11. DECISÃO

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Já faz algumas horas que estive com Valentina. Estou chegando neste exato momento em meu escritório e de Bárbara. Tudo aparenta estar tranquilo, como deixei. A recepcionista me saúda e eu sigo diretamente para a sala oposta à minha. Dou três batidas e a voz de Bárbara ressoa pelo ambiente.

- Entra - ela manda.

- Oi - falo ao entrar, e ela me olha com um sorriso de canto.

- Finalmente você me deu o ar da graça. - Ela se levanta e vem até mim. Nos abraçamos, e ela me dá um beijo no canto da boca.

- Vim resolver alguns problemas. Como você está?

- Estou ótima. Sente-se - ela aponta para a cadeira que está em frente à sua mesa. Nos sentamos. Olho para a mesinha que está no canto de sua sala e percebo um buquê de flores.

- Recebendo flores? Ui!!!

- Nem vem que não tem, Luiza. Eu sei que isso é coisa sua. - Ela fala sorridente.

- Oxente - Finjo que não entendo.

- O que você quer?

- Ok. Eu realmente lhe comprei essas flores, você gostou?

- Você não dá ponto sem nó, Luiza. Desembucha.

- Eu quero que você se case comigo. - Falo diretamente. Ela me olha incrédula.

- Casar? Luiza... você pirou?

- Não. Presta atenção... tem um garoto, ele se chama Léo. Estou em processo de adoção. Você sabe que sou bem estruturada, mas apesar disso, tem um fator "x" que pesa muito: eu sou solteira.

- E o que eu tenho a ver com isso? Espera... adotar? Quem é você e o que você fez com a Luiza? - Ela estala os dedos na minha frente.

- Deixa eu terminar meu raciocínio. Eu preciso que você finja ser minha mulher por uns dois anos. Vamos casar formalmente, e depois de dois anos a gente inventa alguma coisa e nos divorciamos. É só para que eu possa ter mais chances de adotá-lo.

- Isso é perigoso, Luiza. Se alguém descobre você perde esse garotinho.

- Eu sei dos riscos, mas estou disposta a arriscar.

- E o que eu ganho com isso?

- O peso do meu sobrenome no seu.

- Bitencourt também é um sobrenome de peso.

- Mas nós sabemos que o meu é mais. - Fui incisiva.

- Até agora não vi benefícios, Luiza. - Realmente, essa coisa do sobrenome foi apenas uma piada. Embora, meu nome ajude muito aqui.

- O que você quer? Eu faço qualquer coisa, mas por favor, me ajuda.

- Me casar? Luiza, apesar de gostar muito de você, isso eu não consigo. E as mães carentes que vez ou outra eu encontro por aí? - Ela para pensativa, como se fizesse uma viagem no tempo. - Não posso, me desculpe.

- Eu não me importo que você continue pegando quem você quiser, só faça isso escondido.

Ela me olha, balança a cabeça em negação e sorri.

- Dois anos?

- Nada mais - Acrescento.

- Teremos que dividir a mesma casa?

- Sim. Mas será aqui. Esse mês começa a reforma.

- Esse garoto vai me chamar de mãe?

- Eu não sei. Só se você quiser. Ah, sei lá. Não dá para confirmar nada.

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