O despertador ecoou no quarto, em um barulho insuportável que irritava qualquer um que escutasse.
Instantaneamente deu um pulo, e sua visão turva a confundiu, cogitou ter bebido algo na noite anterior, até pensou ter ido em uma boate próxima dali, mas lembrou-se que sequer saía para o público lá de fora.
Agora, um pouco menos confusa, se sentou na cama, olhando aos arredores do cômodo, notando que apagou ali mesmo, no sofá, por alguma razão o despertador estava perto de si, e por isso levou tamanho susto. Sem nenhum pudor, jogou o objeto contra a parede, o rachando no meio instantaneamente.
Deu um bocejo e se levantou do sofá, indo direto até a cafeteira, colocando uma cápsula e aguardando o suco do rejuvenescimento respingar pelo recipiente.
Viu que no sofá, ao seu lado, estava uma gigantesca garrafa de vinho, e finalmente percebeu como o acontecimento da noite anterior se formou, talvez a dor de cabeça que sentia era um sintoma passageiro, mas definitivamente os pestinhas catarrentos que teria que cuidar iam abusar um pouco de sua condição.
Não se queixava, as crianças era tudo que ela tinha.
Trabalhava em uma clínica pediatra, e tinha que lidar com crianças todos os dias, e como disse anteriormente, apesar de ser rabugenta, amava todas elas.
Deu um gole na sua dose de cafeína diária, e bufou lembrando do fardo que teria que carregar ao sair do apartamento. Saía ao mesmo tempo que outra mulher, uma patricinha botânica que enlouquecia Moira, seu jeitinho doce deixava a mulher farta, odiava aquela delicadeza e odiava ter que lidar com conversas sobre plantas no elevador, não se importava com malditas orquídeas.
"Que se dane seus girassóis, mulher maldita." Pensou, quase quebrando a caneca de café em suas mãos.
Foi até o quarto e vestiu sua roupa, talvez sair de sutiã e shorts não fosse uma boa ideia, então colocou um blazer e uma camiseta por cima, além de uma calça jeans preta, que adorava de paixão.
Colocou um coturno preto, e finalmente se sentiu preparada pra sair.
Tirou seu gato de baixo da cama, e deu um pouco de afago para o pequeno, que apenas respondeu com um miado preguiçoso, instantaneamente pulando em algum canto do quarto e se deitando novamente.
Moira abasteceu a comida do pequeno felino, e saiu apressada de casa.
Abriu a porta, e nem um segundo após por um pé pra fora, ouvia o barulho de chave e a maçaneta ao lado girando. Revirou os olhos e prosseguiu a fechar a porta.
Foi apressada até as escadas mas antes mesmo de chegar lá aquela voz maligna falou.
-Bom dia Moira. Bom te ver.- Disse a mulher sorrindo.
-Mercy, nos vemos todo dia, você trabalha no mesmo turno que eu.- Falou seca, evitando o olhar.
A mulher deu uma risadinha e tapou a boca.
-Ohhh, tinha até me esquecido. Minhas flores tem sugado minha sanidade, erro meu. Mas e aí, como vai às suas crianças, um passarinho me disse que você vai comemorar seu aniversário na clínica amanhã.- Disse a loira afagando os próprios cabelos, corrigindo sua sentença anterior.
Moira suspirou e voltou até onde a mulher estava, desistindo de ir pelas escadas, e indo para o elevador.
-Foi eu que te disse, semana passada, esqueceu, Polly pocket?- Disse a morena em deboche.
Mercy não se segurou e soltou uma risadinha de leve.
-Seu jeito me intriga Moira, é divertido conversar com você.- Falou Mercy vendo que o elevador havia chegado.
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Quando os girassóis partem (Re-up)
Romance(Overwatch) Moira x Mercy apagaram minhas fanfickkkkk (uma delas fui eu)