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ADAIR CONNELLY
"Você está bem filha?" minha mãe pergunta aparecendo no meu quarto de infância, eu olho para cima da caixa dando a ela um sorriso tenso e aceno com a cabeça.
Ela parece lutar mentalmente consigo mesma antes de acenar com a cabeça e lentamente fechar a porta, coloco meu fone de ouvido voltando para vasculhar a caixa com os pertences de Billie.
Dois anos atrás, eu conheci uma garota. Ela me fisgou desde o começo, desde o momento em que a notei olhando para mim do outro lado da cafeteria.
Lembro-me especificamente de que seus olhos eram de um azul claro e gelado naquele dia.
Passamos minutos depois disso apenas olhando uma para a outra do outro lado da sala até que ela se esquivou do meu olhar, eu aproveitei aquele momento para olhar sua aparência.
Ela usava uma saia bege que achei muito bonita nela.
Seu suéter de crochê com desenhos de margaridas logo se tornou minha coisa favorita para ela vestir. Suas polainas brancas de crochê tinham um par de converses marrons também cheios de florzinhas desenhadas ou adesivadas.
Ela era de longe a pessoa mais fascinante de se olhar.
Ela sempre foi tão encantadora para mim, seu sorriso, seus olhos, seu nariz, seu cabelo, seus lábios, até mesmo pequenas coisas como seus cílios.
Ela era tão fascinante e tão bonita.
Ela me fez sentir tão boiola.
Eu só podia sentir a sensação de querer apertar ou beliscar algo insuportavelmente fofo - especificamente ela.
Embora não tenhamos feito nada além de observar uma a outra de longe naquele dia, eu estava no ponto mais feliz e mais alto da minha vida.
O dia em que a conheci.
Naquele café para gatos.
Eu a observei beber seu chá e escrever ou desenhar em seu livro enquanto acariciava o gato que estava sentado ao lado dela na mesa, depois disso eu não conseguia me concentrar no livro em minhas mãos.
Eu fingiria ler, mas meus olhos corriam pelas páginas enquanto minha mente estava presa na garota do outro lado da sala.
Depois de uma hora, um menino mais velho entrou para buscá-la, pelo que parecia, eles tinham um vínculo muito próximo, pela forma como seu rosto se iluminou quando ela se levantou para abraçá-lo e ir embora com ele, mas não foi sem deixar um bilhete com o barista e um último suspiro para mim.
Mais tarde descobri que ela estava me desenhando o tempo todo que estávamos sentadas lá, ela me desenhou com pequenos corações e estrelas sobre minha cabeça com cores claras com giz de cera.
Ela disse ao barista para me dar quando eu estivesse saindo e eu peguei, é minha coisa favorita até hoje.
Nunca fui de acreditar em amor à primeira vista, isso é estúpido. Você não pode se apaixonar por alguém apenas de relance, mas posso dizer que me apaixonei por ela.
Eu simplesmente não poderia dizer que ela seria única para mim para sempre, mas posso dizer o quanto fiquei grata por encontrar aquele café naquele dia.
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