RED, Jason Todd - NV

002

O cheiro de hospital deixava Layla enjoada. Todo o ambiente na verdade. Os cômodos extremamente brancos, frios e o cheiro característico. Álcool e anti bactericida.

A ruiva virou na cama, tomando cuidado com o braço com o acesso intra venoso pro soro. Ela nem deveria estar alí, não podia, mas Jason não sabia disso. Ela observou o moreno sentado na poltrona ao lado da cama, cochilando completamente torto.

Fazia uns quatro dias que estava internada, Jason ficou alí o tempo todo. Saindo do quarto por poucos minutos antes de voltar, chegava a ser incômodo. Era acostumada a estar sozinha, a ter sua própria privacidade. Mas com ele alí, ela não podia mexer na cama sem ele perguntar se estava tudo bem.

Quando a porta foi aberta, o braço de Jason escorregou e ele acordou com o susto, olhando ao redor alarmado, mas era só o médico.

— veio me dar alta? — ela perguntou.

— pra sua felicidade, sim, eu vim — ele se aproximou e tirou o acesso de seu braço com cuidado, colocando o adesivo em cima. — como você é emancipada, só precisamos da sua assinatura — estendeu a prancheta pra ela e ela pegou, lendo cada informação, mesmo que parecesse estar só passando o olho. — seu plano de saúde cobre tudo, não se preocupe.

Ela concordou e assinou no final da folha, devolvendo a prancheta pra ele em seguida.

— aqui tá a receita dos remédios que precisa tomar e não esqueça, repouso total. Seu atestado — entregou os papéis e ela pegou, suspirando ao pensar na dor de cabeça que daria na cafeteria.

— não tá muito cedo pra ela receber alta? — Jason perguntou depois de bocejar.

— em outros casos sim, mas a senhorita Marshall apresentou melhoras rápido — o médico falou.

Jason olhou pra garota, mas ela evitou seu olhar, saindo da cama. Jason rapidamente ficou de pé ao vê-la cambalear, mas ela recuperou o equilíbrio sozinha.

— eu tô bem, relaxa — ela foi pro banheiro e Jason suspirou.

— sua namorada é forte, não se preocupe — o médico sorriu e se afastou, saindo do quarto.

— ela não é minha namorada.

Minutos depois Layla saiu do banheiro vestida com as próprias roupas.

— podemos ir?

— claro — ele pegou a mochila no chão e o celular dela que estava em cima da mesa de cabeceira, se aproximando e abrindo a porta pra ela sair, a vendo revirar os olhos.

— minhas mãos ainda funcionam, Jason.

— quieta.

Eles saíram do hospital e Layla o seguiu até o estacionamento, confusa. Quando ela o viu pegar o capacete que estava em cima de uma moto, paralisou.

— ah não.

— o que? Tem medo? — ele tirou a chave do bolso da jaqueta e colocou na moto, sorrindo pra ela.

— claro que não.

— então sobe — entregou o capacete pra ela e ela pegou receosa, colocando na cabeça com cuidado por causa dos machucados. — toma — entregou a mochila e ela colocou nas costas, o observando subir na moto e a olhar. — tá esperando o que?

— você tem carteira?

Ele revirou os olhos.

— claro que tenho. Sobe logo, Layla.

Ela bufou e se apoiou no ombro dele pra subir, se arrumando desconfortável na garupa.

— melhor segurar.