãos para que ela olhasse para ele, e quando seus olhos se encontraram foi uma explosão de sentimentos em ambos, seus corações batiam em um uma sincronia sem igual.

-Escute minhas palavras Nayla, eu gosto de você mesmo você sendo diferente, e eu nunca deixaria de ser seu amigo só por você ser quem é.

Nayla sentiu uma dor forte em seu peito com a palavra "amigo" ela queria chorar, queria gritar para Neteyam que queria ser mais que sua amiga, mas ela não tinha coragem no momento, foram tantas emoções nessa manhã que ela estava esgotada, não tinha forças para absolutamente nada.

-Obrigada por me entender e ser meu amigo Neteyam.- A garota agora carregava um sorriso falso em seus lábios, e o culpado por isso nem ao menos percebeu, estava incomodado com a palavra "amigo" mais não sabia o por que de estar tão incomodado.

-Vou terminar de assar a carne e poderemos comer ok?

Neteyam concordou com a cabeça levemente incomodado com o clima que ficou presente, nenhum dos dois falava nada, presos em seus pensamentos de tristeza e confusão.

-Pronto terminei.- Nayla disse servindo uma cumbuca de sopa de carne.- Venha logo comer.

-Ah finalmente!- Neteyam pegava a cumbuca que ela tinha o estendido.- Estava com saudades de sua comida.

A garota ficou com uma vergonha absurda, ela sabia que sua comida era boa, mais quando Neteyama a elogiava, ela se sentia nas nuvens.

-Eu amo a sua comida, e espero que cozinhe sempre.

Após essa fala Neteyam se sente extremamente envergonhado, suas bochechas atingiram uma coloração meio arroxeada pela vergonha, enquanto a pobre garota só pensava em como ela faria de tudo para ter uma chance com Neteyam.

Depois de organizarem as coisas que tinham sujado, o garoto Omaticaya pensava em como pediria para dormir na cabana da menina, ele estava cansado, e não queria chegar na casa e escutar seu pai reclamar de como ele não cuidou o suficiente de seus irmãos.

O garoto se perguntava como ele pode se sentir tão preso com sua família mais tão livre com Nayla.

Não o entenda mal, ele amava sua família mais do que tudo no mundo, o porém é que depois que o povo do céu invadiu sua casa tudo mudou, seu pai era rígido e isso estava piorando com o passar do tempo, sua mãe que andava sempre sorridente, agora raramente sorria, ele sabia que tinha que ajudar seus pais, mas a cobrança era tanta que ele estava prestes a explodir de tanto estresse.

Talvez seja o fato de ela enxergar ele pelo que ele era, e não como o filho de Toruk Makto, o Grande Herói de Guerra, mas para o momento ele não tinha respostas, só a sensação de que se ficasse com Nayla ele sempre se sentiria em casa.

Neteyam se sentia nervoso, cada célula dele parecia entrar em combustão, ele sabia que agora deveria ter a coragem que sua mãe sempre falava que lhe faltava, então, reunindo sua última vergonha na cara (expressão humana que seu pai sempre dizia) a arremessou para longe.

Abriu a boca num suspiro grande em cansaço, como quem não queria nada, só para falar:

-Posso dormir aqui essa noite? Prometo não fazer barulho.- Os olhos pidões do garoto agora encaravam sua "amiga" que estava tentando ao máximo não surtar, afinal dormir nas matas com alguém era normal para seu clã, o estranho era dividir seu lar, que era dedicado somente a família ou o seu cônjuge.

-Neteyam... Olha eu gosto da nossa amizade é tudo mais. - Neteyam sentiu um gosto amargo, aquele gosto quando comemos algo e nosso estômago quer expulsar imediatamente sem mais nem menos, mais ele segurou firme e a deixou continuar.

-Mas para mim, esse lugar é sagrado, uma coisa foi dormimos em florestas, outra é isso, se eu te deixar dormir aqui, seria como se fosse meu noivo.

O garoto a olhava agora como se realmente quisesse isso, parecia que ele a queria como noiva. E os pensamentos da menina estavam todos certos, Neteyam a queria mais do que qualquer coisa em sua maldita vida de ser baba, ele queria Nayla por que sabia que seria amado, cuidado visto, e a melhor coisa de todas, a daria amor na mesma proporção.

-E quem te disse que eu não quero ser teu noivo?- Não estava nos planos, Neteyam não queria ter soltado isso, agora os dois se encontravam e pane, Nayla por estar sendo correspondida, bom, ela achava que sim, mais tinha uma voz irritante e egoísta falando para a menina que ele só não queria voltar pra casa, por isso disse o que a garota queria ouvir.

Já para Neteyam, tinha uma voz o dizendo que foi burro, que Nayla o ia achar um precipitado ou pior um LOUCO Neteyam estava quase surtando, para ele a aprovação de Nayla era tão importante como a de seu pai.

O menino se encontrava ofegante, parecia que tinha corrido a floresta toda, mais na verdade estava com medo da resposta de Nayla, a menina que mais o chamou atenção até agora, ele faria de tudo por ela, mataria se fosse preciso.

-Neteyam... olhe para mim.- O garoto assim o fez, pegando em suas mãos Nayla as coisas entrelaçou o encarando fixamente.- Tu tens certeza que é isso que queres? Por que se dormir aqui acabou, serás meu pra sempre, afinal isso é o que meu povo acredita.

O jovem olhando a mulher que mais desejava disse com uma convicção invejável:

-Tenho, não irei me arrepender, afinal, eu escolhi você.

- Então seremos nós contra tudo e todos.- Sorriu a garota agora com o coração em chamas.

-Seremos nós contra tudo e todos.

E com mais uma promessa entrelaçadas em seus jovens corações dizendo que sempre serão só eles contra o mundo. Mas, será mesmo que estariam dispostos as tudo para cumprir sua promessa? ou foram só palavras vazias de pessoas embebedaras pelo seu egoísmo e medo de perder o que se ama?

Notas da autora: olha, queria contar que foi muito difícil fazer suspense, pra mim eles são um casal fofo e vocês o que acharam?? Por favor votem e comentem, adoro ler o que vocês acham sobre a história. Bjs

Capítulo não revisado.

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