Capítulo 4

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Fim do dia ainda é uma das minhas horas favoritas, perdendo para o nascer do sol e para o tempo que passo debaixo da água. Acho que uma das coisas que sempre penso sobre meu futuro seria fazer qualquer coisa que me deixe perto da água, seja rio, mar, piscina ou lago... não importa, água. Mas o meu futuro muito provavelmente meu futuro já está decidido, isso acontece quando você faz parte de uma família herdeira. Meu lugar na empresa já está garantido. E mesmo que este não seja meu sonho e eu poderia muito bem dar as coisas para isso sem nenhum remorso, vou fazer por meus irmãos. Ser o filho do meio as vezes é bem cansativo. Você não é o mais velho e nem o mais novo, não é o mimado, nem o mais cobrado, você não tem obrigações mas não está livre, você existe e não existe... é um eterno limbo. Acho que hoje eu estou bem com isso, mas já tive minha fase rebelde e inconformado com o meu lugar no mundo. Meus amigos culpam meu lado desapegado ao fato de eu ser o filho do meio, talvez eles estejam certos, ou sei lá, só não há algo qu eme prenda de verdade. Vivo para resolver os conflitos do meu irmão mais velho com meu pai, coisa que estou fazendo neste momento a caminho do meu dormitório. Faz 15 minutos que estamos numa ligação e parece 2h, meu pai para variar está reclamando do meu irmão e perguntando quando volto para casa. Por sorte tenho idade para estar na universidade ainda e longe de casa, indo só quando necessário, apesar de morarmos na mesma cidade. Prefiro meu espaço. Meu irmão não vai me ligar para choramingar, isso é meu irmão mais novo que vai icar preocupado e depois que meu pai desligar provavelmente será o próximo a me chamar. Meu irmão mais velho é mais reservado, dificilmente reclama de alguma coisa e jamais reclama do nosso pai, mesmo quando deveria. Ele tem o péssimo hábito de guarda tudo para si, e eu culpo sua gastrite por isso.

- VOCÊ ESTÁ OUVINDO? - meu pai basicamente grita do outro lado - VOLTE PARA CASA NESSE FIM DE SEMANA

- Pai não posso esse fim de semana, tenho treinamento dos novatos do clube

- Sua família e seu legado é mais importante que isso.

- Não vou discutir isso como sr, passo ai na sexta antes de ir para o treinamento mas não vou ficar e muito menos vou ao resorte, meu irmão pode lidar com isso, o sr precisa confiar mais nele.

- Você já dá crédito demais a ele. Ele deveria ser metade de você.

- Não faça isso. Ele é muito mais do que eu e nós dois sabemos disso, a única diferença é que eu falo e ele não. Respire e relaxe, vai dar certo, Tenho que desligar agora- digo já dispensando meu pai, porque eu odeio quando ele começa com as comparações, principalmente porque a maioria são infundadas. Eu mal desligo e meu celular toca - Não vou ter paz hoje?

- Won?

- Que foi?

- Não quero mais ficar em casa - meu irmão mais novo choraminga - é como se eu não existisse aqui

- Ei, não fale assim. Você chegou a tempo de entrar na escola hoje? - tento mudar de assunto

- Não, eu me atrasei - ele fala em tom divertido - como foi o primeiro dia de aula, recebi uma advertência verbal. - sorri mais um pouco, porque essa é sua forma de protestar e chamar atenção dos nossos pais. - Won, posso ir dormir no seu dormitório uma vez? Eu me sinto só

- Estarei em casa na sexta.

- Sério? Promete?

Sim, eu prometo. - digo cansado e feliz por ouvir a voz animada do meu irmão. é sempre fácil animá-lo. - xau

Até sexta irmão.

(toc toc toc)

- Hoshi seu idiota, abra a porta.

- Que droga!

- Desculpe interromper. Você está livre depois de amanhã? - pergunto indo direto ao ponto. odeio enrolação. Meu clube precisa de ajuda então pensei em você.

- O vice-presidente veio me pedir pessoalmente? - ele zomba

- Apenas responda a maldita pergunta, se não puder procuro outro.

- Quem mais além de mim poderia te ajudar tão estrategicamente? - fala todo convencido, quase me fazendo desistir de ter vindo aqui

- É apenas uma audição. Basta soar o apito isso é tudo. Você não precisa do seu cérebro para isso.

- Você está me pedindo ajuda, mas ainda me humilha?

- Tudo bem s enem for ajudar. Mas no acampamento tem que ir

- Venha me pegar então

- Porque eu deveria? Minha moto não é para todos andarem de graça.

- Eu me pergunto, quem seria digno de ir na sua garupa?

- Era só isso. Continue a fazer seja lá o que estava fazendo - saio andando sem esperar pela resposta dele.

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