[HIATO] Contrato || M!S/N x Apuh Topcraft

7. || Sentimentos

Apuh resmunga baixo se afastando do rapaz em sua frente, o prefeito arruma a gravata e endireita-se. O rubor desaparece lentamente do rosto de S/N, o rapaz abraça o paletó e respira fundo, tentando controlar a vergonha. Apuh olha para o rapaz e sorri, a felicidade radiante por ter alguém que goste dele. Apuh não entendia sobre relacionamentos, afinal, S/N era o primeiro namorado que ele tinha na vida. Até mesmo Dlet já namorou alguém e ele não, o prefeito sentia inveja dos outros terem alguém que lhe amasse e apoiasse em cada conquista.

Apuh inclina-se, os olhos pretos fechando-se lentamente. Os lábios de ambos voltando a se encontrarem em um beijo lento e carinhoso. Os lábios de ambos movendo-se lentamente, apreciando o momento. S/N levanta as mãos e toca nas bochechas do ruivo, o polegar acariciando as bochechas. Apuh segura na cintura do construtor e puxa para mais perto, aprofundando o beijo.

"Vocês estão se beijando?", A voz curiosa do cientista pergunta, forçando os dois a se afastarem do beijo. Apuh tosse falsamente endireitando-se, o prefeito abre os olhos e esfrega a bochecha virando-se para o irmão mais novo. Pedrux pisca algumas vezes segurando a risada, o cientista vira e desce as escadas correndo enquanto ri alto. "Apuh e S/N estão namorando! Foka!".

"Larápio!", Apuh grita descendo as escadas correndo atrás do irmão mais novo. S/N abre os olhos e sorri para o cientista travesso. O rapaz suspira baixo e desce as escadas lentamente, apreciando o momento a sós. Ele estava cansado demais para reclamar ou ir atrás de Pedrux. S/N apenas queria deitar na cama e acordar depois de alguns dias. As coisas estavam acontecendo rápido para ele raciocinar, talvez um banho pudesse refrescar a mente conturbada dele.

S/N sabia que Apuh não demonstrava afeto, mas que o mesmo tentava fazer isso. O rapaz gostava de observar as tentativas fracassadas do prefeito em demonstrar afeto público. Mas apenas o deixava com uma personalidade de pai ou idoso. S/N ri baixo lembrando-se da conversa entre Apuh e Lg, mas bem, era para ser uma conversa, mas terminou em uma briga entre os dois ex-melhores amigos. S/N sentia falta da interação alegre entre os dois rapazes, o rapaz até mesmo sentia ciúmes da risada alegre de Lg quando Apuh contava uma piada.

S/N caminha até a porta e desce os degraus, saindo do gabinete. O rapaz ri novamente observando Pedrux voando para longe, o cientista parecia que estava rindo ainda mais alto. "Esse ordinário do Pedrux não paga os impostos e vem tirar sarro da minha cara.", Apuh resmunga se aproximando do gabinete, o prefeito percebe S/N perdido em pensamento e se aproxima do rapaz.

S/N sente algo quente e levemente rachado pressionar contra sua bochecha esquerda. O rapaz sente as bochechas esquentarem sentindo o beijo carinhoso na bochecha. "Apuh...você é estranho. Estava brigando com Pedrux por ele ter visto a gente e agora está me beijando em público.", S/N diz mostrando a língua, fingindo desgosto.

"Eu beijei sua bochecha, é diferente.", Apuh tenta retrucar, mas desiste percebendo o olhar atrevido do menor. O prefeito suspira em derrota e entra no gabinete. "Preciso terminar algumas papeladas. Até de noite, S/N.", Apuh resmunga fechando a porta com o pé. S/N acena lentamente com a cabeça e olha ao redor da cidade. Como ele falaria para Dan e Eokor que ele está namorando o prefeito? A pessoa que S/N mais negava que sentia algo era agora seu namorado até terminar o contrato.

"É melhor manter em segredo...se o Dan descobrir serei atormentado para sempre.", S/N sussurra voltando a caminhar para perto da Kombi. Eokor estava demorando para trazer as shulker. Talvez o juiz estivesse ocupado com algo mais importante. S/N olha para o lado e abre a boca, a raiva crescendo rapidamente dentro dele. "Foka!", S/N grita apontando para o policial comendo rosquinhas. Foka abaixa a mão e engole em seco observando S/N correr em sua direção, os olhos c/o fervilhando de raiva. "Seu ordinário! Devolva meu dinheiro!".

"Calma, S/N! O que aconteceu?", Foka diz colocando o restante da rosquinha na boca. O policial mastiga assistindo S/N agarrar com força sua blusa social azul.

"Foka...eu perdi minha casa, minha dignidade, meu dinheiro e minha sanidade!", S/N grita balançando o policial violentamente. O rapaz inclina-se, os olhos brilhando de raiva. "Foka...como você pôde fazer aquilo comigo? Cadê meus diamantes?", S/N sussurra puxando com força a blusa social.

"Ayu! Foi a Ayu que me forçou a fazer isso, S/N! Me desculpa!", Foka grita tentando se soltar do aperto violento do construtor. S/N estreita os olhos e abre a boca para falar, mas fecha ouvindo uma tosse falsa atrás dele. O rapaz olha por cima do ombro e pisca algumas vezes, percebendo o prefeito na porta do gabinete.

"Foka...quero falar com você...agora.", Apuh diz encarando os dois rapazes. S/N solta a blusa do policial e volta a encarar ele. Foka engole em seco arrumando a blusa social. O policial se afasta e corre para o prefeito encostado no batente da porta. "Cadê o pagamento dos impostos?".

"Apuh, eu já paguei. Você não lembra, mas eu paguei todos os meus impostos.", Foka diz com um grande sorriso no rosto. Apuh se desencosta do batente e olha para a loja de lã no final da rua.

"Os diamantes ainda estão ali...eu quero eles agora.", Apuh ordena apontando para o colar de diamantes na ovelha. Foka solta um grito surpreso pela atitude gananciosa e arrogante do prefeito. "Anda logo, Foka!", Apuh ordena saindo do gabinete. Foka resmunga balbuciando palavras incoerentes. O prefeito olha por cima do ombro e sorri para S/N. O rapaz desvia o olhar sentindo as bochechas esquentarem. Apuh não estava fazendo isso por ele? Ou será que estava?

S/N volta a caminhar para a escadaria do portal. Ele estava exausto e precisava de um longo banho. O rapaz esperava que na casa de Apuh tivesse uma banheira para ele ficar durante horas dentro dela.

"S/N?", A voz cansada chama a atenção do construtor. S/N levanta a cabeça e sorri para o mais velho desce as escadas. Jazz sorri tirando as mãos do bolso da calça preta, o fone de ouvido no pescoço emitindo algum barulho abafado. "Faz tempo que não vejo você aqui na cidade. Já abriu sua loja?", Jazz pergunta se aproximando mais do menor.

"Não, estou esperando o Eokor entregar os blocos de construção que pedi para ele. O Dan falou que você vai abrir uma loja de jegue...posso ser seu primeiro cliente? Eu gosto de jegues.", S/N diz abraçando com força o paletó, o vento frio bagunça o cabelo de ambos os rapazes. Jazz havia falado com Dan sobre seus planos de construir uma loja de Jegues. O banqueiro até mesmo mostrou as áreas da cidade com maior facilidade para as pessoas encontrarem a loja.

"Eu nunca pensei que você gostasse de jegues, S/N.", Jazz pensa alto colocando uma mão no queixo pensativo. O mais velho sorri e acena com a cabeça, S/N estará na lista de primeiros clientes da loja, seguido por Nogal. Jazz estava ansioso para começar a procriar os Jegues, mas era trabalhoso fazer tudo sozinho. "S/N...não sei se você está ocupado, mas gostaria de me ajudar a procriar os jegues?".

S/N acena rapidamente com a cabeça, os olhos brilhando por ajudar um amigo necessitado. O rapaz puxa o paletó para perto do rosto e sorri timidamente. "Eu não sei como cuidar de jegues, você terá que me ensinar.", S/N sussurra com um grande sorriso no rosto. Ele estava feliz por conversar com Jazz, Dan não parava de falar sobre o mais velho e parecia que todos o amavam muito. S/N ficava curioso em falar com Jazz, mas também tímido pois não sabia como puxar assunto com uma pessoa animada e descontraída como Jazz.

"Uai! É claro, sô! Jegues são nervosos, mas engraçados. Você vai gostar deles.", Jazz sorri orgulho pelos animais que tanto gosta. O mais velho olha ao redor da cidade e depois para S/N. "Eu posso ajudar você a construir sua loja, como uma retribuição pela sua ajuda amanhã comigo.".

S/N sente o mundo congelar, ele sabia o quão talentoso Jazz era construindo. O rapaz até mesmo tentava replicar suas construções, mas sempre falhava. As vezes Eokor o ajudava a construir, S/N era bom em construções simples, mas nunca em detalhes como Eokor e Jazz. O construtor abre um sorriso bobo encarando o mais velho.

"Eu tenho que ir agora, S/N...preciso conversar com Apuh sobre o Coelho Dourado. A noite passo na sua casa para deixar algumas coisas.", Jazz diz acenando com a mão e se afasta. S/N balança a cabeça e olha por cima do ombro, assistindo o mais velho caminhando lentamente. O rapaz franzi a testa sentindo um vazio dentro dele, a companhia de Jazz, mesmo que fosse por pouco tempo, aquecia o coração dele. Não era como se ele gostasse de Jazz. Não, ele já gostava de alguém.

"Mas por que eu fico estranho perto dele?"