Capítulo IV - Livrá-los da dor.

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Sasuke sangrava muito. Muitas vezes Karin se espantou com ele tendo espasmos por causa da febre e da perda de sangue. Ele estava morrendo aos poucos, seja pelo calor corporal, a perda de sangue ou pela loucura que o fazia sussurrar coisas sem sentido — coisas do passado também.

Já haviam se passado muitos dias, com o clima cada vez mais gelado e a falta de comida pelas redondezas, os nervos da ruiva explodiram de preocupação, fome e estresse.

Ela poderia, simplesmente, ir embora. Conhecia pouco daquela área, mas seria melhor se arriscar do que morrer no gelo ao lado de quem ela mais odiava. Porém, ela não tinha coragem de deixá-lo, poderia ser por piedade, ou, quem sabe, algo mais, todavia, preferia apenas imaginar que ela era bem diferente dele e da família abominável dele.

—Aguente seu idiota, aguente para que eu possa matá-lo depois disso tudo — sussurrou a ruiva, trocando mais uma compressa de água gelada e agasalhando o homem como podia.

No décimo quarto dia, Karin escutou trotes de cavalo no meio da mata enquanto coletava ervas e cogumelos para comer. Escondeu-se atrás das moitas baixas, espiando pelo canto e tendo a visão das pernas de um corcel claro se aproximando, acompanhado de um homem ruivo, usando vestes sujas e partes de uma armadura com o símbolo do clã Uzumaki. Os cabelos escarlates de Nagato apenas confirmavam: era seu irmão.

Karin saiu de trás das moitas com lágrimas nos olhos.

— Irmão! Irmão! — Nagato saltou do cavalo, afundando os pés na neve que havia acumulado à noite, abraçando a mais nova com força. Seu coração batia com toda força, mal dava para sentir a dor de seus ferimentos diante do alívio que o abraçava ao ver sua querida irmã viva.

— Karin! Graças aos deuses está bem! — disse, com lágrimas escorrendo suavemente pelo rosto e analisando a ruiva dos pés à cabeça. — Está ferida? Quebrou algo? Pelos deuses, eu estava tão aflito...

A caçula riu, limpando as lágrimas insistentes com a mão livre quando se afastou do abraço quente do mais velho. Estava feliz, demasiadamente feliz.

— Eu estava com tanto medo, de você, de nós. — Fungou, equilibrando os cogumelos e ervas na manga de sua roupa. — O Sasuke.

Nagato franziu o cenho ao ouvir o nome do inimigo e ex-noivo de sua irmã sair com tanta preocupação.

— O que tem o Príncipe Sasuke? Ele te fez algo?!

Karin engoliu o choro, tentando se recompor, todavia, isso parecia simplesmente impossível.

— Ele me salvou, mas está muito ferido, quebrou o braço, está perdendo muito sangue e-

— Calma, explique-me direito, com calma.

A Uzumaki balançou a cabeça, apoiando-se no irmão enquanto seguiam para a cabana abandonada, com o corcel de Nagato sendo guiado pelo ruivo através das árvores sem folhas e do manto branco gelado da floresta, o qual ficava cada vez mais alto.

Estava cada vez mais frio à medida que se aproximavam mais do centro daquela região, com o vento levantando os fios avermelhados da dupla de irmãos quando passava com força pelos corredores da paisagem nublada de inverno.

Logo a silhueta do casebre surgiu em meio à tímida clareira. A beirada da sacada estava coberta de neve, com espigões adornando as laterais do telhado precário e fazendo peso junto ao manto branco, os quais, todos os dias ao acordar, Karin tinha que retirar para que não despencasse na cabeça dos dois em noites desconfortáveis.

Nagato prendeu o cavalo em uma árvore, um pouco afastado da casa de madeira. Antes de se afastar, amarrou bem a cela e o que tinha preso rente ao dorso do animal musculoso, certificando-se que estava bem preso. Sua irmã o aguardava na porta, com os olhos presos à silhueta esperançosa do mais velho, com medo de que ele desaparecesse de suas vistas.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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O General do Imperador - KakaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora