A Answer era um lugar que Woo não sabia descrever exatamente. Era glamurosa, elegante, sem ser exagerada e tinha um ambiente que misturava tudo o que já tinha visto de bares em filmes, com cores clássicas. Havia balcões, barras, vários palcos espalhados e uma única escadaria que levava ao andar superior.
San lhe indicou as escadas e Woo foi para ela ainda olhando para os lados, surpreso. Ouviu um riso baixo e relaxado atrás de si:
— Vou te trazer depois de abrir, parece que gostou.
— Aqui é um bar de... Sabe, em que as pessoas tiram a roupa e...
— Também, e se chama Strip-tease, Shēnghuó.
Wooyoung assentiu. Realmente parecia algo...
— Mas...?
— Se o que quer saber é se aqui também é bordel, a resposta é não; Answer é uma casa noturna onde acontecem noites de Strip-tease e noites de balada sexy, mas nenhum cliente pode tocar nos dançarinos ou atendentes aqui. É só para os olhos mesmo. São as regras da casa. Os bordéis, na Choi, chamamos de mansões. Há duas na cidade e algumas tantas espalhadas pelo país. As mansões são classificadas por estilo, em Macau temos a Mansão das flores e a Mansão das joias.
Nisso já estava de frente a uma porta toda negra que parecia bem fortificada e só ali San passou a sua frente e abriu sem fazer muito esforço, embora ao atravessá-la, claramente Woo visse que a folha era bem grossa mesmo.
Hummmm...
— Ei, Chefe... Ah, senhor Wooyoung.
O homem que os recebeu usava um terno vermelho de veludo, sapatos negros e um relógio grande no punho direito. Ele tinha olhos afiados, mas parecia bem tranquilo e em nenhum momento desceu os olhos ou pareceu se importar em como estava vestido. Já um outro homem, o que estava com fones de ouvido digitando freneticamente em uma mesa que tinha cinco telas em formato de U, apenas ergueu a mão em comprimento.
Aquele escritório parecia mais uma sala de tecnologia do que um escritório padrão, tinha coisa ali que Wooyoung não fazia a menor ideia para que servia, apenas reconheceu um sofá ao canto de três lugares aparentemente confortável, embora sem almofadas, duas escrivaninhas com cadeiras giratórias e uma máquina de café supermoderna, como aquelas de cafés mesmo...
— Jongho, me atualize.
Choi San pediu indo até o homem que tinha um tablet nas mãos e logo franziu o cenho como se estivesse com um problema matemático para resolver.
Woo desviou os olhos para uma parede de vidro e deixou de acompanhar a conversa dos dois. Uma parede de vidro?
Seguiu até ela e então entendeu que aquela parede dava para uma vista privilegiada e muito boa de todo o salão debaixo. Era como um mirante, só que fechado.
— Bonito, não? Eu nunca me canso de ficar aqui observando lá embaixo quando a casa abre - A voz soou do seu lado e quando Woo se virou, viu o cara dos fones que agora estava com eles pendurado no pescoço – Sou Hongjoong, o hacker dos Choi. Prazer.
Ele estendeu a mão e Woo a pegou meio sem jeito.
— Oi.
— Como está indo com as mudanças?
Wooyoung não sabia bem como responder aquilo, pelo visto todos eles sabiam da sua história, do que acontecia... Era um pouco esquisito depois de viver tanto tempo escondido, as sombras.
Ele lhe esperou pensar e por fim Woo não sabia bem o que responder. Apenas deu de ombros:
— Indo, eu acho.