Sorte & Revés || Harry Potter

Jogue para Sorte e Revés

Com a chegada do sábado, Harry, que sabia que os amigos usariam esse dia para um encontro de piquenique, resolveu ficar no dormitório pela manhã. Foi uma decisão triste que demandou muita maturidade. Embora ele nunca tivesse tido muito tempo para pensar sobre maturidade. Na verdade ele nunca tinha tido tempo o suficiente para nada e agora estava tendo uma leve crise existencial.

Ele provavelmente já tinha levado horas na sua cama, refletindo sua importância no mundo, quando Blaise Zabini e Draco Malfoy entraram no quarto conversando.

- E ele me vendeu por dois galeões e cinco sicles. - Blaise comentou.

- Qualé, Zabini. Todo mundo sabe um desses é no máximo um galeão, como exatamente você comprou dois por esse preço? - O Malfoy reclamou ao amigo enquanto pegava uma pequena maleta embaixo da cama.

Harry refletiu. O Malfoy realmente tinha muitas malas.

- Preço de revenda, meu amigo. Se não pode pagar, não peça. - Blaise falou com a voz sedutora de um vendedor, estendendo a mão.

- Que vergonha, um lorde com tal conduta de tratamento. - Malfoy balançava a cabeça em julgamento, mas com um sorriso sacana no rosto. - Me dá logo essa merda.

- Oh, vejam só. Um palavrão, querido Malfoy? - Blaise, que fingia estar pasme, esticou a mão com dois pacotes de balas e entregou a Draco, que o pagou. - Talvez isso melhore seu humor.

- Haha, cai fora, Zabini.

- Tá certo, Draquinho.

Blaise saiu do quarto com seu típico sorriso malandro e sacudindo o dinheiro que ganhou. O quarto ficou com Draco, que abriu um de seus doces com muita empolgação e se sentou em sua cama, e Harry olhava para o teto com muitíssima preguiça de existir.

  Malfoy respirou profundamente e pegou uma bala, a lançando na boca. E eca, azar de primeira.

- Erhh! Mas que droga é essa? Pimenta com limão. - Ele tremeu seu corpo todo.

- Pimenta com limão?! Essas balas tem esse sabor? - Harry levantou o rosto, realmente curioso.

Mas o Malfoy ficou em silêncio. Harry se sentou na sua cama, um em frente ao outro, eles se encararam.

- Ei, você tá me dando um gelo?! É isso mesmo? - Harry colocou suas mãozinhas na cintura.

E o Malfoy fez uma careta, desviando o olhar.

- A é?! O MALFOY É ESTÚPIDO E O PAI DELE É UM GANSO! - Harry gritou, o que fez Draco ficar perplexo. - O MALFOY É ESTÚPIDO E O PAI DELE IMITA GANNNSOO!! - Harry continuou, cantando para irritar o Draco.

Nesse momento essa narradora pede desculpas se já escreveu sobre Harry e maturidade, por favor, esqueça. Ele é infantil e estúpido.

O Malfoy ficou chateado e fez questão de transmitir suas emoções. O Branquelo correu até o Harry, enfiou a mão nos seus doces feijões de vários sabores e lançou vários na boca de Harry.

Harry se esperneia, Draco faz força pra o moreno não colocar tudo pra fora, puxa aqui, grita lá e de repente eles estavam descabelados e caídos no chão. Harry foi rápido em cuspir todos os feijões quando se livrou da mão de Draco.

- Seu cara pálida! - Harry lançou.

- Cale-se, idiota do raio. - Draco retrucou, levemente sem ar.

  Os dois se olharam sérios e surgiu de dentro um riso bobo na boca de ambos. Era estúpido para Harry pensar que a essa altura seriam amigos ou qualquer coisa do tipo, mas naquele momento isso não importou. Claro, o orgulho de ambos os fez desviar o olhar e rir em segredo. Eles nunca falariam sobre aquilo de novo.