02. a marca negra

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CAPÍTULO DOIS

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CAPÍTULO DOIS. ATO UM
APRIL: point of view

ESTÁVAMOS SAINDO DA ARQUIBANCADA, QUANDO EU OLHO PARA A MINHA FRENTE, VENDO DRACO MALFOY E SUA FAMÍLIA.

Eu e Draco éramos melhores amigos até o meu seis anos de idade, porém, desde a morte da minha mãe, eu nunca mais vi ele, não até entrar em Hogwarts. Desde então, nós nos odiamos. Nunca conversamos por um segundo sem qualquer tipo de sarcasmo, nunca.

Desde o dia em que minha mãe, Lilith, morreu, no parto da minha irmãzinha, Aria, a gente nunca mais foi na Mansão dos Malfoy's, e eu só os vi de novo no Expresso de Hogwarts.

Draco Malfoy percebe o meu olhar, e me olha.

Um segundo

Dois segundos

Três segundos

Eu desvio, eu sempre desvio no 3° segundo, sempre foi assim. Mas eu ainda o percebo me olhando. Eu odeio Draco Lucius Malfoy.

Chegamos a nossa grande barraca.

— Pessoal. - Lincoln chama a nossa atenção, com uma mulher em seu lado. - Esta é Valérie Beaumont, a garota de quem eu venho falado.

— Claro, é um prazer conhecê-la! - Meu pai fala por todos nós.

— É um prazer conhecê-los, também. - Ela fala com um sotaque francês.

— Entre, fique a vontade, Valerie! - Meu pai fala e ela sorri agradecendo.

Quando eu finalmente consigo dormir, alguns barulhos são escutados.

— O que está acontecendo? - Eu escuto Margot perguntar.

Meu pai pega Aria em seu colo e nós saímos.

À luz das poucas fogueiras que ainda ardiam, vi gente correndo para a floresta, fugindo de alguma coisa que avançava pelo acampamento em sua direção, alguma coisa que emitia estranhos lampejos e ruídos que lembravam tiros.

Caçoadas em voz alta, risadas e berros de bêbedos se aproximavam; depois uma forte explosão de luz verde, que iluminou a cena.

Um grupo compacto de bruxos, que se moviam ao mesmo tempo e apontavam as varinhas para o alto, vinha marchando pelo acampamento.

Tentei apertar os olhos para enxergá-los... não pareciam ter rostos... então percebi que tinham as cabeças encapuzadas e os rostos mascarados.

— Merlin, fiquem juntos. - Meu pai fala, como se soubesse muito bem o que estava acontecendo.

No alto, pairando sobre eles no ar, quatro figuras se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas.

Era como se os bruxos mascarados no chão fossem titereiros e as pessoas no alto, marionetes movidas por cordões invisíveis que subiam das varinhas erguidas.

Duas das figuras eram muito pequenas.

Mais bruxos foram se reunindo ao grupo que marchava, riam e apontavam para os corpos no ar.

Barracas se fechavam e desabavam à medida que a multidão engrossava.

Uma ou duas vezes vi um bruxo explodir uma barraca com a varinha para desimpedir o caminho. Outras tantas pegaram fogo.

A gritaria foi se avolumando.

As pessoas no ar foram repentinamente iluminadas ao passarem sobre uma barraca em chamas.

As lanternas coloridas que antesiluminavam o caminho para o estádio tinham sido apagadas.

Vultos escuros andavam perdidos entre as árvores; crianças choravam; ecoavam gritos ansiosos e vozes cheias de pânico por todo o lado no ar frio da noite.

Me senti empurrada para cá e para lá por pessoas cujos rostos eu não conseguia distinguir.

Eu olhei pro lado e não achei meu pai, Margot e muito menos meu irmão.

Alguém me puxou, e eu consegui perceber que esse alguém era Draco.

— Malfoy, para! Da para me soltar? Idiota. Idiota. - Eu tentava dizer, ele estava me segurando fortemente.

— Estou cuidando de você, Rosewood. - Draco diz. E nós conseguimos ver Ron Weasley esparramado no chão, a gente se encosta em uma árvore, numa atitude de descontração.

— Não precisa colocar a culpa nos outros, Weasley.
Tendo pés desse tamanho, é meio difícil não tropeçar. - Disse Draco.

— Malfoy... - Sussurrei ainda com medo, ele ainda me segurava, só que pela minha cintura, desta vez.

Ron disse uma coisa para Draco que até eu fiquei surpresa.

— Olha a boca suja, Weasley. - Disse Draco, seus olhos claros reluzindo - Não é melhor você se apressar, agora? Não quer que descubram sua amiga, não é?

Ele indicou Hermione com a cabeça e, neste instante, ouvimos no acampamento uma explosão como a de uma bomba, e um relâmpago verde iluminou momentaneamente as árvores à nossa volta.

— Que é que você quer dizer com isso? - Perguntou Hermione em tom de desafio.

— Granger, eles estão caçando trouxas. - Disse Malfoy como se fosse óbvio - Você vai querer mostrar suas calcinhas no ar? Porque se quiser, fique por aqui mesmo... eles estão vindo nessa direção, só tô tentando te alertar, mas já que não quer minha ajuda. - Acrescentou dando de ombros.

Ouvimos um estampido do outro lado das árvores mais alto do que qualquer dos anteriores. Várias pessoas que estavam próximas gritaram.

— Eles se assustam fácil, não é? - Disse Draco com a fala mole - Imagino que o papai disse a vocês para se esconderem? Que é que ele está fazendo, tentando salvar os trouxas?

— Onde estão os seus pais? - Perguntou Harry, parecendo enraivecido - Lá no acampamento usando máscaras, é isso?

Malfoy virou o rosto para Harry, ainda sorrindo.

— Ora... se eles estivessem, eu não iria dizer a você, não é mesmo, Potter?

Logo, eles saíram e nos deixaram sozinhos.

— Preciso achar meu pai, minha irmã e Margot. - Eu falo tentando os procurar.

— Ali, eles estão ali. - Draco aponta e nós vamos até eles.

— Pai! - Eu o chamo e ele me olha, vindo com minha irmã e me abraça.

Logo, Margot também me abraça.

— Merlin, você está bem. - Meu pai fala.

— Eu odeio dizer isso, mas Draco me ajudou a achar vocês. - Eu falo revirando meus olhos e meu pai sorri para o garoto ao meu lado. Todos sabiam o tanto que eu odiava Draco Lucius Malfoy.

— Obrigado, Draco, por achar a minha garota. - Meu pai o agradece e Draco sorri.

— Eu preciso ir. - Draco diz.

— Obrigada, Malfoy. - Eu agradeço meio relutante, e ele sorri e se despede de todos nós.

Então percebi uma luz no céu.

Era um crânio colossal, aparentemente composto por estrelas de esmeralda e uma cobra saindo da boca como uma língua.

Enquanto olhava, o crânio foi subindo cada vez mais alto, envolto em uma névoa de fumaça esverdeada, recortando-se contra o céu noturno como uma nova constelação.

— A Marca Negra. - Meu pai diz olhando para o céu.

— Meu Merlin. - Margot sussurra, seus olhos carregavam medo.

De repente, toda a floresta ao nosso redor explodiu em gritos com a súbita aparição do crânio, que agora estava alto o suficiente para iluminar toda a floresta, como um letreiro macabro de néon.

𝐋𝐎𝐎𝐊 𝐖𝐇𝐀𝐓 𝐘𝐎𝐔 𝐌𝐀𝐃𝐄 𝐌𝐄 𝐃𝐎. Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora