Kuroko No Basket: Lord Ômega

Capítulo 12

" O basquete era divertido."

"Sim, foi ."

Por um lado, você recebe comentários como esse.

"Caralho! Não é à toa que ele é um prodígio! A jogabilidade de Kise está em um nível totalmente diferente!”

E você deixa os fãs loucos por você dizendo:

“Kyaaa! Kise-kun fica tão gostoso quando joga basquete!”

Sim, claro que ele seria bom nisso. Ele é bom em tudo que se dedica. Ele é um Alfa entre os Alfas por quem até os Alfas se apaixonam.

O jogo de hoje não foi diferente, pois seus fãs de toda a escola se reuniram apenas para vê-lo jogar.

Mas ele não está se divertindo agora.

Na verdade, ele não conseguia se lembrar por que o basquete era divertido até ver a maneira como Kuroko jogava com Seirin.

O pequeno Ômega que não podia fazer nada sozinho assim como uma sombra não pode existir sem a presença da luz. Kuroko apoiou todo o seu time incansavelmente enquanto eles jogavam contra todo o seu time de Alfas. Por causa dele, esse time tem chance de lutar contra um adversário como eles.

Ele sempre pensou que apenas a Geração dos Milagres era boa o suficiente para revelar o verdadeiro potencial de Kuroko... mas parece que a verdade era oposta. É Kuroko quem tem o poder de revelar o verdadeiro potencial dos outros. Foi o que ele pensou quando Kagami conseguiu fazer uma incrível passagem por ele com a ajuda de Kuroko.

"Deveria ter sido eu..."

“Kurokocchi… Você nunca brincou assim comigo antes.”

“Você é forte, Kise-kun. Eu não posso fazer nada sozinho. E Kagami-kun não pode enfrentá-lo sozinho. Mas quando trabalhamos juntos, temos uma chance de lutar. Não vamos perder para você, Kise-kun,” o pequeno Ômega disse com determinação.

O basquete não é mais divertido.

Por um lado, você não sente mais a satisfação de derrotar seus oponentes quando praticamente vence todos os jogos sem tentar.

E outra coisa sobre jogar basquete é que você pode se perder.

Kise não conseguia lembrar quando começou. Provavelmente foi depois do jogo do campeonato no segundo ano do ensino médio. Desde então, Kise percebeu que ocasionalmente perdia seu senso de identidade ao jogar basquete, como se sua consciência fosse engolfada por águas turbulentas. Seu corpo queimaria. Durante esses tempos, parecia que ele faria algo incrível. Mas ele voltará a sentir um  forte desejo de foder alguém, qualquer um.

E tem acontecido com muito mais frequência atualmente. Às vezes, ele sentia como se estivesse jogando um jogo inteiro nesse estado de excitação. Quando ele volta à realidade entre gritos de louvor, ele se pergunta, eu realmente fiz tudo isso? Mas tudo o que ele podia fazer era se trancar no banheiro e deixar sua rotina para o cheiro de baunilha.

“Hahaha, finalmente descobri qual é a sua fraqueza, Kise. É esse cara!” Kagami declarou, colocando Kuroko como um item de sorte.

Isso pode ser verdade, em mais de uma maneira.

“Kurokocchi!!” Ele exclamou em estado de choque depois de acidentalmente acertar o garotinho na testa no meio do jogo. Foi só nesse momento que ele voltou a si.

Kuroko sentou-se trêmulo.

Kise sentiu uma pontada aguda de dor em sua cabeça no momento em que viu o sangue escorrendo daquele rosto adorável com o qual ele sonhou noite após noite. Um pedaço de memória dentro do vazio escuro que ele está tentando olhar.

Um quarto escuro iluminado vagamente pelos raios do sol poente. Um belo corpo em seus braços, a pele de porcelana florescendo com hematomas de diferentes tonalidades.

Ele está enterrado profundamente dentro de um calor que pulsa com vida, derramando cada pedacinho de si mesmo nisso. Kuroko gritando de dor enquanto afundava os dentes na carne macia do garoto. O cheiro de sangue e... baunilha.

"Mas de quem?" 

O jogo continuou em um ritmo inacreditável de correr e atirar com Kise em uma fúria delirante.

“Treinador, por favor, coloque-me de volta”, implorou Kuroko depois de acordar no último quarto do jogo. Algo não estava certo. Kise estava perdendo o controle. Nesse ritmo, ele certamente dominaria Seirin e poderia até se machucar fazendo isso. “Tenho que mudar o ritmo do jogo antes que alguém se machuque!”