Capítulo 21: Escolhas difíceis

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Naquela tarde o número de clientes havia dobrado de uma forma nunca antes vista, torny se desdobrava entre atender as pessoas com um sorriso no rosto e ficar de olho no caixa.

Já a ajuda de Sandra ficava apenas no preparo dos alimentos, muitos clientes elogiaram a comida seja pelo tempero equilíbrado, e pelo cheiro incrível que cada coisa tinha.

A ruiva via pela copa como torny estava se esforçando ao máximo para atender todos, vez em quando ela via o rapaz correndo de uma mesa para a outra, anotando os pedidos e logo em seguida entrava na cozinha para pega-los rapidamente.

Era uma noite bem agita, mas Sandra pode ver um sorriso nos olhos de torny, era tão cheio de vida que Sandra se encantava com tal coisa, o tempo foi passando e com ele pouco a pouco os clientes foram embora, finalmente era um descanso que estava aguardando os dois.

Torny caiu destruído em uma das muitas cadeiras direcionadas no salão do café, a noite tardia trazia uma paz  acompanhada de um dia cansativo com a casa cheia.

— É sempre assim?— reclamou Sandra se sentando da cadeira com dois copos de cerveja na mão.

— Na verdade não, só fica cheio em datas comemorativas e aniversarios, tirando isso o café fica quase vazio.

— Que bizarro, pelo menos dessa vez eu estava aqui para ajudar— falou a ruiva sorrindo.

Do nada o toque do celular de Suzi quebrou o silêncio quase que instantaneamente, a garota pegou o objeto e ao olhar a tela ela ficou quase em choque, sua pele perdeu a cor como se estivesse prestes a morrer.

— Tudo bem?— perguntou torny bebendo um pouco da cerveja.

— S-sim...está tudo as mil maravilhas, só preciso atender esse telefonema— responde a ruiva se levantando e seguindo de volta a cozinha.

O rapaz se levantou e colocou as cadeiras no lugar, devido ao movimento torny tinha decidido fechar o café, ele colocou os copos sobre o balcão e começou a lava-los com a maior calma do mundo.

Enquanto fazia isso uma figura feminina entrou no local chamando a atenção de torny, o rapaz observava o rosto moreno e bem feito daquela garota, a mesma parecia uma modelo tanto no corpo fino e definido como nos olhos verdes claros, o rapaz ficou sem palavras com aquela beleza a sua frente.

A única coisa que não tinha agradado torny eram as roupas que por algum motivo não combinavam com aquela garota. Calça jeans rasgadas nos joelhos, camisa longa escura meia fina e para completar um par de fones  brancos grandes.

— Dia difícil?— perguntou a garota ajeitando seus cabelos loiros e desarrumados.

— Coloca difícil nisso, muitos clientes no café e pouca gente para ajudar, duas na verdade— sorriu o rapaz.

— Sei como é, em meu trabalho as vezes isso acontece— retribuiu o sorriso ao rapaz.

Torny voltou a limpar os copos já lavados, no lugar onde ele estava o rapaz olhou para um espelho ao seu lado e viu seu reflexo nada normal.

— Fuja daí agora, essa mulher é perigosa para nós.

O horror nos olhos do reflexo ficaram torny quase que sem ar, seu corpo arrepiou com o único suspiro que aquela mulher deu, não parecia ter medo mais algo muito pior estava para acontecer.

— Seu nome é torny Salles, estou correta?— perguntou a mulher colocando suas mãos na frente do rosto e rindo estranhamente.

— Como sabe meu nome?— perguntou o rapaz meio cabreiro.

— Ser a deusa da verdade e do destino tem lá suas muitas vantagens_ respondeu ela se levantando.

Torny ficou sem reação, o ataque surpresa da revelação apenas avia deixado o rapaz chocado demais, aproveitando a oportunidade do momento a mulher pula o balcão e fica bem mais perto do rapaz, seu cheio de morte misturado ao perfume de rosas deixava torny muito mais nervoso.

— Se você é uma deusa, oque quer comigo?— encarou torny olhando fixamente para olhar daquela moça.

— Não é oque eu quero com você, mas sim quem nós queremos— sorriu ela.

— Nós quem garota?— respondeu o rapaz com medo, mas sem demonstrar tal coisa.

— Você se mexeu numa furada quando cruzou o caminho do mestre vetra, não é nada pessoal mas se me entregar a ruiva eu prometo que deixo você viver— Disse a mulher encostando seu corpo no do torny.

— Então era verdade tudo que ela me contou, respondendo sua pergunta eu não vou lhe entregar a sammy, se for para isso prefiro a morte — Gritou o rapaz.

A mulher se afastou com um olhar bastante triste, seu suspiro encheu o lugar como se a multidão de antes estivesse toda ali, ela então ergue a mão para a direção de torny e com um passe de mágica uma lâmina se materializou vindo de um brilho verde, tal objetivo atravessou o corpo do rapaz com tanta violência que só deixou um buraco na barriga do mesmo.

Torny não teve reação diferente a não ser cair ainda com consciência, o sangue percorria quase todo o salão devido a violência do corte da lâmina, aos poucos torny sentia cada parte do seu corpo parar de funcionar, seus olhos perdiam a vida e ficavam em uma coloração cinzenta.

Sua respiração era fraca e seus batimentos cardíacos eram mais, o rapaz levantou sua mão até os olhos e mesmo com a visão turva o garoto viu suas mãos manchadas pelo seu próprio sangue.

— Merda...que...dor...

— Droga garota, porque é tão teimoso em? era... só me falar onde ela estava e nada disso iria acontecer— Falou a mulher ainda tristonha e com a cabeça abaixada.

Torny se esforçava ao máximo na tentativa de falar, porém com aquele ferimentos era quase impossível, mesmo assim ele tentava ao máximo dizer suas últimas palavras.

— A... sammy...vai vencer...por tudo que ela passou, precisa vencer...

— Mesmo no seu fim você ainda defende a culpada da sua morte? me fala onde ela está, eu posso te curar garoto— Interrogou a mulher ainda abaixada e segurando a mão de torny quase sem vida.

— É porque eu sei o qual...forte ela...ficou, a dor ensinou...oque...ela precisava— disse com muita dificuldade e ainda apertando a mão de sua assassina.

— Por favor garoto, só me fala, eu posso te curar— Falou quase chorando.

— É tarde demais...só queria estar no lado...dela...até o fim.

O toque da última fala encerrou a vida de torny, seu coração parou  e finalmente seus olhos se fecharam sem nenhum arrependimento, um  último sorriso no rosto do rapaz marcava a morte de uma alma gentil.

A mulher pegou o corpo de torny e saiu pela loja enquanto olhava o céu azul, o corpo em seus ombros marcava o início de uma caçada que já durava dez longos anos, e que talvez nunca acabaria.

A lua marcou a saída de uma assasina mistériosa, e de um rapaz que não tinha nada a ver  com tudo que apareceu e irá aparecer.

— Desculpa torny...mas eu preciso encontrar a sammy...para levá-la ao mestre vetra.

Ela cantarolou uma música enquanto a lua iluminava seus passos manchados pelo sangue que escorria em sua roupa e pintava o chão com o mais pura carmesim...

As Trevas De SammyOnde histórias criam vida. Descubra agora