In your skin Marcado na sua pele

013

Capítulo 13

Wang Yibo

Na semana passada, tive alguns momentos tão perfeitos, tão comoventes, que gelei de medo e me deu vontade de sair correndo. Ficar sentado no sofá da minha sala, comendo pizza e tomando umas cervejas vendo o canal de esportes enquanto  Xiao Zhan  fazia os trabalhos da faculdade foi um desses momentos. Ficar só observando ele simplesmente existir de repente me sufocou, de tanta perfeição. Tive que fugir pra tomar um banho bem quente, senão ia fazer alguma idiotice tipo pedir ele em casamento ou mandar dar o fora.  Xiao Zhan  se encaixava ali, era simples assim. Preenchia todos os buracos da minha vida. Eu morria de medo só de pensar que ele podia não estar ali ou ir embora a qualquer momento. Nunca tinha sentido isso antes. Não queria depender dele, não queria transformar uma coisa que, de repente, era só aquela empolgação do começo do namoro em um troço gigante. Mas alguma coisa me dizia que, se eu mergulhasse nisso de cabeça, nunca mais seria o mesmo.

Essas últimas semanas foram incríveis. Eu gostava de ter  Xiao Zhan  aqui em casa e na minha vida, e também de criar um espaço pra mim na vida dele. Todos os meus amigos adoravam ele, e eu não podia nem ficar chateado porque estavam meio apaixonadinhos por Zhan também.

Xiao Zhan  não tinha noção do quanto era bonito, e ficava difícil não se apaixonar.

Quando a gente saiu do estúdio, ficou na cara que o Yao também tinha virado fã dele. E isso era muito importante pra mim, porque Yao era como um irmão mais velho, e confiava nos instintos dele em relação às pessoas. Por isso Yao  era um gerente tão bom.  Xiao Zhan  já fazia parte da minha família. Quando contei o que rolou quando fui visitar meus pais, ele nem piscou e já foi mandando um e-mail esculachando minha mãe, deixando bem claro que não ia tolerar esse tipo de comportamento e implorando que fosse se tratar. O ômega tava do meu lado e, mais uma vez, fiquei só imaginando quanto tempo fazia que ele lutava por mim, antes de eu tirar minha cabeça do buraco e me ligar nisso.

Sempre me sentia um merda quando pensava naquela história.
Esses momentos calmos me tranquilizavam. Nessas horas, sentia que tava construindo os alicerces de um lance sensacional. Os momentos de paixão, quando ele me olhava como se eu fosse um presente que sempre quis desembrulhar, eram suficientes pra eu pensar que tinha encontrado a única pessoa no mundo que nunca ia me entediar na cama. Eu era o único cara com quem ele tinha transado, e isso era bom porque eu podia ensinar tudo pra ele, e  Xiao Zhan  sempre foi um aluno nota onze. Rápido ou mais devagar, com carinho ou mais selvagem, uma rapidinha que me deixava louco ou uma noite inteira de prazer que fazia ele se atrasar pra aula na manhã seguinte…

Não tinha a menor dúvida de que a gente era sexualmente compatível. Ele tava começando a descobrir suas próprias preferências. Gostava da coisa um pouco mais bruta e ousada do que eu imaginava, por exemplo. E sempre dava um jeito de encarar com bom humor quando a coisa ficava meio estranha ou não saía do jeito que a gente esperava. Nem lembrava quando tinha sido a última vez que tinha me divertido tanto com alguém na cama. Nem sabia que isso era possível, mas Ziao Zhan deixava o sexo melhor ainda.

Só de pensar em perder qualquer uma dessas coisas me dava vontade de entrar num buraco e nunca mais sair.
Estava tentando me livrar do medo. Afinal de contas, a gente só tava passando uma noite legal em casa, sem o Nash por perto. Eu devia estar me esforçando pra ele gritar meu nome no volume máximo a noite inteira. Mas a dúvida não me largava e continuou a me perturbar debaixo do chuveiro, até a água esfriar e me obrigar a sair. Passei uma toalha felpuda na cabeça e no rosto e enrolei outra na cintura. Deixei minhas roupas amontoadas no chão e fui até o quarto, pensando que ele ainda devia estar na sala, fazendo os trabalhos da faculdade, e eu ia ter mais uns minutinhos pra me recompor. Só que a TV estava desligada, e ele, sentado no meio da minha cama, tomando a cerveja que eu tinha abandonado quando corri pro banheiro. Como se não bastasse, ele tava só com a minha camiseta com o logo do estúdio. Ficou muito melhor nele do que em mim, e ele tava me olhando bem sério, com aqueles olhos cor de azeviche.
– Que tá acontecendo?