— Aí — murmurava de dor. Tom não parava quieto, Hillary estava começando a se arrepender de ter-lhe chamado para o ajudá-lo.
— Fica quieto, Tom! Por Deus. — molhava o algodão no álcool limpando aquela área suja e roxa da face do garoto. — Se soubesse não usar violência para tudo seu rosto estaria bem mais bonito.
— Então me acha bonito? — molhava os lábios reluzindo seu piercing no cantinho da boca. A garota estava nervosa e queria desviar da pergunta do garoto, ela então teve a ideia de molhar mais um outro algodão e pressionar contra o machucado com a esperança de tirar a atenção de Tom. — AÍ HILLARY!
— Já estou terminando, prometo. — a garota agora parava de frente para Tom que com delicadeza abriu suas pernas empurrando a garota para o seu meio.
— Parece que voltamos ao passado — O garoto comentava rindo um pouco. — Você cuidando de mim de novo...
Hillary não respondeu e o silêncio se instalou naqueles minutos, apenas contendo o barulho da respiração pesada de Tom e a respiração descompassada da garota que sentia seu corpo se tensionar estando tão perto do garoto. As palavras dele martelavam na cabeça dela inúmeras vezes e aquilo a incomodava de certa forma. Havia desespero em querer ouvi-las novamente, poder ouvir dos seus próprios lábios que ele a amava.
Os braços de Tom rodearam sua cintura assustando um pouco a garota que não esperava pelo toque dele. Suas mãos firmes acariciavam suas costas e o trabalho de Hillary passou a ser feito com mais calma em seu rosto. A feição dos dois permanecia tensa, Hillary estava em cima do muro. Perdoar não era uma missão tão fácil mesmo que seu coração ja tenha o perdoado por sentir falta de seu toque e o desejo de amá-lo.
— Pronto. — Hillary se soltava dos braços do garoto indo diretamente ao lixo jogar os pequenos algodões manchados pelo sangue do Kaulitz. Ele a admirava enquanto a garota ainda estava de costas, os sentimentos do garoto não eram concretos, o elo que ele tinha ainda estava se reconstruindo e redescobrindo novamente os sentimentos que tinha pela garota.
Seus passos eram lentos até a porta do banheiro aonde fechava a passagem em que a garota iria sair.
— Eu senti sua falta...
— É eu também Tom — apoiava os braços na pia de costas para o rapaz.
— Eu queria ter evitado tudo isso, sinto como se fôssemos estranhos novamente...
— Não somos? — mudava sua posição agora podendo encarar seus olhos confusos e castanhos.
— Você acha que somos? — Tom estava realmente querendo tentar tirar qualquer informação ou resquício de sentimentos da garota, ainda lembrando das palavras em que leu de seu diário.
— Me responda você. — Sem ao menos sorrir a garota o empurra de leve liberando passagem, pegando sua bolsa pronta para sair.
— Espera — os passos de Tom eram rápidos e desajeitados — Eu precisava fazer isso.
Tom imediatamente puxa Hillary para um beijo, um beijo sem pressa aonde foi retribuído de forma positiva pela garota. Tom pedia passagem com a língua que no mesmo instante foi cedida pela garota, suas cabeças dançavam em sincronia sentindo apenas a sensação leve e apaixonada daquela situação.
Tom leva sua mão a nuca da garota aprofundando mais o beijo e usando a outra mão para passear nas costas e cintura da garota. Hillary respondia exatamente como Tom queria ao sentir seu toque, suas mãos puxavam de leve os dreads do garoto que sorriu em meio ao beijo pela leveza de suas mãos.
Um último selinho foi deixado pela garota que afastou-se dos lábios de Tom olhando em seus olhos escuros. Tom parecia querer dizer algo mas estava ocupado demais reparando nos lindos olhos azuis da garota. Seu dedão fez um carinho na bochecha deixando um sorriso escapar dos seus lábios.
— A anos quis fazer isso... — sussurrava em seu ouvido provocando calafrios na garota. — Me desculpa por tudo Hillary! Por favor...
— Vai precisar de muito mais que só um pedido de desculpas para me ter de volta em sua vida, Kaulitz. — sorria fraco saindo do quarto do garoto.
Um sorriso sincero se pos no rosto do Kaulitz, aquela sensação de formigamento novamente o deixava eufórico e ao mesmo tempo desesperado por não saber o que fazer e como agir com aquela sensação nova relutando em seu peito. Seria o amor? Seria finalmente uma chama ardente em um coração gelado?
Com as pontas dos dedos o garoto encosta em seus lábios lembrando do beijo de segundos atrás, andando até a janela vendo ali diante de seus olhos Hillary sair junto a Ayumi. Por um relance a garota olha na direção da janela de Tom e acena, diferente de sua amiga que estende seu dedo do meio para o garoto que acaba revirando os olhos.
— Vamos pedir pizza — Georg abria a porta do quarto de Tom — Vai querer?
— Lógico! — sorria ao rapaz que analisava o caminhado cambaleante de Tom.
— Sou fera demais! — movimentava socos no ar se referindo ao andar do garoto ser pelos murros que foram depositados.
— Não mais que eu! Cara esse roxo 'ta horrível, precisamos arranjar um jeito de esconder isso antes dos ensaios. — abraçava seu amigo de lado enquanto andavam pelo corredor.
Ao descer e olhar seu amigos novamente garoto se sentia em paz, a preocupação e ocupava sua mente sumiu e ele gostava daquela sensação de livrar-se dela por pelo menos algumas horas até que sua mente retornasse com a verdadeira realidade.
O resto da noite foi um alívio, eles não conversaram muito, naquele momento somente o que importava era a companhia um do outro.
Hillary não saia da cabeça de Tom, marteladas em sua mente estampavam o rosto, o sorriso e os olhos da garota.— Não é mesmo Tom? — Bill ria trazendo Tom de volta.
— Ahn? É...
— Xiii, esse aí bugou — Gustav falava logo em seguida abocanhando um pedaço da pizza.
— O que foi Tom? — Bill questionava preocupado com o irmão.
— Não é nada... Eu acho que ja vou subindo galera, boa noite para vocês ai! — Acenava logo subindo ao seu quarto entrando diretamente no banheiro.
— O que está acontecendo comigo? — gotículas de água caiam de seu rosto molhado. — O que você está fazendo comigo, Hillary Collins? — seu sorriso sai novamente de seu rosto, suas pupilas dilatavam e seu coração parecia acelerar cada vez que lembrava da garota poucas horas em seu quarto.
— Tom? Os meninos ja foram.. — Bill entrava lentamente escorando-se no batente da porta do banheiro encarando seu irmão. Sua feição era de dúvida. — Quer conversar sobre aquilo?
— Não gosto de conversar sobre o passado. — Tom respondia ao irmão.
— Você sabe que não me referi à isso. — Bill sorria fraco ao irmão que retribuía sentindo a confiança que seu irmão passava. — Você a ama mesmo?
— Eu não sei Bill...
— Como não sabe Tom? Você disse poxa... — Dava espaço ao garoto que saia do banheiro.
— Eu nunca amei ninguém antes, eu não sei como é amar... eu não sei nem o que é o amor...
— Não é difícil saber. — Bill entendia a situação de seu irmão e faria de tudo para ajudá-lo, sentou-se ao seu lado cruzando as pernas na cama pronto para conversar.
— Podemos falar disso outra hora? Eu 'to cansado e bastante dolorido... — Tom falava ao irmão, aquela situação era nova e tudo o que ele mais queria era tempo.
— Claro, caso queira conversar algum dia estou a uma porta de frente a sua maninho! — Bill abraçava seu irmão. — Boa noite TomTom!
— Boa noite Bibo! — Acompanhava seu irmão sair de seu quarto.
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Uncertainties. ╰☆╮
FanfictionHillary Collins retorna a cidade após sofrer múltiplos atos de bullying de Tom Kaulitz e seu grupo, escondendo seus sentimentos pelo garoto e sem entender como seu ex melhor amigo se virou contra ela, a garota trilha sua jornada esperançosa pelas re...