Eu definitivamente era uma fábrica de corações partidos.
Meu coração havia sido partido várias vezes, sendo bem específica, sete vezes. E todas elas foram em menos de quatro anos. Mas dessa eu tinha certeza total de que seria a última vez, estava decidida a dar um ponto final em tudo isso. Poxa, eram três horas da manhã e eu estava chorando igual a um bebê indefeso nos braços de minha mãe.
Os braços da ruiva me enlaçavam calorosamente, me reconfortando da melhor forma possível, e mesmo que eu tentasse conter as lágrimas, a cada segundo que se passava eu chorava mais e mais, desejando simplesmente ter um apagão e nunca mais saber que eu já me apaixonei por alguém.
Em menos de um dia, vinte e quatro horas exatas contadas, minha vida tinha virado de ponta cabeça. E por aquele instante, tudo o que ele tinha se tornado era meu único porto seguro, mas em um piscar de olhos, ele foi embora, dizendo que não tinha certeza se realmente me amava ou se era tudo carnal, afinal ele dizia não saber lidar com relacionamentos a distância.
Fiquei me questionando, mesmo com medo de ser apenas a bendita negação, mas eu não acreditava que aquilo pudesse ser verdade. Tantas declarações, tantos beijos, tantas vezes que sibilou que me amava, tantas noites rindo e ficando comigo foram jogadas fora, para um simples "não sei se te amo de verdade"?
Confuso.
E ridículo!
Devem estar pensando, nossa, sete vezes! Como assim quebraram meu coração sete vezes? Mas o mais interessante disso tudo é que foram sete pessoas, o que seria bem mais interessante de falar. E aqui vai um resumo breve sobre isso.
Matt. Matthew Meyer. Meu primeiro (amor) namorado. Estudei junto com ele desde o primeiro grau, mas nos apaixonamos na sétima série e começamos a namorar na oitava, ficamos juntos até o início do verão, quando ele foi viajar para praia e nunca voltou, apenas me enviou uma carta dizendo que estava confuso e era novo demais para se comprometer. Como ele foi embora, nunca mais o vi.
Will. Willian Jones. O pick me boy. Começamos a namorar pouco depois que entrei na nona série, mas ele não sabia se contentar apenas com uma menina e uma personalidade, acabava trocando ideia (e ficando) com várias outras garotas, afinal nunca fomos assumidos publicamente, além dele ter uma personalidade e uma mentira para cada uma. Quando eu descobri e pedi para ele me dizer a verdade, terminamos. Mas na manhã seguinte algumas fotos sensuais minhas foram parar em panfletos.
Bry. Bryan Hills. Posse era a palavra que com toda certeza definia o nosso relacionamento. No começo era legal o ciúmes, achava que era uma forma de me proteger e que tudo isso era para o meu bem (droga de daddy issues) mas chegou um momento absurdo que nem de casa eu podia sair sem ele, além dele sempre saber o que eu conversava com minhas amigas, todas as roupas que eu usava tinham que ser adequadas a uma mulher que namora. Mas o ápice foi quando terminamos, além de me humilhar, ele tentou me prender em seus dedos fortes que me apertavam, mas acabou levando um sopapo de Tom.
Tom. Tommy Harrington. Longe de ser um astro de Stranger Things, Tommy era meu melhor amigo. O famoso friends to lovers (que tem 97% de chance de dar certo). Que claro, começou com uma amizade e terminou num jogo da garrafa valendo sete minutos no paraíso, onde acabamos por nos beijar e desde ali nos apaixonamos. Começamos a namorar no ensino médio, era perfeito, tudo corria tão bom que parecia que era apenas um sonho. Mas o tempo se passou e os beijos, a intimidade e o calor foram se esfriando. Acabamos chegando a decisão de terminar antes que acabássemos nos afastando. Afinal ainda somos amigos.
Henry Quinn. Imaturo, não há outra descrição. Não há muito que eu possa falar sobre ele, nosso relacionamento foi baseado no precisar de atenção e usar isso como ameaça. Ele acabou parecendo não entender que eu tinha uma vida e ele também, que não podia viver em função do nosso relacionamento e muito menos grudados. Desgastei muito rápido minha saúde mental com ele, me sentia culpada com muita frequência e tentava levar ao máximo esse relacionamento. Chegava a ser extremamente desgastante ser a culpada de tudo, não poder sair com meus amigos, tive que muitas vezes deixar minhas coisas de lado para ficar com ele. Acabei me tornando mãe dele, não uma namorada. Acabei surtando de tanto que estava sufocada e pedi para terminarmos, saí como a errada na história e fui ofendida por um grupo de adolescentes jogadores de RPG.
(ele tinha mommy issues)
Chase Evans. Foi uma aposta. Quase no final do primeiro ano, eu e Chase começamos a conversar e acabamos nos envolvendo, mas dormir comigo era seu primeiro e único plano. Após alguns meses ficando, ele acabou soltando toda a verdade entre lágrimas desesperadas por um perdão e eu pedi para ele nunca mais falar comigo. Alguns dias depois ele apareceu na frente de casa e com uma serenata disse que estava arrependido e que me amava. Minha resposta foi fechar a minha janela e não deixar escapar nenhum pio da minha boca.
Por fim, mas nunca menos importante.
Eric Bellerose. Ele foi o típico namorado americano. Meu vizinho, acabamos nos aproximando muito no segundo ano ensino médio e começamos a namorar, suponho que tenha sido meu namoro mais duradouro que tive, quase nove meses. Mas no final, ele disse que não sabia se me amava de verdade e que não estava pronto para um relacionamento à distância. O mais doloroso era que eu queria que ele fosse o último, o famigerado amor da minha vida, mas acho que me enganei feio.
Foi depois dele que eu decidi que iria finalmente desistir de me apaixonar, de me relacionar com alguém. Eu tinha certeza de que sairia machucada no final e não queria ter um oitavo coração partido.
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Fábrica de Corações Partidos | Degustação
RomanceEssa obra é uma degustação do livro. Todos os direitos autorais, plágio é crime!