Hospedagem

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Com o desembarque do avião, coloquei meus pés nos Estados Unidos pela primeira vez em toda a minha vida. Eu nunca tive a necessidade ou o interesse de sair do Brasil, gosto de lá. Mas dessa vez, foi diferente.

— Vambora filha, pra hoje — minha lentidão não passou despercebida por Antonella.

— Calma garota, você sabe que eu sou lerda! — afirmei rindo, descendo as escadas do avião.

— Nem por isso eu tenho que apoiar — riu e me ajudou com minhas malas, colocando-as no chão para que eu fosse mais rápido.

Antonella e eu não somos próximas há muito tempo, mas é como se fôssemos. Ela teve que deixar sua família no Brasil por minha causa, e juro que tentei a impedir - mas ela não me ouviu.

Ficamos um tempo no aeroporto, comemos algumas besteiras que vendiam ali e jogamos conversa fora. Antonella dizia que já havia chamado um táxi para vir nos buscar.

— Vamos, Georg já chegou — subiu seu olhar do celular e se levantou da cadeira longarina, me fazendo levantar junto. Andamos um pouco, e numa das saídas do aeroporto, um carro parado buzinou.

— Seu amigo é rico, em. Olha essa Porsche — falei enquanto caminhávamos em direção ao carro — De onde ele arranjou tanta grana?

— E se eu te disser que nem sei? — olhou pra mim e riu, e nos aproximávamos mais ainda do carro.

— Você e esses seus amigos duvidosos aí — falei baixo o suficiente para ter certeza de que o garoto dentro do carro não escutasse, e eu fui abrir a porta do banco de trás enquanto Antonella havia ido para a porta do banco do passageiro da frente.

Curiosa, deslizei meu corpo até o outro lado do banco de trás para enxergar melhor o motorista.

— Eaí, meninas! Animadas? — se virou em seu próprio assento, intercalando o olhar entre nós.

— Demais. Quanto tempo, Georg! — Antonella se inclinou para abraçar o moreno, que a abraçou de volta fortemente.

— Você eu não conheço. Como se chama? — o suposto "Georg" perguntou num tom de voz amigável.

— Aurora, mas de preferência não me chame — brinquei estendendo meu braço para um aperto de mão com um sorriso leve no rosto.

— Georg — riu. — Vamos, então?

Durante o caminho, nós três nos demos muito bem juntos. Assunto não faltava a nenhum momento, altas risadas a toda hora. Eu com certeza ia amar ficar na casa de Georg.

STREETS, tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora