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[Nome] Ishikawa, 16 anos...

Depois que voltei para o quarto do hotel onde estávamos, nenhuma de minhas amigas perguntou o que aconteceu. Elas já sabiam, não era necessário uma conversa, assim como tinham certeza de que eu falaria com elas quando estivesse pronta.

Após Asura e eu nos deitarmos para dormir, ouvi alguém batendo na porta do quarto que eu dividia com azulada. Fingi não ouvir nada e, com um suspiro de rendição, minha melhor amiga levantou-se e foi ver o que era.

"Me desculpe, Saito-san, mas [Nome] está?" a voz era doce e calma. A mesma que fizera meu coração bater rapidamente uma vez. Sem dúvidas Seijūrō havia retornado ao seu antigo estado e estava ali para falar comigo.

Mas eu ainda não estava pronta.

"Akashi-san, ela está dormindo. Quer deixar algum recado?" Asura bocejou e eu imaginei que havia se apoiado no batente da porta.

"Pode avisar à ela que iremos ver os jogos de vocês amanhã?" senti meu coração apertar e tive vontade de gritar um 'NÃO', mas me contive. Isso me faria ter de conversar com ele e aquilo era o que eu não precisava antes de uma competição importante como a que se iniciaria no dia seguinte.

"Claro, mas Akashi-san... Não acho que seja uma boa ideia." Asura merecia todos os doces do mundo e eu teria certeza de recompensá-la com alguns.

Ouvi ele soltar o ar devagar. "Esse é o desejo dela?"

"Tenho certeza que se ela estivesse acordada, falaria o mesmo."

"Tudo bem. Boa sorte para vocês amanhã..." Asura começou a fechar a porta, mas parou. Seijūrō deveria ter mais alguma coisa para falar. "Entregue isso à ela, por favor." foi tudo o que disse antes que a porta se fechasse e a luz do quarto fosse ligada.

"Eu sei que está acordada." abri os olhos, olhando para a mais alta. "Você ouviu, não?"

"Ouvi. E agradeço pelo que falou. Não seria bom se ele fosse."

"Aqui..." ela jogou uma sacola em cima de mim, onde havia uma rosa vermelha pendurada na frente. "Ele pediu que te entregasse."

Abri a mesma, encontrando uma caixinha com alguns bombons de chocolate e um envelope. Suspirei, abrindo-o apenas para encontrar uma carta e uma foto.

Na foto, estávamos nós dois, antes da personalidade extra de Akashi dominá-lo. Um enorme sorriso estava estampado em meu rosto, enquanto o avermelhado olhava para mim com carinho ao invés de olhar para quem tirava a foto.

E, novamente, eu estava chorando pelo que havíamos perdido um ano atrás. Na imagem, ele segurava minha mão, mostrando-a para a câmera.

Quando éramos mais novos, fizemos uma promessa de que, quando tivéssemos idade o suficiente, nos casaríamos.

Conforme fomos crescendo, a promessa foi ficando mais forte. Ele havia sido meu primeiro beijo inocente, ainda no fundamental. Eu o amava e me sentia amada. Akashi era o meu príncipe encantado. Não o imperador frio que os outros conheciam, mas um garoto doce e encantador.

Claro que não pretendemos nos casar rapidamente, era uma promessa entre crianças, mas ambos levamos muito a sério e desenvolvemos nosso relacionamento a partir dali.

Mesmo após termos rompido qualquer amizade que tínhamos, ele me seguiu até Rakuzan. Uma promessa que fizemos antes que toda a desgraça acontecesse. Ele continuava por perto e quando um garoto se aproximava de mim, misteriosamente me evitava no dia seguinte, até Kuroo aparecer.

Respirei fundo, antes de abrir a carta. Me preparando psicologicamente para as palavras que iria encontrar.

"[Nome],

Emperor Eye (Akashi Seijūrō X Leitora) LongficOnde histórias criam vida. Descubra agora