Trabalho

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Eu estava o beijando, beijava o metido de tranças com todo o desejo que habitava em meu corpo como se nada ao nosso redor importasse. Tom me puxou para ficar em seu colo, com suas mãos coladas em minha bunda enquanto ainda me beijava fortemente. Não sei o que deu em mim, mas aquele beijo estava sendo o melhor que eu já dei em toda minha vida. Uma mão de Tom estava entrando em minha saia lentamente, e isso me deixou maluca. Mas quando estava prestes a entrar por baixo da minha saia de verdade...

— Não! Droga — me assustei agora ficando sentada em minha cama, com a mão na cabeça.

Tá, que porra foi essa? Eu nunca o beijaria mesmo se ele fosse o último homem existente na Terra, que nojo! Às vezes meu cérebro parece querer me sabotar.

Por hora, tentei ignorar essa loucura e fui checar meu telefone, vendo já ser sete da manhã. Aproveitei para levantar a esse horário mesmo para já começar a me arrumar, arranjei um emprego de barista aqui por precaução antes mesmo de sair do Brasil e hoje seria meu primeiro dia. Decidi deixar Georg dormindo e pedi um táxi.

Q.T

— Bom dia — entrei na cafeteria e me sentei em uma mesa no lado da janela esperando alguns minutos para dar o horário certo.

Analisei um pouco o lugar; era simples, mas aconchegante. Não tive muito tempo para continuar observando, já que alguém me chamou assim interrompendo meus pensamentos.

— Ei, você é a Aurora, não é? — um garçom que estava limpando a mesa em minha frente olhou para minha direção.

— Oi, sim... você seria... Marisa? — confusa e sem reconhecer a aparência do garçom, perguntei genuinamente. Poderia ser transsexual, claro.

— Ah, não — o garçom riu e continuou limpando a mesa. — Eu sou o Glenn, prazer. Marisa falou que você viria hoje, e você está aí checando seu relógio então chutei que seria você.

— Prazer — sorri. — A Marisa tá por aqui, né?

— Sim, sim. Agora são... — checou seu relógio de pulso com a mão que apoiava na mesa. — Dez e meia em ponto. É só bater naquela porta ali, ela vai estar te esperando — apontou para a porta.

— Beleza, obrigada! — me levantei e fui em direção à sala, com um certo receio.

Nunca trabalhei de verdade e nem precisei, ganhava meu dinheiro em rachas e não precisei usar como desculpa, até porque meu pai trabalha e eu podia dizer que era sustentada por ele - mesmo não sendo. Então não sei se isso é pra mim, ou se vai dar certo, mas quem sabe?

— Pode entrar.

STREETS, tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora