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Os dois foram andando por grande parte da cidade até chegarem ao bairro aonde a grande casa de Emily se encontrava, aquela hora da madrugada não havia quase ninguem nas ruas de Chicago. Aquela era a hora favorita de Lola para se andar por ai sem rumo, ela podia correr pelas avenidas, deitar nas calçadas, andar se equilibrando de salto alto no meio fio e quase cair, e até mesmo imitar a cena de "Cantando na chuva" e muito mais coisas sem que as pessoas que normalmente andam por lá possam julga-lá. Eles iam rindo e conversando mais ainda sobre eles mesmos

-Mas então, me conta mais sobre você- Lola falou para ele quando pararam a beira de uma rua para deixar alguns carros passarem pela avenida

-Ah acho que não tem muito oque falar sobre mim- Ele respondeu temendo que ela perguntasse demais

-Claro que tem, você é bem mais velho que eu e aposto que já viveu muita coisa- Ela falou enquanto atravessava a rua com as mãos no bolso da jaqueta

-Ta bom, já vivi muito mas não foi nada especial ou grandioso

-Sério?

Ele balança a cabeça concordando

-Passei muito tempo em uma vidinha mediocre que não me permitia ser feliz o suficiente... então eu fui embora e parei aqui em Chicago- Eles pararam em frente a casa de Emilly se virando um para o outro

Não iria demorar muito para que o sol raiasse pois já eram 4 da manhã e Lola estava a porta da casa de sua amiga com o seu novo vizinho bem mais velho que ela, se seus pais sonhassem com 10% daquela noite a menina ficaria de castigo pelo resto de sua vida trancada no porão. 

-Bom acho que é minha hora de ir- Ele fala pegando  a caixa de cigarro no bolso da calça- Já está tarde para a mocinha ficar acordada

Lola não podia deixar passar aquela oportunidade

-É está tarde para um bêbado estar na rua sem sua garrafa de lei- Ele riu e desviou o rosto para o chão

Lola começou a tirar a jaqueta e foi interrompida pelas mãos dele que as colocaram de volta no corpo da menina, as mãos geladas dele que encostaram nos ombros da mesma deram um leve arrepio pela coluna dela

-Não vai levar sua jaqueta?- Ela perguntou inocentemente

-Não, que isso, pode ficar com ela hoje- Ele acendeu o cigarro e tragou- Quando voltar para casa você me devolve

-Isso foi uma gentileza ou só um pretexto para falar comigo mais tarde?- Ela perguntou com um sorriso no rosto enquanto pegava o cigarro da mão do mesmo

-Quem sabe- Isso foi como uma corrente elétrica percorrendo o corpo de Lola

O homem pegou o cigarro de novo e tragou o mesmo, ele estava muito perto de Lola que ela podia sentir a respiração do homem, Bill se aproximou mais ainda do rosto dela e seguiu como se fosse beija-lá e a menina foi como se precisasse aquilo, mas o homem a alguns centímetros d a boca avermelhada dela ele desvia para a bochecha e deposita um leve beijo la. O mesmo sai andando e a deixa ali paralisada

-Tchau Lolita- Bill fala olhando para atrás pela ultima vez e sorrindo para a menina que apenas sorri de volta

Lola entra o mais rápido possivel para dentro da casa, ela não consegui acreditar no que estava sentindo por aquele homem, tirou a jaqueta e deixou no sofá enquanto foi andando para a cozinha para pegar o vinho que ficava em uma mini adega no armário debaixo da bancada de pedra, abriu o mesmo e foi para o quarto de Emilly fechando e trancando a porta. Deitou se na cama do mesmo jeito que estava e apenas tirando o salto e a mini saia jeans

A mesma desbloqueia o celular e  vai nas suas mensagens recentes atrás do contato da amiga para contar sobre o homem que a acompanhou, assim que começa a procurar Lola se assusta vendo uma mensagem de alguem que ela jurava que estava bloqueado há muito tempo

"Oii Lolita"

"Como está?"

A garota encarou o telefone por vários segundos antes de abrir a mensagem e ver o nome e ter seu medo confirmado, era ele, Ben

Lola não sabia se responderia ou não, mudou de tela e ligou para o numero da melhor amiga que não atendeu, provavelmente estava desmaiada na cama do namorado ou os dois estavam fudendo. A mesma desliga o celular e procura pelo controle da TV porque ela sabia que não iria conseguir dormir mais esse resto de noite que sobrava, ficaria ali assistindo a algum filme qualquer para esperar o dia amanhecer e ver oque faria em relação a mensagem de Ben e sobre o seu novo "amigo".

Lolita- Bill SkarsgardOnde histórias criam vida. Descubra agora