Capítulo 12

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Aelys

Assim que ele falou que ia cair uma tempestade todo meu corpo entrou em desespero. Saímos do escritório e vamos pra sala de cinema, eu escolho o filme enquanto ele faz a pipoca e coloco um filme de animação, passa alguns minutos e ele volta, com a pipoca, os doces e o refrigerante, ele se senta colocando os refrigerantes nos porta copos e me dá a pipoca

Lys- é..antes de por o filme, a gente pode conversar

Lian- claro sobre o que você quer conversar?

Pergunta se virando pra mim e eu abaixo a cabeça criando coragem pra contar, os únicos que sabem sobre isso é minha família e o Marcel que é praticamente um tio pra mim e presenciou alguns dos meus ataques

Lys- vo..você tem algum medo doentio de algo?

Lian- não, eu acho que não, eu só tenho aquele medo de ser julgado e criticado, sabe esse medo que você já conhece

Lys- eu posso te contar um segredo?

Lian- claro

Lys- promete não contar pra ninguém em hipótese alguma?

Lian- é claro que prometo Lys, você é a minha única e melhor amiga, e eu espero ser o seu também

Fala sorrindo sem graça e eu devolvo o sorriso

Lys- sim, você é sim

Lian- então me conta

Fala acolhedor me puxando pra um abraço de lado, sinto ele acariciando meus cabelos e fecho os olhos apreciando o carinho que a anos não recebo, meus pais são super carinhosos mas eu sou tão fria que eles acham que eu não gosto de carinho, mas eu só meio que tenho vergonha de receber e dar carinho e a pessoa fazer aquela pergunta surpresa "você dando carinho, o que aconteceu com você?!", então eu parei de dar carinho pras pessoas e fiquei mais fria o que para meus pais foi como se eu tivesse falado que não gosto de carinho

Lys- quando eu tinha 12 anos eu meus pais e meus irmãos saímos pra fazer um piquenique em família, o céu tava limpo não tinha uma nuvem então minha mãe achou uma boa ideia nós sairmos, depois do piquenique nós estávamos voltando pra casa quando começou a chover do nada, a chuva começou a ficar mais forte e meu pai acabou perdendo o controle do volante, o carro capotou e entrou no mato, com a pancada eu acabei desmaiando e quando acordei estava no meio do mato e a chuva ainda caia forte, eu estava sem cinto e quando o carro capotou eu fui jogada pra fora, eu estava com todo o corpo doendo, com a cabeça machucado, braço e perna quebrados, eu estava com medo e gritei pros meus pais mas parecia que quanto mais eu gritava mais a chuva se intensificava, ninguém me escutava por causa dos trovões, eu tentei me arrastar pra algum lugar mas não conseguia me mexer e nem sabia onde estava, depois de um tempo eu escutei sirenes e gritei o mais alto que conseguia por ajuda, em minutos alguns homens fardados me ajudaram e me levaram pra ambulância, lá eu encontrei minha família eles estavam machucados mas não tanto quanto eu, eu apaguei assim que vi minha mãe vindo até mim e acordei no hospital com minha família, meus irmãos ficaram bem psicologicamente mas eu desenvolvi brontofobia, eu tenho um medo doentio de trovões, raios, tempestades, eu não consigo controlar, eu entro em desespero, tenho ataques de ansiedade e quando piora eu acabo desmaiando, na minha casa na França eu sempre ia pra casa dos meus pais e ficava lá com eles, mas agora eu não tenho mais eles eu..eu...

Paro de falar sentindo as lágrimas encorrem sobre meu rosto, suas mãos seguram meu rosto e limpam minhas lágrimas

Lian- não chora Lys, se não eu choro também e você é muito linda pra ficar chorando

Fala e vejo seus olhos brilhando em lágrimas, dou um sorriso e ele sorri também

Lian- agora você tem a mim e eu prometo que vou passar todos os dias chuvosos com você, nós vamos ficar aqui quietinhos assistindo vários filmes, o isolamento acústico não vai deixar o som entrar, tudo bem?

Lys- uhum, obrigado Lian

Lian- não precisa agradecer Lys

Fala beijando minha testa e voltando a me abraçar de lado, me fazendo deitar em seu peito

. . .

Willian

Acordo de madrugada e vejo a Lys dormindo em meu peito, arrumo seu corpo na poltrona, e saio da sala de cinema e vou até a cozinha, olho pela janela e vejo que lá fora tá tudo molhado pela chuva que não caia mais, faço um chocolate quente e logo escuto passos se aproximando

Lys- Lian

Lian- tô aqui

Ela aparece na cozinha e vem até mim me abraçando

Lian- tá melhor?

Lys- uhum, obrigado por ficar comigo

Dou um sorriso leve e dou uma xícara com chocolate quente pra ela

Lian- acabei de fazer, tá quente

Ela assopra seu chocolate quente e vamos pra sala de cinema novamente, ela coloca teen wolf uma série meio antiga e passamos a noite assistindo até que pegamos no sono novamente. Acordo as 5h da manhã com o celular da Lys despertando e desligo o mesmo, vejo a Lys dormindo, me levanto indo pro meu quarto tomar banho e me arrumo pra correr, desço as escadas e vou pra sala de cinema

Lian- Lys

A chamo e a mesma acorda logo bocejando, sorrio pra mesma e ela olha pra mim

Lys- o que você...

Lian- levanta vamos, temos que correr e depois ir pro treino

Ela se levanta e eu dou um beijo em sua bochecha

Lian- bom dia

Lys- bom dia

Fala bocejando e saímos da sala de cinema, ela vai pro seu quarto e eu vou fazer o café da manhã, tomo meu remédio e assim que termino dou um biscoito canino pros cachorros, vejo a Lys descendo já pronta pra correr e a mesma se senta a mesa junto comigo, tomamos nosso café entre conversas e colocamos as coleiras nos cachorros logo saindo de casa, começamos a correr em direção a praia

Lian- o bom de correr com o tempo assim é que a praia tá vazia

Lys- kkkk não gosta da suas admiradoras

Pergunta correndo com a Chérie ao seu lado

Lian- não, é desconfortável

Lys- mês que vem é seu primeiro jogo então se acostume vai ter várias fãs atrás de você

Lian- tinha esquecido dessa parte

Continuamos correndo até que chegamos no quiosque, nos sentamos nos bancos que haviam ali, mesmo estando fechados os bancos ficam pra fora, damos água pros cachorros e logo voltamos a correr de volta pra casa. . .

Continua. . .

14.07.23

Um Jogo Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora