Capítulo 1: Wildest Dreams (BraArg)

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"Ele disse: Ninguém precisa saber o que fazemos.
As mãos dele estão no meu cabelo, as roupas dele estão no quarto.
E sua voz é um som familiar.
Nada dura para sempre, mas está ficando bom agora."

O luxuoso salão de festa estava cheio de países e convidados bem trajados que usavam máscaras cheias de personalidade; mistério e sensualidade por todos os cantos ao som de música francesa. As luzes amareladas traziam um clima aconchegante ao baile realizado em Paris, fazendo com que os tons dourados estrategicamente espalhados se destacassem dando a impressão de que tudo era feito do mais puro ouro. No teto, lustres pendiam como uma chuva de diamantes sobre suas cabeças. As paredes exibiam quadros por toda parte como se o evento ocorresse no próprio Louvre. As colunas de mármore branco sustentavam e embelezavam o salão, e o chão em tons claros reluzia como espelhos.

Saindo da pista de dança logo no centro, o anfitrião da festa caminhou sedutor em direção ao amigo brasileiro que virava a taça de vinho apreciando o último gole. O francês não pode evitar dar uma boa olhada no moreno que tinha as madeixas escuras penteadas de forma despojada, alguns fios caindo-lhe sobre a máscara de material liso e brilhante, preta com alguns desenhos que se assemelhavam a folhas em vermelho vivo como brasa, o que harmonizava perfeitamente com suas vestes – sapatos e calça de alfaiataria pretos combinando com uma camisa larga e vermelha que tinha um decote longo em V nada discreto exibindo o peitoral bronzeado e a corrente dourada pendendo-lhe no pescoço.

Sentando no braço do sofá logo ao seu lado, o loiro lhe sorriu malicioso recebendo um aceno inesperadamente tímido do latino.

- Está gostando da festa, mon cher? (meu querido)

- Sim. 'Ta tudo muito bonito e elegante. A sua cara, né? – respondeu o brasileiro olhando em volta, apreciando o ambiente.

- Beau et élégant? (bonito e elegante?) É assim que você me vê, hum? – questionou o europeu rindo do jeito repentinamente afobado do moreno que, aos gaguejos, tentou começar alguma explicação, mas, conhecendo o francês, desistiu em seguida. – Não te vi dançar ainda, mon ami... (meu amigo)

Interrompeu-se observando Brasil que parecia de repente vagar em seus pensamentos. Seus olhos castanhos sob a máscara fitavam o outro lado do salão, em direção a enorme escada que dava acesso aos andares de cima do hotel, onde a maioria deles estavam hospedados. Olhando na mesma direção, buscando o que tanto parecia atrair a atenção do latino, o loiro sorriu arteiro identificando logo no primeiro degrau, encostado numa escultura angelical, o argentino conversando com sua capital, Buenos Aires.

Após algumas pequenas trocas de palavras, o portenho se afastou desengonçado deixando-o sozinho, indo em direção a brasiliense do outro lado, perto da mesa onde servia o ponche, que em seu vestido longo e estonteante apreciava distraída um dos quadros.

Tomado por uma leve ansiedade, já que era ciente do ciúme que o brasileiro tinha de sua capital, o francês voltou a encará-lo, mas, para sua surpresa, ele ainda estava vergonhosamente vidrado no argentino agora solitário. Era divertido assistir de perto aquela relação entre os dois latinos que insistiam em implicar um com outro quando obviamente desejavam-se mais que tudo. Quanto tempo mais levaria para finalmente cederem aos sentimentos reprimidos? Perguntava-se o francês quando se surpreendeu ao ver o argentino subir pelas escadas afastando-se do baile.

- Parece que o Argentina bebeu demais. Vou ver como ele está. – informou Brasil depositando sua taça vazia na bandeja de um dos garçons que passava perto deles. Dando um passo à frente em direção as escadas, o moreno parou e voltou-se irritado para o francês que riu engasgado lhe encarando com ironia. - O que é?

Amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora