Vida nova. Cidade Nova. Pessoas novas. Tudo novo.
Essa era a frase que eu repetia várias e várias vezes durante as últimas três semanas. Bem, é aqui que a nossa história se inicia.
Ouço o miado de pandora e sinto seus pelos macios tocando minhas pernas, sorrio e deixo a caixa que tinha em meus braços, na bancada. Logo a pegando no colo.
Devem estar curiosos, sobre como minha vida mudou de ponta cabeça em questão de um mês. Bem, eu se fosse a leitor, estaria. Como e por que minha vida virou de ponta cabeça em um mês?
Um ótimo título para uma matéria num blog.
Bem, vamos lá. Há exatos um mês, durante a leitura do testamento de meu avô, mamãe recebeu o direito de se apossar da casa qual ele comprou há alguns anos, em New Hope. Até então, morávamos na Georgia, eu, mamãe e pandora, tendo a duas quadras papai e na casa ao lado, Eric, meu namorado.
Aliás, até então eu tinha um namorado.
Eric era o capitão do time da escola e namorava uma leitora meio nerd, com hobbies um tanto desconhecido, no caso, eu. Éramos o típico casal americano, composto por alguém com uma fama estonteante e alguém que se deixasse, era esquecida na cadeia alimentar escolar. Na verdade, eu até tinha uma fama, a fama da garota qual William tirou a virgindade, no baile de formatura da nona série.
Enfim, as coisas começaram a desandar a partir do momento que mamãe sugeriu de irmos para New Hope, na Pensilvânia.
Eric me ligou assim que eu contei para ele, sendo bem mais exata, na mesma noite que dormimos juntos pela última vez. Eu havia contado da mudança para ele e acabamos ficando naquela noite, mas logo que ele partiu, eu recebi a ligação. Ele dizia não estar preparado para um relacionamento à distância – modéstia à parte, eu também não estava – e que não sabia se me amava mesmo. Dizia que queria conhecer outras pessoas, beijar novas bocas e tocar novos corpos, para "ter certeza se me amava". Eu sei, típica fala de quem quer comer alguém sem trair a namorada, pelo menos ele não sugeriu um namoro aberto de apenas um lado.
E bem, aquilo ali foi o que quebrou meu coração. Pela sétima vez.
– Zoe – ouço a voz de minha mãe me tirar do transe que estava, me viro para ela, sorrindo – Pode me ajudar a trazer mais algumas caixas aqui para cima?
Assinto, deixando pandora no chão que grunhiu chateada e logo indo até ela, descendo as escadas até a entrada que estava empaçocada de caixas empilhadas. Pego as caixas com meu nome e as levo até meu quarto, as deixando perto do closet para depois, organizá-las.
Voltando aonde estávamos.
Lembro exatamente de como foi o momento que mamãe me disse que queria vir para cá. Fazia alguns meses que ela estava querendo ir embora da Georgia, mas não tinha um lugar para ir, tampouco motivos, a não ser a própria vontade. Mas, após receber a casa de herança e uma vaga na gerência de uma filial da empresa na qual ela trabalhava, ela não pensou duas vezes antes de ir.
Eu até então não queria ir, mas não queria morar com meu pai.
Deixo mais algumas caixas em meu quarto, e logo puxo meu celular do bolso, vendo que havia várias mensagens, dentre elas, ao menos cinquenta de Eric. Reviro os olhos e mais uma vez arquivo seu contato, não estava com a mínima vontade de ver suas mensagens de desculpinha, marco como vista as outras e logo desligo meu celular outra vez.
Olho para uma das caixas pequenas sobre a escrivaninha e me atrevo a abri-la, logo me arrependendo de tal ato. Era a caixa com lembranças e coisas que Eric havia me dado durante o tempo que namoramos, – eu sei que não era para eu ter isso guardado ainda, mas fazer o que? Eu ainda o amava – dentre elas, o que mais me chamou atenção foram as cartas que ele me escreveu. Vinte e uma para ser mais exata.
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Fábrica de Corações Partidos | Degustação
RomanceEssa obra é uma degustação do livro. Todos os direitos autorais, plágio é crime!