capítulo 3

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Capítulo 3

Nisha

Passo pela barreira da comunidade, buzinando para os meninos que estão na contenção hoje, subo a Favela e rapidinho chego em casa.

Abro a porta da sala, e vejo meu pai deitado sem camisa no sofá e fumando um baseado tranquilamente, sinal que minha mãe não está em casa.

Me corvo um pouco e beijo seu rosto indo pegar uma água na cozinha, coloco meu combo em cima da mesa e minha mochila ao lado.

- O senhor sabe que minha mãe vai ficar brava né. - Falo me sentando, tiro meu hambúrguer da embalagem e olho pra ele. - Por causa do jeito.

- Vai nada, vou jogar bom ar. - fala mostrando o frasco, que estava escondido atrás dele. - Preciso conversar contigo filha.

- Lá vem. - falo e o vejo sorrir, me chamando para sentar ao seu lado no sofá. - Quando o senhor me olha assim, prevejo merda.

- E sério filha. - Fala de cara fechada, na mesma hora fecho meu sorriso, meu coração está que não passa uma agulha. - Preciso que você faça uma visita pra mim.

- No presídio? - pergunto e ele confirma em silêncio. - A não pai em presídio não vou não sinto muito.

- Por favor filha, O recado que você irá levar é muito importante, ter que ser alguém de confiança. - fala calmo e sério. - Vou te paga bem.

- Bem quantos ? - pergunto e vejo ele sorrir de canto, apesar de morrer de medo de entrar em um presídio, não consigo recusar um pedido do meu pai. - Promete que não vai ser perigoso?

- Nunca vou te colocar em perigo filha. - Fala colocando meu cabelo atrás da orelha e beija minha testa. - Vou te pagar Trinta Mil.

Quando escuto o valor dou um sorriso largo, mesmo se ele não me pagasse eu iria, porque não consigo negar nada ao meu pai.

Ele é o melhor Pai do mundo, sempre me deu muito carinho amor, respeita minhas decisões acima de tudo, foi ele quem mais me incentivou a fazer faculdade, me deu minha moto no meu aniversário, e a ele que procuro socorro, quando faço alguma merda.

Eu morro de medo de ir em presídio, já ouvi várias histórias de presos que abusam e mata as meninas durante a visita, muitas cai na falsa proposta de fazer uma visita íntima por dinheiro, e cada saindo morta do presídio.

Mas eu também sei que meu pai nunca iria me colocar em risco ou em alguma furada, vejo ele se levantar e ir em direção a cozinha, fico sentada no mesmo lugar, comendo meu lanche e imaginando com oque vou gastar meus trinta mil.

- Tem dez mil aí. - fala jogando um bolo de dinheiro no meu colo. - vai receber o restante quando terminar o serviço.

- Sim senhor. - falo e me levanto com meu dinheiro e o lanche nas mãos. - Te amo paizinho.

- Depois te explico direitinho  oque você vai fazer. - Fala me abraçando e beija o topo da minha cabeça. - A visita é no próximo sábado.

Concordo pegando meu refrigerante de cima da mesa, e subo as escadas toda feliz, e me lembro de fazer uma notinha mental, para  não me esquecer de dar uma vasculhada na cozinha depois.
Vai que acho onde ele esconde o ouro.

Entro no meu quarto e mando uma mensagem para a Juliana, fala pra ela se arrumar que hoje vamos curtir a noite numa boate do asfalto.

Vou aproveitar que me pai fez a boa, vou beber todas e balançar muito minha raba, termino de comer e tomo um banho caprichado, escovo meus dentes, e visto meu conjunto de Langeri novo, e passo meu Hidratante no corpo.

Coloco meu vestido preto da fendi, e passo uma make basiquinha, só pra disfarçar minha cara de cansaço, pentio meu cabelo deixando ele bem lisinho e solto, calço meu salto e coloco meu dez mil na bolsa.

Aviso a Ju que já estou indo e saio de casa na ponta dos pés, encontro o carro da minha na garagem dando a entender que ela já chegou.
Empurro minha fúria desligada para fora de casa e vejo o Gw me olhando de cara feia.

Mando um beijinho para ele e acelero com minha bolsinha no ombro em Direção a casa da Juliana, assim que paro na porta vejo ela saindo com um vestido azul no corpo e só alto nas mãos, abre o portão com cuidado para não fazer barulho e calça o sapato.

- Vamos marida, que hoje a noite é nossa.- fala toma empolgada e impina a bunda na minha garupa. - Avisa a Ludmila que é hoje.

Grita assim que passamos pela barreira, acelero mais minha motoca no asfalto e rapidinho chegamos na boate, compro dois ingressos ao camarote e entramos pela areia vip.

Peço uma garrafa de Whisky pra nois dois, e faço nosso corpo com energético e gelo de coco, brindo com ela e começo a mexer a bunda, afinal foi pra isso que eu vim, bebo do Whisky gelado, me apoiando na grande de ferro para não cair.

Vejo um homem Moreno e com cara de Mal elemento, vejo ele me olhar sério e depois para a Juliana que mal percebeu, sua encarada, volto a dançar e curtir minha noite, viro e vejo rindo, olhando para ela que parece boba.

Não demora muito para essa troca de olhar se tornar em amasso, os dois começam a se pegar no canto do camarote, logo a Ju passa por mim e cochicha em meu ouvido que já volta, rapariga não vale nada, já vai dar.

Ela sai do camarote de mãos dadas com ele e se perde na muvuca de gente lá em baixo, escuto uns cara da rodinha ou meu lado jogar piadinha e lavar besteira, mas nem vou moral vim para beber e dançar e vai ser isso que vou fazer.

Paixão Avassaladora (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora