Tenho que ir

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Calistos

- Sei bem o porquê, mas ainda me irrita pra c@ralho.No momento em que isso começou a ficar complicado eles deveriam ter deixado de lado essa merda de promessa e entrado em contato conosco e pedido ajuda. Não é só por ele e sim pelas pessoas que perderam a vida por conta disso, eu não sei por que diabos meu pai os fez prometer tal coisa porra, e ainda por cima sem falar conosco, eles decidiram isso por conta própria e sumiram, não tivemos notícias sobre eles desde que acordamos no hospital depois daquele "acidente" a oito anos atrás. Termino de falar, ainda me sinto irritado pelo que aconteceu antes mas tenho que deixar isso de lado por enquanto.

Temos coisas mais importantes para fazer.
Me despeço de Julian, pego meu celular e ligo para o piloto o informo nosso destino e a que horas temos que decolar e deixo os detalhes técnicos com ele.

Tenho certeza que não entraram em contato por se sentirem culpados pelo que aconteceu antes, também não queriam nos colocar em risco. Minha parte racional sabe disso mas minha parte irracional e louca, está me correndo e quase tomando controle de mim por completo.

Respiro fundo e xingo baixinho aqueles dois filhos da puta, eles são como meus irmãos caçulas que quero proteger a todo custo.

Era assim no exército, apesar de não precisarem de proteção pois eram bem mais fortes que nós, e eram bem mais novos que eu e o Julian. Eram bem mais altos que nós mas passavam uma vibração bem calma e inocente e nos fez querer protegê-los. Eu senti essa ligação de irmandade apena com Julian, então de repente aparece esses dois cadetes e instantáneamente sentimos essa ligação se expandir para eles dois, parecia tão natural como se apenas as peças tivessem se encaixado perfeitamente no lugar.

O que era estranho e naturalmente assustador no começo, até meu pai que geralmente era agradável com todos, foi contra nossa aproximação com eles.

Mais não lhe  dei muita atenção.

Eles podem ter nos afastado por que prometeram mas eu não vou deixar eles continuarem com isso.

Podem ser altos e parecerem que comem a porra de um boi no café da manhã mas ainda são jovens para mim.

Jovens de mais para lidar com a merda de um psicopata.

Vou para uma sala duas portas depois do ginásio, olho ao redor e vejo que não tem ninguém. Meu celular vibra e vejo que o Julian me enviou o número do delegado Daniel Wolf.

Bom tá na hora de ligar para meu irmãozinho caçula FDP.

Ele atende ao terceiro toque, tranco minhas emoções para poder falar com ele profissionalmente mas acho que um pouco da minha raiva transpareceu em minha voz.

Não o deixo falar muito e ladro.

- Delegado Daniel Wolf? Falo entre os dentes.

- Sim? Ele responde com um rosnado parecendo estressado pra cacete. Esse moleque...

Quando eu te pegar...
Esqueceu da minha voz, é sério?
Respiro fundo e peço a a mim mesmo para ter calma e paciência, antes de continuar a falar.

- Aqui quem fala é o tenente Calistos Bishop, sou responsável pela força tarefa de investigação privada a I.C.H.A.P e fui designado para te auxiliar na investigação em andamento sobre o assassino em série em sua cidade, estaremos chegando em cinco horas. E por sinal, eu e o Julian temos muito o que conversar com vocês dois, Daniel Wolf e Lucas De Santis.

Desligo e nem me despeço, muito menos dou a chance dele falar pois sinto que iniciaria uma discussão e me atrasaria para pegar o maldito voo.

Prefiro esganar o merdinha pessoalmente.

Minha próxima ligação é para minha fadinha, Emillie.

Tenho que me despedir corretamente da minha filhinha, antes de ir chutar a bunda dos tios dela.

Eternamente MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora