O fim de novembro chega quase despercebido. Ou seria, se não fosse pela pequena excessão de que o sol começa a se pôr às três e meia da tarde, depois às três e quinze, depois às três, a luz do dia torna-se uma presença quase enigmática na ilha, mal vista até desaparecer novamente. É difícil viver sem sol durante tanto tempo, e é por isso que Louis e Harry passam grande parte dos seus dias na praia ou no topo da torre, rodeados de janelas. Eles absorvem a luz o máximo possível até que a noite quase interminável os cubra de novo, dia após dia.
Louis já não se espanta com isso e é por isso que naquela tarde específica, mal desvia os olhos do seu romance quando o sol começa a se pôr, se movendo ao longo do sofá em direção ao abajur na sala da lanterna para a luminária facilmente. Harry também não se assusta, continua a escrever no seu famoso diário sem prestar atenção em Louis, ou na luminária. Ele parece estar se esforçando um pouco hoje, escrevendo páginas e páginas e depois voltando para lê-las e suspirando com o que encontra lá. Ainda assim, os sons do que quer que seja que ele está criando acompanham Louis há dias, e é por isso que ele mal presta atenção e continua a ler o drama familiar que pegou no dia anterior.
Ele está completamente imerso na história quando a luz se apaga misteriosamente algumas horas depois do pôr do sol. Louis é conhecido por mergulhar em um bom livro e esquecer o resto do mundo, mas ele sabe no fundo dos seus ossos, que não são nem perto das onze horas.
Ele solta um pequeno suspiro, põe o livro de lado e murmura um pequeno "claro", principalmente para si mesmo, enquanto tira o celular do bolso.
Como ele suspeitava, recebeu várias mensagens de pessoas do vilarejo confirmando que também estão sem energia e perguntando se ele está bem no farol.
"O que está errado?" Harry pergunta, parecendo confuso, e talvez até um pouco preocupado. "O que aconteceu?"
"Não é nada." Louis diz tranquilizadoramente, sem desviar os olhos do seu celular enquanto responde a todos. "É só um corte de energia." Acrescenta, finalmente olhando para Harry e dando-lhe um sorriso caloroso. "É a ilha inteira." Explica ele, passando o celular de uma mão para a outra. "Alguns dos vizinhos enviaram mensagens, embora dificilmente pudéssemos chamá-los de vizinhos, considerando o quão longe eles estão."
Louis estala a língua, depois volta a guardar o celular no bolso, levanta do sofá e caminha em direção ao baú no meio da sala. Ele abre e começa a vasculhar lá dentro.
"Não é nada para se preocupar, acontece o tempo todo." Louis continua a explicar enquanto continua a olhar para a confusão. "Você teve muito sorte até agora, na verdade." Comenta, enquanto a sua mão envolve uma lanterna. "Aqui está." Ele a joga em Harry sem realmente olhar, satisfeito quando não ouve nenhum gemido de dor.
"Você não está preocupado?" Harry pergunta e quando Louis se vira para olhar para ele, ele acende a lanterna, quase cegando Louis com ela. "Oh! Desculpe." Ele ri, apontando-a para longe do rosto de Louis.
"Por que eu estaria preocupado? Nós literalmente vivemos sem energia todas as noites, não é como se não estivéssemos acostumados com isso."
"Você dirige um negócio, um restaurante!" Harry insiste. "E a sua geladeira? Seus freezers?"
Louis dá de ombros, virando-se para olhar o baú novamente. "O gerador noturno deve ter força suficiente para mais algumas horas. Liga sempre que há um corte de energia e mantém os serviços essenciais, quer o corte seja planejado ou não. Os cortes são frequentes, mas raramente duram muito tempo. A menos que esteja formando uma tempestade, mas se fosse esse o caso teríamos sido avisados. Deve ficar tudo bem."
"Bem, se você tem certeza." Harry diz, parecendo cem por cento não convencido.
"Você pode se surpreender ao descobrir que não é a primeira vez que isso acontece comigo." Louis brinca, finalmente encontrando uma segunda lanterna. "Ah há!" Diz triunfante, verificando se está funcionando antes de fechar o baú. Ele volta para o sofá e seu livro. "Então, sim, amanhã de manhã deve estar tudo bem. Até lá, vamos ter que usar isso mais cedo, desculpe." Ele diz, acenando com a lanterna na direção de Harry, certificando-se de manter o feixe de luz longe do rosto dele.
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Tired Tired Sea (Larry Stylinson)
FanfictionComo proprietário de uma pousada na mais remota das Ilhas Britânicas, Louis Tomlinson está acostumado a passar a metade mais fria do ano em completo isolamento, com seu cachorro e o mar como únicos companheiros. Até que, um dia, um estranho misterio...