Aviso: Esse capítulo e sensível e contem cenas sobre abuso,se não gosta, ou se sente incômodo,não leia,se for acompanhar a história, e queira que eu falo de uma maneira mas simples só me chamar na dm.
Logo, o meu advogado entrou pela porta, com seu terno preto e uma maleta pequena nas mãos e pediu para ficar a sós comigo. Quando estávamos sozinhos, olhei bem para a cara dele e falei antes que o mesmo dissesse algo.
— Eu fiz tudo, eu matei eles, minha mãe e meu pai. Eu fiz. Eu só não quero ir para a cadeia. Eu tinha motivos, só quero que defenda meus motivos.
—Tudo bem, estarei com você a todo momento. Vai querer mesmo falar toda a verdade? --comentou o mesmo sentando na cadeira.
—Sim, eu... eu preciso que todos saibam.
O ambiente estava tenso, e minha consciência pesava como uma pedra sobre meus ombros. O advogado olhou fixamente para mim, ponderando as palavras que acabara de ouvir. Seus olhos mostravam compaixão, mas também a responsabilidade de lidar com uma confissão tão impactante.
— Compreendo que essa situação seja complicada para você, mas é fundamental que entenda que a verdade é essencial para a sua defesa. Vou fazer o possível para garantir que seus motivos sejam esclarecidos e considerados perante a justiça.
Eu sabia que não havia como voltar atrás. Minha mente estava tumultuada com lembranças dos eventos que levaram a esse terrível desfecho. A dor que sentia pela perda dos meus pais e a culpa por minhas ações me sufocava. Mas eu tinha que ter feito tal ato ou seria tarde demais para mim.
-— Antes de contar tudo, preciso que entenda que, como advogado, tenho o dever de seguir um código ético e profissional. Isso significa que posso ouvir qualquer coisa que me conte, mas não posso ajudá-lo a esconder provas ou informações relevantes para o caso.
— Tudo bem, eu quero contar tudo para os policiais e para você,podemos começar?
O homem, visivelmente abalado, balançou a cabeça e foi chamar os dois detetives. Enquanto isso, eu podia sentir que havia pessoas observando pela janela. Pouco depois, eles instalaram uma câmera discretamente no canto da sala, apontando em minha direção. Engoli em seco, sentindo o peso da tensão no ambiente, e coloquei meus braços sobre a mesa.
Em resposta à presença do meu advogado ao meu lado, mais duas cadeiras foram adicionadas à mesa para acomodar os detetives, que se posicionaram em minha frente. Com toda a formalidade e seriedade do momento, meu advogado apontou em direção a mim e pediu educadamente:
— Seria possível retirar as algemas da minha cliente, por favor?
A detetive Meirelles prontamente soltou meus pulsos e guardou as algemas, enquanto eu aliviava o desconforto do pulso marcado. Com tudo pronto para começar, o outro detetive me encarou e disse:
-—Podemos começar.
—Eu tinha 6 anos quando tudo começou, antes disso éramos uma família comum e boa, íamos a igreja aos domingos, e eu tinha amigos incríveis na escola, e só tirava as melhores notas, eu acabei avançando duas séries por causa disso, minha mãe e estava grávida de 5 meses, era um menino, meus pais estavam felizes.
"17 de Maio de 2012"
Estava brincando com a mamãe no jardim; ela corria de um lado para o outro, tentando me pegar, enquanto eu dava altas risadas, contornando a árvore. De repente, notei que sua expressão mudou, e ela olhou para baixo, onde vi sangue escorrendo entre suas pernas. Fiquei assustada com a situação.
— Mamãe O que aconteceu?-perguntei, me aproximando dela preocupada.
— Vá chamar seu pai-. pediu ela.
Corri para dentro de casa em busca do meu pai, que estava sentado no sofá lendo o jornal. Desesperadamente, relatei o que tinha acontecido, e ele saiu correndo para o jardim para ajudar a mamãe. Eu fiquei observando tudo pela porta que dava acesso ao jardim. Meu pai pegou minha mãe no colo e a colocou no carro.
— Fique aqui, vou ligar para a vizinha vir ficar com você. - disse ele.
Concordei com a cabeça, enquanto o via sair com o carro às pressas.
Horas e dias se passaram, e eu estava na casa da vizinha, preocupada com a mamãe e o papai, que não davam notícias. Finalmente, meu pai veio me buscar e disse que iríamos nos mudar de cidade. Entrei no carro e olhei para minha mãe; sua barriga não estava mais grande, ela tinha olheiras profundas e estava magra.
— Mamãe, onde está o meu irmãozinho? Você está bem--perguntei, preocupada.
— Não fale com ela, fique quieta. - interrompeu meu pai, entrando no carro e colocando o cinto.
— Pai, mas...-fui interrompida por ele.
— CALE A BOCA .. Desculpa, filha, só cale a boca. - disse ele, visivelmente tenso e abalado.
O caminho para a nova cidade foi tranquilo, a nossa nova casa era menor que a antiga, e rústica e simples, meu pai ajudou mamãe descer do carro e logo em seguida abriu a porta para que eu acompanhasse os dois, depois de entrarmos na casa, o clima estava tenso, a noite foi silenciosa e calma, pelo menos foi a minha última noite calma.
Dias se passaram meu pai estava sem fazer a barba, e bebia muito, minha mãe usava drogas, enquanto eu tentava distrair a cabeça deles, eu não sabia o quão doloroso deve ser perder um filho, mas eu queria que eles se sentissem amados.
Então em uma noite, estava chovendo muito,meu quarto só estava um pouco claro pela claridade da lua, a porta foi aberta, vi meu pai entrar com uma garrafa nas mãos.
—Oi papai o que foi?. -- falei sentando na cama e vi o mesmo fechar a porta atrás dele.
— Você é uma boa menina, não é? a garotinha do papai.. --disse o mesmo deixando a garrafa na cômoda branco e me virando pra olhar.
—Sim eu sou a garotinha do papai, o que houve?
— Então se você é a garotinha boa do papai você vai ficar quietinha.
O mesmo começou a tirar o cinto e desabotoar os botões da calça enquanto me olhava, logo o mesmo tirou a calça ficando de cueca e em seguida tirou a mesma.
—Papai o que você está fazendo?
— Nada minha pequena, você vai gostar só fique quietinha.
O mesmo veio para cima de mim tirando a coberta do meu corpo, e começou a tirar minhas peças de roupa, eu estava nua, não sabia o que estava acontecendo, estava assustada e com medo.
Parecia que o tempo tinha parado, parecia que ficamos horas e horas naquilo, eu estava com medo dele, medo de tudo, meu coração batia rápido, eu apenas olhei para os anjos no teto do meu quarto e foquei apenas naquilo. Estava sentindo uma dor enorme a cada movimento que ele fazia ,eu só queria sumir ,pequenos soluços escapavam da minha boca ,enquanto meus olhos não paravam de descer lágrimas,meu coração batia acelerado,meu corpo todo doía.
O mesmo soltava pequenos gemidos, meu corpo todo doía,meu choros se misturava com o som da cama batendo,só foi perceber que tudo acabou quando ele saiu de cima de mim.
— Boa menina ficou quietinha, papai vai dormir agora
Comentou pegando as roupas e a garrafa saindo do quarto, me encolhi na cama sentindo tudo doer, tinha sangue entre minhas pernas, meu lençol se encontrava da mesma maneira,sujo e grudando,fechei os olhos não parando de chorar .
E naquela noite começou o inferno da minha vida.
Notas finais:
Esse capítulo eu tive que reescrever 3 vezes pois, da primeira vez coloquei muito detalhes na segunda parecia cru,e na 3 eu sabia que estava melhor do que das outras vezes, foi muito difícil escrever sobre isso,então se possível comentar e votar vou ficar eternamentegrata,e um gatilho abordado sensível (capítulo não revisado)Xoxo ...
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Untouchable
TerrorMelanie Watson, uma jovem exemplar, sempre foi conhecida por suas excelentes notas e comportamento exemplar na escola, sendo uma aluna brilhante. No entanto, por trás de seu sorriso doce e encantador, escondia-se um terrível segredo. Em sua própria...