Caverna Infestada - V

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O jovem pegou uma aranhinha com a mão e a jogou contra a parede da caverna.

– Cuidado, garoto! – disse a moça de cabelos brancos. – Não mate elas, elas estão sendo controladas!

Yara removeu a adaga coberta por um liquido azul de uma das aranhas e teve uma crise de tosse. A fada bufou olhando para a caçadora e revirou os olhos, enquanto amarrava seu cabelo longo para trás com uma tira de pano, deixando as duas orelhas pontudinhas à mostra.

– Meu nome é Ethan... – disse Ethan, desconcertado pelo aviso.

– Ethan... – A caçadora murmurou. – Isso, então é você mesmo, aluno de Yasmin.

Ethan arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços. – Aqueles ataques que deu...

– Sou uma ex-aluna também. – A caçadora disse friamente e seguiu andando pela caverna. – Continuamos a conversa quando estivermos em camas quentes e com comida boa. Fiquem sempre próximos de mim.

– Deve ter sido um aprendizado, ambos são esquentados. – Ethan fitou Melryen após o comentário dela e ambos seguiram logo atrás. Atrás da mandona.

A fada dos cabelos acinzentados expelia pequenas partículas luminosas, expulsando a escuridão em seu redor. Os minúsculos feixes de luz se apagavam pouco a pouco conforme se distanciavam de sua progenitora.

– Então, Melryen – Ethan sussurrou próximo da fada –, eu pretendo ir para algum lugar seguro depois que resolvermos essa "questão" – Ele fez um sinal de aspas com os dedos, – e você disse que também está sendo procurada por causa dos seus poderes...

– Uhum...

–...Que tal encontrarmos um local? Quem sabe sair da floresta...

– Impossivel... – Ela disse com pesar.

– Quê? Como assim?

– Nada. Esqueça isso. Eu adoraria encontrar outro local onde eu pudesse fazer minhas poções – Ela olhou para os frascos vazios cobertos de teias das aranhas e contorceu o rosto em nojo –, mas aqui é o meu lugar.

– Tá um pouco bagunçado. – Ethan disse com uma rizada leve. – Uma ajudinha cairia bem.

– Sim, cairia. – Melryen riu e afirmou com a cabeça.

No percurso, fugiram de muitas aranhinhas, com exceção da caçadora, que matou todas, e cortaram bastante teias para abrirem passagem. Começaram o processo de remoção das pessoas de dentro dos casulos no jardim de árvores-cogumelo. As pessoas saiam atordoadas, algumas acordavam com medo, outras nem sequer acordavam ou davam reação, estas últimas estavam mortas pelo veneno ou com seu sangue drenado.

Melryen curava as pessoas, parecia muito cansada.

– Tudo bem? – Ethan disse.

A fada suspirou e disse: – Sim... Eu só estou esgotada...

– Precisa de algo? A mandona disse que podíamos pegar bolinhos com ela.

– Não. A fada deu um sorriso fraco. – Tudo bem, mesmo. Eu só precisava ter pego mais sol antes de vir.

Ethan ficou em silêncio.

– E você? Está melhor? – Melryen estendeu a mão para uma criança. O menino brilhou e os raios negros em sua mão sumiram. – Se precisar de outra poção de energia... – Ela se voltou para ele.

– Hã? Não precisa. – Ethan meneou a cabeça. – Tô bem.

– Esse foi o último. Acho que deveríamos enterrar dignamente os outros.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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