Capítulo 1

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                            AGORA

Liam

Quando eu vi aquela cena através do vidro da janela, me deu vontade de pular na garganta dele e enforca-lo até a morte. Eu nunca senti tanta raiva, igual eu senti naquele momento, nem mesmo pelo meu pai.

Eu não esperava encontrar Maicon ali, colocando o que ele tem entre as pernas dentro dela. Não imaginava que Anna estivesse presa naquela situação.

Aquele lixo, puxava sem cabelo como se fosse de uma boneca, batia em seu rosto a ponto de fazer ela serrecontorcer.

Estava escuro lá dentro, apenas a luz do abajur da sala iluminava o corpo nojento daquele homem em cima dela.

A terra estava molhada, o vento soprava no meu rosto, o tempo estava frio, mas meu corpo estava pegando fogo. Fechei meus punhos, sentia a veia pulsar no meu rosto, o sangue escorrer pelo corpo.

Eu queria mata-lo, tortura-lo, mas não podia, não podia deixar que ele me visse, mas não podia deixar Anna naquele lugar, não podia ir embora sem fazer nada. Eu fui ali para ver se ela estava bem, pela segunda vez durante aquela semana, e agora que cheguei e vi ela, não podia simplesmente ir Embora, sabendo que ela estava sofrendo.

Como não vi isso? As manchas no corpo, os machucados, o medo que pairava em seus olhos. A felicidade que parecia o primeiro sorriso durante anos, no dia em que saímos, e derrepente no outro dia, seu rosto se desmanchava em tristeza.

Ela estava sofrendo bem na minha frente. Não conseguia ver aquilo. Olhei para os lados , para dentro daquela maldita casa, não conseguia escutar seu choro, mas o pouco que se ouvia era abafado, a dor em seus ranger de dentes, o grito que era tampado pelas mãos nojentas daquele homem. Não conseguia ver por conta do escuro, mas não era preciso para saber que seu rosto estava molhado.

Nunca havia presenciado aquilo antes. Ao meu redor só tinha latas de lixo em um canto, grama perto do portão de arame e uma rua deserta, onde não se escutava nada, além das árvores se debatendo.

"Pensa, pensa, pensa!"

   Latas de lixo, janela quebrada na lateral da casa, a porta de entrada. Até uma ideia surgir em meus pensamentos.

Coloquei meus pés a caminhar, com cuidado, se desviando das folhas secas que estavam jogadas pela terra.

Outra porta do lado de trás da casa, voltei para a frente sem pensar duas vezes. Chutei as latas de lixo, a tapa foi para longe, os resíduos se espalharam. Cigarros, pacotes e latas vazias. O grande barulho quebrou o silêncio que pairava aquele lugar.

Olhei pela janela mais uma vez, aquele Verme saiu de cima de Anna, sem qualquer cuidado, parecia xingar o ar. Estava vindo em direção a porta de entrada, quando sai as pressas de lá. Me dirigindo para o fundo.

A raiva estava no ar, o clima era pesado. Estava tremendo, olhei para as paredes enquanto corria, querendo dar um soco naquele momento. Mas continuei a correr, tentando não fazer barulho.

Ao escutar Maicon xingar alguém que não sabia quem.

- Garotos malditos! - O barulho das latas sendo colocadas no lugar outra vez.

A porta do fundo estava entre aberta. Espiei e a vi, seu corpo nu. Desviei o olhar, não conseguia vê-la daquele jeito. Me atrevi a olhar outra vez, Anna estava colocando uma camiseta azul marinho, e uma calça jeans.

Seus movimentos eram rápidos, em um piscar de olhos já estava vestida. Abri um pouco mais a porta, para que pudesse chamá-la, propenso a livrar ela daquele inferno.

Eu tentei te salvar Onde histórias criam vida. Descubra agora