Capítulo Único - Melhor Amigo do Homem

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O vento frio do anoitecer soprava pelas planícies áridas, balançando os arbustos secos que lotavam o chão empoeirado. No meio daquelas terras sem dono estavam duas pessoas montadas em cavalos.

Um deles parou, olhando para o céu que mudava de um tom alaranjado para o breu da noite, o que chamou a atenção de quem andava atrás.

"É melhor armamos um acampamento, não acha?" — disse Lyca, observando os arredores à procura de um ponto ideal para descansarem, até que avistou algo estranho um tanto distante dos dois — "Um celeiro?"

De fato, mais a frente deles descansava um celeiro abandonado e corroído pelo tempo, um aviso das terras traiçoeiras e inférteis do deserto. Bill olhou na mesma direção que sua parceira, e com um sorriso no rosto, desceu do cavalo, passando a andar de pé.

"Uau! Nosso dia de sorte, Lyca. Achei que a gente ia dormir no chão frio desse deserto. Sua visão é realmente a de um lobo!"

Lyca corou, feliz com o elogio. Ela então desceu de seu cavalo, seguindo Bill em direção ao seu mais novo acampamento.

O lugar era mais feio de perto, e abrindo as portas apodrecidas do celeiro, eles examinaram o estado de seu interior. Sacos de grãos vazios espalhados pelo chão, Barris e caixotes de madeira quebrados e teias de aranha por todos os cantos. Bem, comparado ao deserto desprotegido, aquilo era um hotel de luxo. Lyca guiou os cavalos até o estábulo desgastado no fundo enquanto Bill examinava os arredores à procura de cobras e outras ameaças.

Olhando para o chão do centro do celeiro, Bill notou uma fogueira apagada, latas de feijão abertas entre outros tipos de lixo espalhados ao redor. Pelo visto os dois não foram os únicos a ter a ideia de usar o lugar abandonado como base. Mas eram vestígios velhos, a julgar pela ferrugem nas latas, pouco mais de uns dois meses de idade. Bem, mesmo se não fossem, não era algo para que Bill se preocupasse. Não quando estava acompanhado da melhor guarda-costas que alguém poderia ter no deserto.

Bill era apenas uma pessoa comum, mas Lyca, sua parceira, estava longe de se comparar com ele. Se suas orelhas e cauda grande e volumosa não fossem o suficiente para explicar, ela era parte da espécie dos orgulhosos e reclusos homens-lobo nativos da região, apelidados de lobisomens pelos humanos. Além de alta e musculosa, Lyca possuía um par de garras retráteis cobertas de pelo negro que subia até o início de seus braços, dando um belo contraste com sua pele lisa e morena. O mesmo poderia se dizer sobre suas pernas, felpudas até os joelhos. Qualquer um que tentasse os ameaçar estaria em maus lençóis.

Deixando sua preocupação boba de lado, Bill tornou sua atenção à fogueira, e logo ele começou a juntar toda a madeira que encontrava para acender uma fogueira.

Enquanto se ocupava em sua tarefa, Lyca continuava no estábulo, desatando os nós das cargas pesadas amarradas nos cavalos. Os dois eram entregadores, e se tudo ocorresse bem, terminariam seu trabalho antes do almoço de amanhã.

Terminado aquilo, Lyca repentinamente salivou, uma sede enorme consumindo seu corpo. Sem se importar com a sede repentina, ela simplesmente agarrou seu cantil e começou a beber e beber e beber. Estranho... além da sede, agora ela sentiu seu corpo esquentar, e logo começou a suar. Foi então que ela percebeu que havia algo de errado consigo. Seus seios fartos logo se sentiram apertados na blusa branca agora quase transparente com o suor, e sem pensar, Lyca removeu sua blusa e sutiã, vapor quente descendo da boca até seus mamilos invertidos enquanto ela se abanava com uma mão.

Uma sensação estranha percorreu por seu corpo, a fazendo se arrepiar das patas até a cabeça, seu rosto agora também começando a esquentar. Suas pernas ficaram bambas, e para evitar cair no chão, Lyca se apoiou com o antebraço em um dos pilares do estábulo.

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