Macau despertou naquela manhã com uma dor na consciência que recusou esconder no armário da negação. Ele se sentou na cama, olhou ao redor e decidiu que era hora de encarar a verdade.
Ele sempre soube que não se sentia atraído por homens, pelo menos não conscientemente. Não que ele tivesse algo contra gays, sua família era um verdadeiro arco-íris de diversidade. Mas ele... nunca se viu assim. A ideia de ser gay era como um sapato que não servia. Ele adorava sua vida como um homem heterossexual, sua namorada, sua rotina.
Com essa nova perspectiva, a cidade parecia diferente. Ele começou a notar casais gays ao seu redor, algo que nunca havia feito antes. Com um suspiro, ele decidiu que era hora de conversar com alguém que poderia entender.
Pete, sempre o amigo confiável, estava à porta com um sorriso caloroso e uma xícara de café fresco.
— O que traz você aqui sem o seu irmão, o eterno galã? — brincou Pete.
— Eu acho que sou gay — soltou Macau, sem rodeios.
Pete quase engasgou com o café. — Uma bomba dessas e nem um aviso prévio, Macau?
Macau estava desesperado. — Eu amo ser hetero, Pete. Não sei como ser gay. Eu sou hetero. Eu não sou gay!
Pete, segurando a xícara de café com força, pensou em jogá-la na cara de Macau, mas decidiu contra. — Ok, entendi. Você não quer ser gay. Mas quem diabos te disse que você é gay?
— Eu... Eu estou enlouquecendo, Pete. Sonho com homens. Quero beijar um homem. Sinto que vou enlouquecer se não beijar aquele loiro. Mas eu não quero ser gay.
Pete, apesar de surpreso, decidiu ser paciente. — Você quis ser hetero, Macau?
— Eu nasci assim.
— E como você sabe que é hétero se nunca experimentou ser gay? Você nunca foi gay para saber se a heterossexualidade faz parte de você mesmo.
Macau estava confuso e assustado. — Minha vida era tão perfeita e certinha. Descobrir outro lado meu vai me tirar da zona de conforto.
Pete sentiu pena de Macau. Ele estava tão confuso, tão perdido. — Macau, você tem 20 anos. Há pessoas que passam a vida inteira sem se descobrir. Conte-me o que realmente aconteceu.
Ao final da conversa, Pete não disse nada. Ele apenas ouviu, dando a Macau o espaço que ele precisava para desabafar.
— O Tay é apaixonante mesmo — disse Pete, quebrando o silêncio.
— Como você sabe que é o Tay? — Macau perguntou, surpreso.
Pete deu de ombros. — Eu apenas sei. Venha aqui, meu novo menino gay. Primeiro, abra sua mente. A vida é assim, tudo é rotativo. Você precisa pensar e analisar. Para você e a Mya não sofrerem. E você precisa se aceitar, seja qual for a sua decisão.
Macau deixou a casa de Pete sentindo-se um pouco mais leve. Ao chegar em casa, ele se refugiou em seu quarto e começou a desenhar, uma atividade que sempre lhe trazia paz. Depois de terminar seu desenho, ele tomou uma decisão. Independente de ser gay ou não, ele precisava terminar seu relacionamento com Mya. Ele precisava se descobrir. Pete tinha razão, talvez seu interesse em Tay fosse apenas um gatilho para essa auto-descoberta.
Mas antes de tomar qualquer atitude, ele precisava conversar com seu irmão. Precisava do conforto e do acolhimento que apenas a família poderia proporcionar. Afinal, todos os pesos do mundo pareciam mais leves quando Vegas estava ao seu lado.
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DONO DO MEU DESEJO -TAY E MACAU
Fanfiction"Macau, um jovem rico e atraente, parecia ter tudo. Ele desfrutava de uma vida de luxo e privilégios, sem nada a reclamar. Até que uma noite, um doce aroma despertou seus sentidos e abalou seu mundo. Aquele aroma, tão intoxicante e inesquecível, o l...