O Contrato

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Capítulo 14 - O Contrato

Depois de várias tentativas frustradas de falar com Crowley pelo celular e de encontrar o rei do inferno através das invocações, Dean desistiu. Voltou ao hospital tão angustiado que o mundo a sua volta parecia não existir. Toda movimentação de pessoas naquele ambiente estéril era apenas um cenário frio e distante para o Winchester. Ele atravessou o hall, se identificou na portaria e subiu pelas escadas, dispensando a espera pelo elevador, até o 5º andar, onde ficava a UTI. Seguiu pelo corredor até a sala de espera. Sam estava sentado numa das poltronas com a cabeça baixa. Assim que Dean entrou na sala, o mais novo olhou para ele com os olhos vermelhos:

— Nada ainda? — Sam perguntou.

Dean deixou seu corpo cair sentado na poltrona ao lado do irmão, bufando:

— Tem alguma coisa muito errada, Sam. Parece até que Crowley não quer ser encontrado.

Sam acenou com a cabeça, desanimado demais para falar qualquer coisa. Já não tinha mais sugestões para dar, então, apenas inclinou a cabeça para trás, apoiando-a na parede e fechou os olhos, tentando descansar um pouco. Estavam ainda aguardando que o médico de plantão naquela noite lhes desse alguma notícia sobre Castiel. Entretanto, o médico, que tinha uma calvície acentuada e cara de esnobe, evitava dar qualquer informação sobre o estado de saúde do anjo. Ele exigia a presença de algum membro da família de Castiel e, mesmo com Dean insistindo que Castiel não tinha familiares no país, o médico continuava a ignorá-los. Ele passava a todo instante pela sala de espera, mas seu ar petulante e indiferente aos Winchesters já estava incomodando. Dean estava tão irritado que Sam precisava segurar o braço do irmão para impedir que ele cercasse o doutor todas as vezes que o homem dava as caras na sala. Duas ou três vezes Dean conseguiu se desvencilhar de Sam e cercou o médico para arrancar dele alguma informação, mas o homem somente mandou que continuassem aguardando, dizendo que logo viria conversar com eles.

Dean não conseguiu ficar por muito tempo sentado. Levantou-se e começou a andar pela sala, tentando ver alguma coisa no interior da unidade através do vidro que fazia a separação do guichê da recepção e da sala de espera. A recepcionista já havia dado todas as informações possíveis e fazia anotações numa lista com nomes dos pacientes internados e assinaturas dos parentes que passavam por lá para visitá-los. A porta entre a recepção e a unidade em si era mantida constantemente fechada, a não ser quando o médico ou algum enfermeiro ou funcionário do hospital passava por ela.

— Olha, moça, você bem que podia dar uma olhadinha lá e voltar pra nos dizer como as coisas estão. — O Winchester tentou parecer sedutor, mas sua ansiedade e irritação o faziam parecer mais um visitante chato.

— Senhor, eu já lhe informei que o Sr. Castiel Smith está sendo atendido, passando por alguns exames. Assim que o médico plantonista terminar de avaliar o paciente, ele virá aqui e vocês poderão conversar com ele. 

— Claro! Assim que o Dr. Arrogante se dignar a nos dar alguma informação sobre nosso amigo, que está entre a vida e a morte lá dentro. Perfeito!

— Dean, tenha calma, irmão. Nós sabemos que o Cass está estável. Sente-se aqui e tente descansar um pouco.

— Descansar, Sam? Você vem falar comigo em descansar? Já descansei demais por hoje, irmão. Descansei em paz, se é que me entende. Ou você se esqueceu da "Volta dos Mortos Vivos" de hoje?

— Exatamente por isso, cara. Senta aqui e vamos pensar no que fazer.

— Eu preciso encontrar aquele filho da puta do Crowley. Como é que ele some assim, na hora que mais precisamos dele? E esse médico fodido?

Antes Que Seja Tarde (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora