ᴏ ɴ ᴇ

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    O céu se escondia por trás de uma densa camada de neblina do dia pouco ensolarado, mal conseguiu difenciar a manhã e tarde, já que as nuvens acinzentadas cobriam todo o céu e mal deixavam os raios do Sol passarem, e a noite era fria como de costume, mas amplamente silenciosa, oque não é comum, normalmente há barulhos e rangidos por todos os cantos, mas por agora os únicos sons que podiam ser escutados eram os passos dos soldados que endavam de cada canto de seus alojamentos. Isso não é ruim, era melhor que tudo se mantivesse quieto e calmo, e era assim que a maioria das mentes pensavam, ou pelo menos é oque [You] pensa.

Sentada no canto do terraço, aonde ela costumava passar grande parte do seu tempo, ela assistia a noite se montar, não que ela gostasse disso, pelo contrário, ela odiava passar seu tempo entediada, fazer nada estava longe de ser um dos seus hobbies, mas entre estar um lugar repleto de barulhos e sons aperriantes, e estar sozinha em um lugar silencioso e calmo, ela preferia estar ali, mesmo que isso a deixasse repleta de tédio.

A tarde de passou tão rápido que aparentava ter se passado como pouco mais de 2 horas, a noite também parecia seguir o mesmo rumo, em pouco tempo a lua já havia dominado o céu que já estava escuro, mostrando que já estava na hora dela entrar, afinal ela não poderia permanecer o resto da sua noite ali.
Ela suspira uma última vez em seu lugar antes de se levantar e andar até a porta que leva até a escada para sair do terraço, era comum até mesmo para os mais novos soldados ver a mulher descer as escadas que levavam ao terraço, e já que normalmente muitos nunca nem haviam subido aquelas escadas era um mistério oque ela fazia por lá, para ser mais realista, aquela mulher era um mistério para todos do quartel até mesmo para seus superiores, que não compreendiam a sua pessoa inelegível.

Ela caminhou até os dormitórios, e o percurso até os dormitórios não é longo, ou pelo menos ela já estava acostumada a percorrer esse caminho todos os dias. Sem se trombar ou comprimentar ninguém ela chegou em seu dormitório, mas quando estava prestes a abri-lo ouviu uma voz chamar seu nome.

[You]. —A voz feminina chamou sua atenção que fez ela olhar em sua direção.
— Eu não te vi no refeitório, aonde você estava. —Era Emma.

Emma era uma das pessoas que mais conversavam com [You], normalmente sempre que ela estava sozinha Emma vinha fazer companhia a ela, mas apesar disso, ela ainda não considera que isso possa ser chamado de amizade, talvez um companheirismo, não é como se ela se desfazesse da companhia de Emma, mas ela acha que não é qualificavel o suficiente para poder ser considerada uma amiga para alguém, muito menos para Emma.

— Eu não jantei hoje. — Ela fez questão de olhar nos olhos da mulher enquanto falava, mas logo em seguida desviou seu olhar para a massaneta da porta de seu dormitório em sua frente novamente.

Emma suspirou em seu lugar, sem dizer nada ela se aproximou de [You], ela descansou uma mão sobre o ombro da mulher fazendo encarar Emma surpresa com sua ação repentina.

— Você não pode ficar se isolando para sempre, [You]. — Emma olhou diretamente nos olhos dela, como se quisesse que ela realmente entendesse sua mensagem.

[You] permaneceu calada, sem resposta(algo realmente comum), sem reação ela relutou contra seus pensamentos, afinal ela não sabia oque responder, e no fundo, ela sabe que Emma está certa, se isolar não resolve as coisas, talvez até ás piore, mas não é algo que [You] saiba lidar.

Sem respostas, ela susurrou um "eu sei"  baixo, quase imperceptível, mas Emma pode ouvir, [You] se virou e abriu a porta de seus quarto, acenou para Emma e então encostou a grande porta de metal a trancando logo em seguida.

Ela soltou um suspiro longo e profundo, ela se deixou relaxar ao deitar em sua cama, olhando fixamente para o teto do quarto mal iluminado, a única luz entrando no seu espaço era a pequena janela que ficava na parede oposta a porta, uma janela pequena bem ao alto da parede, quase inalcançável, porém o quarto era pequeno, apenas o suficiente para uma cama e uma simples cômoda aonde era usada para guardar roupas e pertences, oque não era um poblema pra maioria dos militares, inclusive para [You] que não possuia coisas de especiais ou valiosas, afinal nem estava aqui por escolha própria, e sim por pura necessidade.

Era uma visão depressiva olhar para o fundo do poço aonde ela se encontrava, nada podia impedir seus pensamentos auto-depressiativos, e nada poderia a tirar daquele lugar horrível, a verdade é que ser militar nunca foi sua escolha, muito menos seu sonho, mas é a realidade, e é dura, e sonhos não passam de sonhos para pessoas como [You].

Presa na miséria da própria mente, não demorou muito pra outro suspiro profundo sair do fundo de sua garganta, ela podia sentir o gosto da miséria e a dor da solidão, que ela mesma estava convencida que jamais passaria, seus olhos até queriam cuspir lágrimas, mas já fizeram isso tantas vezes, que já não há mais sentido, nada mudará independente, mesmo que ela berre e solte soluços, isso não iria ajudar em nada, muda ela dormiu, [You] e a miséria da própria mente.

Olá, autora no final desse capítulo para lembrar de não esquecer de curtir esse capítulo que é só uma pequena e simples introdução para o restante dessa nova história.
Jhennzys 𝗰𝗼𝗽𝘆𝗿𝗶𝗴𝗵𝘁 © 2024

Give It a Chance - Simon RileyOnde histórias criam vida. Descubra agora