↬Capítulo four: O erro.

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"𝙶𝚛𝚎𝚊𝚝𝚜 𝚝𝚑𝚒𝚗𝚐𝚜
𝚗𝚎𝚟𝚎𝚛 𝚌𝚊𝚖𝚎 𝚏𝚛𝚘𝚖
𝚌𝚘𝚖𝚏𝚘𝚛𝚝 𝚣𝚘𝚗𝚎𝚜. "

↪𝕯𝖗𝖆𝖈𝖔 𝖕𝖔𝖛

Isso era tão, mas tão errado.

Era um erro, um equívoco, uma incorreção, uma falha, um desacerto.

Mas ainda sim, eu queria tanto.
Eu queria tanto que chegava a doer.

Eu caminhei de um lado para o outro, lentamente, me dando tempo para pensar.

Eu não deveria, mas queria.
E Malfoy's sempre tem o que querem.

Então porquê eu não podia deixar de olhar aquela parede com tanta hesitação? Seria tão fácil andar cinco passos até ela e atravessa-la.

Eu teria o que queria, o que, lá no fundo, eu sempre quis.

Era fácil, claro, rápido.

Mas eu temia o inevitável.

Eu olhei para meu broche de monitor iluminado pela minha varinha. Admito que, últimamente, eu usara desse título para favorecimento próprio, passando dezenas de noites em claro frente a essa parede, a observando, a temendo, a admirando.

Faziam duas semanas desde a primeira vez que eu me encontrei com aquele espelho. Uma semana desde que Potter escolheu me atormentar na Seção Restrita.

E eu havia agido por pura curiosidade naquela noite. Eu estava confuso em relação aquele espelho, procurando saber se era ou não Potter naquela noite.

Então eu disse aquelas coisas, apenas para ver a sua cara.

O que, de um modo impressionante, havia sido muito divertido.

Mas também me fez concluir que aquele quem eu vira no espelho não era Potter.

E, agora, toda santa noite, eu me colocava a cumprir meu turno de monitor, propositalmente passando mais tempo do que deveria em frente a essa parede.

Mas eu jamás ousei adentra-la novamente.

Algo que hoje eu faria.

Caminhando até o fim do corredor me certificando de estar só, eu ajeitei meu terno, e dei os tão temidos passos até a barreira de pedra fria, a tocando com minha não.

Ela rapidamente cedeu ao meu toque, se abrindo como uma porta, me deixando entrar no caminho de minha perdição.

Eu me acerco temeroso, me colocando dentro do local. Dessa vez, eu não pulo quando a porta se fecha atrás de mim.

Eu respiro profundamente algumas vezes, olhando ao redor.

O lugar continua o mesmo, mas, dessa vez, estou calmo o suficiente para observa-lo com atenção.

As paredes de pedras são frias e vazias. Elas dão ao local uma aparência nada aconchegante e causa um certo arrepio na espinha. Além do espelho no meio da sala, havia apenas uma janela, dando visão para a lua cheia e o lago de Hogwarts, competindo com o céu para ver qual era o mais escuro.

Eu engulo em seco e me acerco ao espelho de modo hesitante.

A imagem refletida me mostra um garoto alto, loiro e magro. Os cabelos arrumados impecavelmente assim como suas roupas, mas a postura e o olhar acabados.

As olheiras começavam a ser perceptíveis com o passar do efeito do feitiço de glamour. Os ombros levemente caídos para a frente, um olhar meio cansado, como depois de um teste surpresa de História da Magia.

Ojesed - Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora