Capítulo 34

6.1K 675 46
                                    

Genteee!!! 

Eu não vou desistir não viu!!! A reza que jogaram pra mim foi boa, mas apesar de tudo tô de pé. Postando esse agora e outro na quarta e na sexta tbm tem! 

Beijooo


______________

Não pode ser, eu só posso estar delirando, só posso estar sonhando. Meus olhos se enchem e se derramam sem que eu tenha qualquer controle quando ouço sua voz novamente e eu apenas anseio em ouvir mais, anseio que não seja um sonho, uma pegadinha da minha imaginação.

— Alice, não acredito que estou ouvindo sua voz novamente. — Ela chora e eu sinto um aperto no peito. Não sei se é por alívio por finalmente ouvir sua voz, ou se é por dor de saber que ela está sofrendo... E por minha causa.

— Charlie, onde você está? Pelo amor de Deus, eu achei que ia ficar louca.

— Eu estou bem, eu acho. Eles me pegaram, Ali, eles me bateram, eu achei que ia morrer — Ela chora de lá e eu choro de cá — Mas eu consegui fugir.

Meu coração deu um salto. Ela fugiu. Ela fugiu, Alice, pode voltar a respirar.

Pego minha bolsa e procuro minhas chaves, abro a porta do meu quarto e corro para a escada, descendo ela tão rápido, digno de um treino profissional.

— Onde você está? Fala, estou indo te buscar.

Ela me fala que está em Campinas e pergunta o endereço para alguém onde está, e eu anoto imediatamente. Minha mãe que estava na sala, não acreditou quando eu disse entre lágrimas com quem eu estava falando.

— Não pode ser. Deve ser uma armadilha, filha, você não pode ir sozinha.

— Não é armadilha coisa nenhuma, mãe, é a Charlie, ela não me deixaria cair em nenhuma, morreria antes disso.

Me dá uma dor constatar isso. A Charlotte morreria por mim sem pensar duas vezes e eu faria a mesma coisa por ela, mas pensar que isso quase aconteceu realmente me dói de uma maneira inexplicável.

— Charlotte, você ainda está aí?

— Estou, você vai vir, não é? Eu juro que não é nenhuma armadilha, mas, por favor, vem me buscar.

— Eu jamais deixaria de acreditar em você, eu estou indo sim.

Desligo o telefone com as lamúrias dela e por dentro as minhas também. Confesso que tenho medo de se parar de falar com ela, perder a chance de encontrá-la. Mas sei que não posso ficar conversando com ela por muito tempo para não atrasar meu percurso. Fora que eu sou certinha demais quando se trata de dirigir e não costumo misturar celular e direção.

A viagem até Campinas demora mais do que eu achei. Jura que Campinas é tão longe assim? Afundo o pé no acelerador, estou a 140 km por hora e ainda não é o suficiente. Nunca andei a tal velocidade, o máximo que já cheguei na vida foi a 120 km.

Aos poucos vejo a iluminação urbana e casas pela estrada. Meu coração dá um salto e a minha ansiedade aumenta. Fico me perguntando como ela estaria, como vou encontrá-la... O GPS indica que cheguei ao meu destino e paro em frente a uma padaria. Sequer reparo em nada, a não ser na Charlotte que corre ao meu encontro, me abraçando assim que entro.

Seus cabelos estão despenteados de uma maneira que jamais a vi e esse é apenas um detalhe comparado com o resto. Seu rosto está todo machucado. A pele ao redor de seus dois olhos está roxa. Um de seus olhos está inchado e há ainda mais inchaço e hematomas por toda extensão de sua face. Sua roupa rasgada encontra-se suja, mas não é isso que mais me preocupa e sim as manchas de sangue que ela contém. Seus pés estão todos machucados, e ausente de sandálias.

Lei do RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora