Peguei Mel em estilo noiva, logo ela passou seus braços envolta do meu pescoço chorado em meu peito.
Eu queria matar o Jeff, deveria ter deixado ela sentada lá e ido matar ele, que é a minha prioridade. Mas nãããão, eu peguei a Mel e sai de lá deixando o Jeff pra trás enquanto ria.
Mel: Jane aonde está me levando?.- A voz dela era tão linda, ela também.
As vezes eu fico feliz por ela ser cega, sabe aí ela não foge de mim se acabar me vendo sem a mascara ou sem a peruca, ou sem os dois, Jeff arruinou minha aparência, minha autoestima não exite nem em meu vocabulário, é capaz de eu nem saber mais o significado dessa palavra.
Jane: Para um lugar seguro.
Respondi simples e continuei andando, entrei na cabana depois de horas, Mel já tinha dormido em meu colo de tanto chorar, tadinha vai ficar com olheiras e os olhos vermelhos, talvez mais um motivo para matar o Jeff.
Ignorei a presença da escrava do Sully e fui pro meu quarto deixando a Mel deitada em minha cama, fiquei sentada com a mão nas costas dela a olhando enquanto ela dormia tranquilamente, ela merece pela manhã horrível que teve...não estava nem perto do almoço ainda e o dia dela já começou assim.
Jane: Vou cuidar de você meu anjo.
Sorri vendo ela se virar pra ficar mais confortável, sai da cama e tranquei meu quarto por segurança, se o Jason a ver, ela vira boneca na hora certeza, e ele nem vai precisar concertar ela já que ela já é perfeita!
Quero dizer, pra uma vítima ela é perfeita.
Desci as escadas, Yukimi estava preparando a comida, ela tem uma expressão morta como se fosse uma marionete sendo controlada, eu nunca vi ela usando outra expressão além dessa.
Jane: Você está bem?
Yukimi: Senhorita pergunta pro meu mestre, se ele estiver bem, estarei bem também.- O tom de voz dela foi o de sempre, gentil.
Me sentei na mesa a olhando intrigada enquanto a mesma mexia algo na panela.
Jane: Sofreu lavagem cerebral pelo Sully foi?.- Perguntei quase em tom de brincadeira, mas vindo do Sully eu não duvido nada.
Yukimi: Não, é que eu já sou acostumada a ser serva desde pequena.
Jane: Sinto muito.
Tadinha, não sei nem o que pensar, ela devia ter pais horríveis.
Yukimi: Não sinta, é da cultura onde eu morava, apesar de ser antiga meus pais adotaram nos dias de hoje.
Jane: Desde quando? Não acha que deve ser livre? Fazer suas próprias escolhas? Fazer o que quer? Não sente saudades de ser livre?
Yukimi: Eu não sou autônoma e já me acostumei com isso, nunca tive essa liberdade, perdi aos 5 anos, era o que a minha mãe falava já que eu não lembro, então não, como eu ia ter saudades de algo que nunca tive?
Eu estava com a boca levemente aberta, ainda bem que estou de máscara impediría de revelar minha surpresa, tanto pelo o que ela disse quanto por ela ter falado mais de uma frase ou uma simples palavra como sempre.
Ela se virou pra mim e se sentou na mesa.
Yukimi: Mais alguma coisa senhorita?
Jane: Não, obrigada pelas informações.
Yukimi: Não precisa agradecer.
Ela ficou lá sentada observando as panelas no fogão enquanto balançava as pernas imitando uma caminhada, quase igual criança, mas o que a diferenciava de uma além pela idade, era sua expressão, crianças não fica assim sem uma expressão pensativa ou feliz, e era como se ela não tivesse alma ou vontade de viver.
Fiquei a observando por não ter mais nada de importante para fazer, não demorou muito para começar a sentir o cheiro da comida, o som do borbulhar da água do arroz, do feijão esquentando, o cheiro estava uma delícia, isso que ainda nem subiu o cheiro da mistura
Jane: Está preparando o que?.- Perguntei curiosa.
Yukimi: Arroz, carne de panela e esquentando o feijão de ontem.
Jane: Aparenta estar uma delícia.
Yukimi: Nem está pronto.
Jane: Mas pelo cheiro já dá pra imaginar.
Liu entrou na casa, Yukimi foi até ele e se ajoelhou dando boas vindas a ele, logo se levantou pegando a camisa, blusa e cachecol dele para lavar, já que ele tirou por está coberto de sangue ficando com o peitoral nu e veio pra cozinha beber água.
Liu: Oi Jane
Jane: Oi Liu, e então? Já sabe a sua resposta?
Liu: Sim, mas eu queria saber a sua.- Olhei pra ele sem entender, minha cabeça levemente inclinada pro lado me denunciava pra ele que fiquei confusa sobre sua frase.- Não se faça
Jane: Como assim?
Liu: Talvez você goste da garota
Jane: Garota?.- Suspirei.- Como você sabe dela?
Liu: Yumiki me contou.
Jane: Eu nem vi ela abrir a boca.- Cruzei os braços.- Foi o fofoqueiro, cabeça de vento, idota, babaca, sem noção e corno do seu irmão não foi?
Liu: Foi.- Deu de ombros.- Você foi tão romântica pegando ela estilo noiva.
Jane: Foi por acaso da situação, eu não gosto dela
Liu: E eu não gosto da Yuky.- Rebateu.
Jane: Então por que deu um apelido pra ela?
Ele arregalou os olhos ao perceber que falou "Yuky" envés de "Yukimi".
Liu: E por que você trouxe a garota pra cá? Foi pra ela não morrer, então automaticamente gosta dela.
Jane: Você está com a Yukimi a muito tempo e nem o Sully a matou ainda, automaticamente vocês gostam dela
Liu: Uma coisa não tem nada haver com a outra.
Jane: A mesma coisa aqui.
O assunto morreu por que a Yukimi voltou, não gosto de falar por costas mas esse assunto pode deixar ela desconfortável.
Ela mexeu a comida e apagou os fogos.
Yukimi: Está pronto Liu.
Liu: Certo querida.
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O amor é cego (Jane The Killer)
FanficTalvez, mas só talvez eu esteja suprindo sentimentos pela minha cegueta