RICTUDORMIENS | Após entrar em uma banda durante seus anos escolares em Hogwarts, Draco precisou encarar o mundo bruxo e enfrentar os problemas que adquiriram após a maioridade. Totalmente escondidos do governo, os membros da Rictusempra não queriam...
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Às vezes, tudo o que eu precisava era lembrar do dia em que entrei naquela garagem pela primeira vez.
De quando aproveitei uma falha da segurança do presídio Malfoy e fugi no final da tarde, chegando até o local das audições. Quando vi Nyx entrar também, me olhando com confusão e um sorriso sarcástico. De quando ela flertou comigo pela primeira vez, mas estando pronta pra me socar a qualquer momento.
Tinha muitas lembranças, qualquer uma capaz de me trazer total felicidade ao corpo. Mas aquela.. aquela era diferente. A primeira vez que subi em um palco, a primeira vez que cantei na frente de alguém além do espelho.. Nada melhor para me fazer conjurar um patrono do que no dia em que entrei pra Rictusempra.
Mas tinha uma lembrança que, com certeza, competia com essa.
A olhava escolhendo os livros, seus dedos lentamente passando entre as capas. Fred e George contavam alguma piada, então ri, fingindo entender, mas minha mente só focava nela. Nos cabelos caindo em suas costas, no olhar concentrado. Era nosso primeiro dia como adultos formados em Hogwarts, e além da forma como estávamos levemente felizes pela liberdade, todos tinham um pequeno medo do que viria a seguir. Nyx não, ela só queria ler.
– A loja vai bem, obrigado por perguntar, Draquinho..
– Não ligo pra loja de vocês. Não tenho desconto lá. – sorri, sarcástico. – Inclusive descobri que paguei o dobro do preço naquela bomba de fumaça.
– Não foi coisa nossa. Vamos demitir o estagiário..
– O Ron? – perguntei, os vendo gargalhar. – Pelo amor de Merlin. Por um mísero segundo, podem me deixar admirando minha..
Olhei de volta para onde Nyx estava, mas ela já havia desaparecido. Me assustou ao me abraçar por trás, um pacote em suas mãos.
– Já paguei tudo, vamos?
– É pra mim?
– Sabe ler ainda? – ela pergunta, com um sorriso. Concordo com a cabeça, me aproximando dela e a beijando lentamente. – Não pense que um beijo vai pagar o presente.
Saímos da loja, eu a olhando em incredulidade.
– Você tem umas cinco figuras paternas e ninguém te ensinou o que "presente" significa? – debochei.
Ela negou com a cabeça, o olhar mais irônico que tinha. Se aproximou de mim novamente, passando os braços pelo meu pescoço. Automaticamente abracei sua cintura, nossos rostos quase colados. O resto da banda cantava alguma música de casamento pra nos irritar, mesmo sabendo que era inútil. Não ligava pra nada no momento além dela.
